Orquestra Sinfônica de Campinas se apresenta em Pedreira
A Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas estará realizando apresentação em Pedreira no dia 5 de outubro, com o Projeto ‘Sinfônica Visita a RMC’, desenvolvido há alguns anos e que visa levar a música da Sinfônica de Campinas para as cidades vizinhas e as que compõem a Região Metropolitana.
O concerto em Pedreira ocorrerá nas dependências da Igreja de Sant’Ana, a partir das 20 horas. Emerson Kretschmer se apresenta como solista e regente convidado da Sinfônica para as fantásticas obras ‘As Quatro Estações’ de Vivaldi e ‘Quatro Estações Portenhas’ de Astor Piazzolla.
Emerson graduou-se pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), nas classes dos professores Hella Frank e Marcello Guerchfeld, teve aulas com o violinista Fernando Hasaj em Montevidéu e especializou-se na Internationale Sommerakademie Mozarteum em Salzburgo (Áustria). Tem atuado como solista em várias orquestras, entre elas a própria Ospa, a de Câmara da Ulbra, a da Unisinos e a Sinfônica de Caxias do Sul. Participou das gravações de vários CDs, bem como das trilhas sonoras dos filmes ‘Concerto Campestre’ e ‘Sal de Prata’. Realizou turnê pela Europa como integrante da Orquestra de Câmara Solistas de Salzburgo, participando de um registro fonográfico na Alemanha. Em 2006, em turnê pela Argentina, recebeu nota máxima do crítico Héctor Coda, que escreveu no Jornal La Nación. “Com um arco seguro e com um som maravilhoso, o solista desempenhou uma performance ao nível dos grandes solistas”. No mesmo ano, ganhou o concurso para spalla da Ospa. Ocupa também o posto de spalla da Orquestra de Câmara da Ulbra.
O programa apresenta duas obras geniais, uma das obras mais importantes do período barroco, ‘As Quatro Estações’ do italiano Antonio Vivaldi, que nasceu em Veneza em 4 de março de 1678 e morreu em Viena em 28 de julho de 1741 e a seguinte também sobre o mesmo tema, mas contemporânea, ‘Quatro Estações Portenhas’ do argentino Astor Piazzolla que nasceu em Mar del Plata em de março de 1921 e morreu em Buenos Aires em 1992.
‘As Quatro Estações’ é composta por quatro concertos para violino e orquestra, especificando nitidamente cada uma das estações. A obra foi publicada em 1725 e fez com que Vivaldi ficasse conhecido do grande público. Antonio Lucio Vivaldi era o mais velho de sete irmãos. Seu pai era barbeiro e também um talentoso violinista, alguns chegaram a considerá-lo como um virtuose do instrumento. Depois de iniciar o primogênito na música, matriculou-o, ainda pequeno, na Capela Ducal de São Marcos, para aperfeiçoar seus conhecimentos musicais e induziu-o a estudar Teologia. Em 1703, aos 25 anos, Vivaldi foi ordenado padre. Mas um ano depois abandonou as missas para dedicar-se apenas à música. Permaneceu padre, trabalhava para a igreja, apenas não rezava missas.
Já a composição ‘Quatro Estações Portenhas’ é um conjunto de composições de Astor Piazzola originalmente concebidas como composições separadas e é frequentemente interpretada no mesmo concerto com ‘As Quatro Estações’ de Vivaldi, exatamente para se fazer um contraponto moderno dessa composição do período barroco. O nome porteño refere-se aos habitantes da cidade de Buenos Aires pelo que esta obra pretende ilustrar os sentimentos dos habitantes da capital da Argentina às várias estações do ano.
Astor Piazzolla, argentino que revolucionou o tango, compôs as ‘Quatro Estações Portenhas’ entre 1965 e 1970, originalmente para violino, guitarra elétrica, piano, baixo e bandoneon. Ele se inspirou na obra de Vivaldi. No entanto, o som de Piazzolla apresenta uma atmosfera latina, melancólica e vigorosa que transformou, aos ouvidos do mundo, a sua música como um sinônimo da música argentina. Os quatro tangos desta obra foram compostos separadamente. Piazzolla não pensava em compor uma suíte em quatro movimentos. O Verão foi composto em 1964, como trilha de uma peça de teatro, o Outono em 1969, a Primavera e o Inverno em 1970. Inspirava-se em Bártok e Stravinsky e no jazz. Entre 1996-1998, o compositor russo Leonid Desyatnikov reorquestrou os quatro movimentos da obra, convertendo cada um deles em peças de três seções, tornando mais clara a ligação entre a obra de Piazzolla e a de Vivaldi. O solo de violino foi rearranjado para orquestra de cordas e em cada um dos movimentos incluiu várias citações do original de Vivaldi. Hoje normalmente é considerado o compositor de tango mais importante da segunda metade do século XX.