Dúvida: saúde mental

Estafa mental de final de ano, como evitá-lo?
Psicóloga elenca 5 passos para trazer equilíbrio e bem-estar neste
período

Enquanto alguns celebram o final do ano, para outras pessoas, esta
época tende a desencadear sentimentos de angústia. A famosa síndrome
de final de ano, conhecida como ‘Dezembrite’, é mais comum do que se
imagina. No entanto, é possível adotar algumas estratégias para
reduzir seus impactos.

A psicóloga Sabrina Amaral [1], da Epopéia Desenvolvimento Humano,
destaca que neste período, as pessoas costumam fazer um balanço do que
passou e planejar o próximo ano. “Mesmo sendo uma época de encontros
com pessoas queridas, sentimentos de melancolia, estresse e
autocobrança podem surgir. A síndrome é uma condição real e impacta
muitas pessoas”, destaca.

Ainda segundo a especialista, são inúmeros os fatores que despertam
emoções pesadas e a dificuldade de lidar com as adversidades, fatores
que podem afetar diretamente o equilíbrio emocional. Mas que é
possível mapear alguns deles, já que costumam surgir especificamente
neste período. Confira:

* Excesso de trabalho e dificuldade de gerir bem o tempo
* Falta de dinheiro e cobrança por presentes
* Conflitos em reuniões familiares e comparações com os outros
* Saudade de pessoas que já faleceram
* Pressão por felicidade e gratidão
* Cobrança por coisas que não realizamos

Para ela, a forma com que se vivencia a ‘Dezembrite’ difere de pessoa
para pessoa, mas, que há uma concentração muito grande nas
expectativas não atendidas: “Costumamos focar no lado negativo e esta
atitude gera angústia e sentimentos de menos-valia. É fato que o
impacto emocional é ainda maior para pessoas que são muito exigentes
consigo mesmas. A partir daí é que podem surgir os sintomas físicos e
psicológicos como ansiedade, irritabilidade, insônia, gastrite
nervosa, entre outros”, destaca.

Neste contexto, Sabrina Amaral sugere uma postura mais acolhedora com os
próprios sentimentos, em vez de fuga e negação e, por isso, elencou 5
passos que podem contribuir com este processo. Confira:

* Valorizando o positivo Desenvolva o hábito de ressaltar seus
aspectos positivos e qualidades, bem como suas vitórias e
acontecimentos de vida que foram bons. Isso despertará em você uma
sensação de contentamento e bem-estar, que são os ingredientes
fundamentais para uma boa saúde emocional. Respeite suas limitações,
valorize-se e agradeça por cada pequena conquista.

* Régua da autoexigência Quanto mais somos exigentes conosco, mais
ampliamos um estado emocional dolorido. Permita-se fazer uma reflexão
mais generosa, analisando o que você fez bem e o que pode ser feito de
forma diferente da próxima vez, transformando erro em aprendizado.

* Ressignifique Já passou pela sua cabeça que, talvez o fato de não
ter concretizado aquele plano que queria é consequência de você ainda
não estar preparado para isso? Substitua a culpa pela habilidade e
assim responda diferente numa próxima vez. Mas se você chegar à
conclusão de que faltou força de vontade, reflita se o que você
almeja é algo que genuinamente deseja, ou se está fazendo isso por
outra pessoa.

* Expectativas Ao invés de querer mudar o outro e criar expectativas,
trabalhe sua reação frente as adversidades. Pense em estratégias para
te ajudar neste momento: deixe claro seus limites (comunicação
não-violenta é sua maior aliada nessas horas), diga não e evite
discussões desnecessárias. Por fim, respire fundo e saiba que isso vai
passar.

* Presente não é moeda de troca Tenha em mente que o valor do
presente não é proporcional ao tanto de afeto que você sente pela
pessoa. Além disso, não é demérito você estar passando por
dificuldades financeiras e, por conta disso, não conseguir presentear
como gostaria. Faça um planejamento financeiro e assuma compromissos
apenas com aquilo que vai caber no seu orçamento.

A especialista ainda ressalta que é muito normal sentir-se mais triste,
ansioso ou estressado neste período, mas que é preciso tomar cuidado
para não aliviar o sofrimento utilizando mecanismos como compras
compulsivas ou até mesmo exagerar na comida ou na bebida. “Torne-se
adepto da autocompaixão e valide seus sentimentos. Este é o começo do
caminho”, indica.

A psicóloga afirma que é preciso ter um plano para cumprir seus
objetivos e alcançar sucesso, então sugere um checklist [2] para te
ajudar a ‘driblar’ o cérebro e os mecanismos de autossabotagem que te
impedem de chegar lá.

E para quem quiser se aprofundar mais, neste link [3] é possível
encontrar alguns testes que podem ajudar muito neste processo.

Sabrina Amaral é psicóloga especialista em neurociência do
comportamento, bacharel em Psicologia pela Universidade Metodista de
Piracicaba, pós-graduada em Gestão e Estratégia de Pessoas pela INPG
Business School e em Terapia Cognitiva Comportamental pela PUC-PR,
possui ainda formação em Neurociência do Comportamento Humano e
Programação Neurolinguística, além de certificações internacionais
pela Omni Hypnosis Training Center em Master Coaching e em Hipnose
Clínica Avançada.

Em mais de duas décadas de carreira treinou mais de 10 mil pessoas em
cursos e palestras, é também a idealizadora da Epopéia
Desenvolvimento Humano, que nasceu com propósito de gerar
transformação positiva na vida das pessoas, embaixadora da Rede Mulher
Empreendedora na cidade de Campinas (SP) e voluntária na Humanitarian
Coaching Network.