GM afasta agente que atropelou e andou com vítima pendurada em para-brisa

Policial deve responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar

Imagem ilustrativa

O policial municipal que é acusado de atropelar e matar um homem de 59 anos na Rodovia SP-107, foi afastado do trabalho. O acidente aconteceu no final da tarde do dia 1º, quando o agente chegava de Artur Nogueira para trabalhar. Ele carregou o corpo da vítima preso ao para-brisa do veículo por mais de 1,5 quilômetro até a Alameda Maurício de Nassau, onde a vítima foi encontrada.

Segundo a Polícia Municipal, a corporação identificou o servidor envolvido no atropelamento. A nota diz que a Guarda Municipal de Holambra “agiu com absoluta lisura e isenção, apresentando o acusado à Delegacia de Polícia Civil de Jaguariúna, responsável pelo plantão na noite em que se deu a ocorrência”.

Depois da exposição do caso, a Polícia Municipal abriu processo administrativo para apurar o caso e suspendeu o funcionário por 30 dias. O período de afastamento poderá ser prorrogado. O caso está segue sendo investigado.

O policial deve responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, na direção de veículo automotor, com agravamento por não ter prestado socorro à vítima.

O caso 

Um guarda municipal de Holambra/SP foi preso acusado de atropelar e matar um homem na Rodovia SP-107 por volta das 19h30 deste sábado (1). Ele teria transitado com a vítima no para-brisa do carro particular por cerca de 1 km, deixado o corpo no centro de Holambra e procurado abrigo na base da Polícia Municipal. Ele foi preso, mas passou por audiência de custódia e teve a liberdade provisória concedida.

Segundo descreve o Boletim de Ocorrência (BO), o acusado mora em Artur Nogueira e estava indo para o trabalho, na base da Guarda Municipal em Holambra. Na altura do Km 35 da Rodovia Prefeito Azin Lian, atropelou um homem, seguiu até o centro de Holambra, deixou o corpo em uma calçada e foi para a Guarda Municipal.

No entanto, a base recebeu um telefonema e uma pessoa descreveu o veículo e disse que o condutor teria jogado o corpo na calçada. O acusado, então, confessou que tinha atropelado uma pessoa e teve a arma que portava apreendida logo em seguida. Uma equipe foi até o local e confirmou que a vítima, Silvio Filipinni, de 59 anos, estava morto. O guarda foi conduzido para a Delegacia de Jaguariúna/SP, onde prestou depoimento.

Segundo a versão do acusado, ele sentiu o impacto no para-brisa do carro, mas ficou com medo de parar e seguiu até a cidade de Holambra, passou em frente ao Hospital de Holambra e, na Rua Alameda Maurício de Nassau, freou o carro. Só neste momento o guarda teria visto que se tratava de um corpo de um homem. Ele relata ter ficado assustado e foi para a base da guarda procurar ajuda para ele e para a vítima. Quando chegou na base, foi ao banheiro e quando voltou disse que “iria se matar”, pois achava que tinha matado “um pai de família” e nesse momento foi desarmado pelos demais guardas municipais.

Ainda segundo o Boletim de Ocorrência, o guarda se recusou a fazer o teste de bafômetro, mas aceitou ser encaminhado para a unidade de Pronto-socorro de Jaguariúna para a realização do exame de alcoolemia. Depois dos procedimentos legais, ele foi preso em flagrante acusado de homicídio culposo na direção de veículo automotor com a causa de aumento, por não prestar socorro à vítima.

Na manhã deste domingo (2), o acusado passou por audiência de custódia e foi concedida a liberdade provisória. O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil de Jaguariúna.

Em nota, o advogado do guarda municipal resumiu que o fato foi uma tragédia, lamentou o ocorrido e ressaltou que o guarda não negou socorro à vítima.

Leia a nota na íntegra:

“Infelizmente, diante da imensa tragédia, acreditamos que o respeito ao luto da família do sr. Sílvio seja a prioridade agora. Embora muito abalado, ele permanece em casa a disposição da Justiça e colaborará até o final da instrução processual a fim de comprovar que o acidente foi uma enorme fatalidade. Contudo, é importante esclarecer que em momento algum se negou a prestar socorro à vítima, como se demonstrará no decorrer do processo.”

 

Comentários