MEIO AMBIENTE – MEMÓRIAS DE PROGRAMA AMBIENTAL II

Neste abrir de junho os educadores comemoraram a Semana do Meio Ambiente com os estudantes. A Casa da Memória Padre Gomes junto ao Conselho do Patrimônio Histórico, zelando pela Paisagem Ambiental fazem memória para Jaguariúna e região da Festa do Dia das Árvores, ocorrida na Vila de Jaguary há cem anos atrás. A Educação sempre procurou formar o cidadão conscientizando-o da necessidade de arborizar a terra e não destruir o planeta. Notícias da Vila de Jaguary eram registradas no jornal semanal de nosso município Mogi Mirim, através do jornal “A Comarca”. A edição de 29/09/1918 conta que nessa época as quatro escolas estaduais se reuniram e realizaram no espaçoso salão do cinema a cerimônia sobre o Dia das Árvores, no dia 21 de setembro.

Este espaço físico era o mesmo salão da Rua Cel. Amâncio Bueno, meio da quadra, entre a Rua Cândido Bueno e Alfredo Engler. Desde os anos 1950 foi a Auto Mecânica Santa Helena de Mílton e Carlinhos Menna, hoje espaço comercial moderno. A Escola, na verdade, eram quatro salas de aula com seus respectivos professores que funcionavam em diversos lugares. O correspondente, Caetano Pereira dos Santos diz que assistiram a esta solenidade pela 1ª vez, em Jaguary. As crianças recitaram poesias com desembaraço. O Hino Nacional e o Hino de São Paulo foram entoados por todos. O prof. Genésio de Almeida Moura, que se dedicava com amor à instrução pública nesta localidade, proferiu brilhante discurso alusivo ao ato. Ele conseguiu junto ao Instituto Agronômico de Campinas duas mudas de árvores ornamentais.

Às 12 horas, bem-organizada passeata cívica dos alunos tomava a direção do jardim público (Praça Umbelina Bueno) cantando o “Hino às Árvores. Educava-se muito através do canto de importantes hinos escolares. Era uma grande alegria quando as Escolas se reuniam para estas solenidades cívicas e toda a comunidade era contagiada por muita alegria. E os professores nunca depuseram de seu sonho de formar o elemento humano que eles têm em suas mãos. Esta é a mais nobre missão: formar e informar. E seu elemento de trabalho é humano, sublime e complexo, feito à imagem e semelhança de Deus. Por isso a cada manhã, sua esperança renasce, como o nascer do sol, alimentando seu sonho, sua alma de Mestre. E começa tudo de novo. Com paciência e esperança. Educar é processo lento. Chega-se um tempo, dá um estalo e o educando assume os valores do educador. E vai passar para suas próximas gerações os princípios e legítimos valores de sua paisagem cultural. Mas quando olhamos para as cidades de hoje, sempre nos perguntamos se todos aqueles formandos de todas as gerações aprenderam as sábias lições das Escolas e das Famílias que vem de cem anos atrás? As cidades modernas plantaram árvores suficientes para a moderna paisagem ambiental? Em toda calçada há uma árvore plantada? Quem plantou soube plantar a árvore certa para o lugar certo? Nas calçadas só vão árvores de pequeno porte. Árvores de grande porte danificam a superfície plana, comprometem a segurança dos pedestres.

Calçadas quebradas, desniveladas, representam sério risco para todos: quedas, fraturas, até mortes. Todo quintal precisa ter árvores. E nele deve haver espaço com terra e gramados. A terra deve ser coberta com vegetação, plantas e jardim e não com calçamento. Respeitemos a Terra que anda muito ferida. É preciso salvar o planeta. A lição de 1918 precisa produzir frutos no mundo moderno. Toda Lar deve ter em sua calçada um pulmão que purifica e ameniza o ar que a Família respira.

Tomaz de Aquino Pires