No dia Mundial da Água, Semil entrega 78 Poços profundos no interior do Estado
Extração sustentável a partir de aquíferos beneficia 1,2 milhão de pessoas; outras ações visam ampliar acesso à água, recuperar cursos d’água e gerar renda
Para marcar o Dia Mundial da Água, celebrado neste 22 de março, a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) entrega a outorga de 78 poços profundos, que vão beneficiar 1,2 milhão de pessoas e reforçar o abastecimento d’água e a resiliência hídrica do Estado. No total, foram investidos R$ 85,4 milhões, por meio do DAEE, órgão regulador de recursos hídricos de São Paulo, em 76 municípios nas regiões de Araçatuba, Araraquara, Barretos, Bauru, Campinas, Franca, Marília, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Sorocaba.
As estruturas têm quase um quilômetro de profundidade e fazem a captação nos aquíferos (reservas de água doce localizadas nos subterrâneos do Estado), de acordo com critérios hidrogeológicos, atendendo a demandas indicadas pelas prefeituras ao DAEE, assegurando a eficiência das captações.
A complexidade dos estudos realizados para determinar a vazão dos poços, garantindo água potável para consumo humano e o incentivo às atividades econômicas, enquanto garante a preservação dos reservatórios, foi lembrada pela titular da Semil, Natália Resende. “Cerca de 99% da água doce do mundo está no subsolo e São Paulo está em cima do Guarani, o maior reservatório conhecido. Por isso, tivemos uma preocupação muito grande em casar a necessidade apresentada pelos municípios às condições de exploração e preservação dos recursos, garantindo uma vazão aquém da capacidade de regeneração e dirimindo os riscos de contaminação do lençol freático”, afirmou. A secretária participou, ao lado do governador em exercício, Felício Ramuth, da solenidade de entrega simbólica dos poços, ocorrida em Santa Lúcia.
A seguir, confira outras ações pró-água da Semil:
IntegraTietê – Com o objetivo de intensificar as ações de despoluição dos rios e corpos d’água, o Governo de SP lançou no último ano o programa IntegraTietê (que inclui antigos programas como o Projeto Tietê, Renasce Tietê e Novo Rio Pinheiros). Por meio das ações, já foi possível remover, até dezembro de 2023, o maior volume de sedimentos dos rios Tietê e Pinheiros desde 2015 – cerca de 1,16 milhão de m³. Em relação às conexões às redes coletoras, o ano de 2023 foi encerrado com um total de 3.961.932 domicílios encaminhados para tratamento de esgoto até dezembro, superando a meta de 2023 de 3.832.637, e com um incremento de 175.186 domicílios, em relação a 2022.
Nova Avanhandava – A hidrovia Tietê-Paraná poderá multiplicar o volume de carga transportada com a ampliação do canal Nova Avanhandava, iniciada em 2023. Até 2026, serão ampliados 16 km do canal, em 3,5 metros de profundidade. As intervenções devem retirar 552 mil m³ de material rochoso – o equivalente a 600 piscinas olímpicas.
A obra, estimada em R$ 293,8 milhões, vai beneficiar não apenas São Paulo, mas também as regiões Sul e Centro-Oeste. Além de melhorar a logística, a ampliação também permitirá maior flexibilidade na operação das Usinas Hidrelétricas de Três Irmãos e Ilha Solteira, proporcionando ao setor elétrico mais 4,1 bilhões de metros cúbicos de água para geração de energia elétrica ou sua estocagem nos reservatórios de cabeceira – o volume equivale a 24% da Usina de Furnas.
Rios Vivos – Atualmente no seu segundo ciclo, iniciado no fim do ano passado, o Rios Vivos deve revitalizar 240 cursos d’água – entre córregos, riachos, ribeirões e rios – em 130 municípios paulistas, totalizando R$ 172 milhões em investimentos, até o final de 2024. No primeiro ciclo, finalizado em 2023, houve intervenções em 97 municípios e 130 cursos d’água. A adesão dos municípios pode ser feita pelo site do DAEE.
O principal objetivo do Rios Vivos é, em resumo, melhorar a qualidade da água nas bacias hidrográficas do Estado de São Paulo. As obras de desassoreamento e intervenções de recuperação melhoram a vazão dos rios e assim regulam melhor as cheias, evitando inundações; preservam os ecossistemas locais, ajudando a garantir o abastecimento humano; ampliam as opções de lazer; além de propiciar a atração de novos investimentos e infraestruturas urbanas de baixo impacto para o entorno dos cursos d’água.
PSA Mar sem Lixo – O projeto de educação ambiental visa conscientizar empresas, instituições e população a dar destinação correta aos resíduos, enquanto oferece renda extra para quem vive da pesca. No litoral de São Paulo, os pescadores de camarão retiraram do mar seis toneladas de lixo nos últimos 15 meses, o equivalente a 100 mil embalagens. O lixo é pesado e revertido em créditos para a compra de alimentação em estabelecimentos das comunidades onde os pescadores vivem, fechando um círculo virtuoso.