PETRÓPOLIS, CIDADE SERRANA DO RIO DE JANEIRO – livre da tração animal ou charretes

A legislação protetiva aos animais tem seu grau de complexidade. Afirmo isso porque em cada município do país, assim como estados brasileiros faz-se necessário escopo jurídico e isso dificulta o fim dos maus-tratos a eles.

À luz dos fatos, hoje ensejo destacar a tração animal – charretes, carroças – cultura que advém de longo tempo no país e precisa ter fim. No Rio de Janeiro, por exemplo, essa atividade que maltrata equinos é proibida, inclusive, em todo o estado, de acordo com a lei 7194/16. Mas, não há fiscalização adequada para coibir tal prática. Melhorou bastante, mas ainda prevalece esse hábito cultural, principalmente, nos arredores das cidades de Caxias e outras adjacentes no Rio de Janeiro. Não basta criar-se lei sem regulamentação precisa e completa. Eu sugiro, nesse caso, placas verdes e indicativas alertando à população que é crime a tração animal, principalmente, ao redor das favelas, local onde surge essa telúrica atividade. Os cavalos depois de explorados, são largados nos morros, sem alimentação adequada, ficando à mercê do tempo. O grande problema é que muitos parlamentares não ensejam ouvir aqueles que lidam com a causa, os que conhecem efetivamente os problemas e lidam com a proteção animal. Ainda há resiliência quase que intransponível. Mas, devagar, atingiremos nossos objetivos – a libertação animal.

 

AS CHARRETES NA CIDADE IMPERIAL – cultura desde a época do Império no Brasil

Petrópolis, cidade imperial, como é conhecida, é bonita, aprazível, boa de se morar. Toda minha família nasceu nessa cidade fundada em 1845, local onde o imperador descansava juntamente com sua família. O nome é uma singular homenagem a D.Pedro II, então imperador do Brasil nessa época. As charretes surgiram nesse município para atender às necessidades de transporte da Corte imperial e tornou-se hábito até pouco tempo. Um fato interessante que ajudamos a pôr fim, trata-se exatamente dessa cultura atávica nessa localidade que, graças ao esforço do povo local, assim como minha modesta participação, juntamente com o presidente da CPDA – Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil, dr. Reynaldo Velloso, sendo eu consultor dessa comissão, estivemos com o prefeito local para conversar sobre o fim dessa atividade. Isso ocorreu nos idos de 2016. Passamos a tarde toda conversando com a assessoria técnica do prefeito na época. Na ocasião, construíam um curral para tirar os equinos abandonados nas ruas dessa cidade. Infelizmente, quando o animal envelhece é abandonado. Isso é crime previsto em lei específica!

 

PLEBISCITO EM 2018 – o povo petropolitano exige o fim das charretes

Somente em 2018, conseguimos nosso objetivo, através de plebiscito sobre essa atávica cultura. A maioria do povo consultado decidiu pelo fim dessa atividade – 68,58% contra 31,42%. A partir daí, as charretes passaram a ser substituídas por carrinhos movidos à bateria. Vitória indiscutível!

A resistência por parte de segmento popular e alguns vereadores criaram muitas dificuldades, mas, mesmo assim vencemos. A tração animal chegou ao fim.

 

TUK TUKS – triciclos elétricos substituindo as convencionais charretes

Hoje em dia, Petrópolis está livre desse meio de transporte. As charretes foram substituídas com sucesso por tuk tuks, espécies de triciclos elétricos, livrando, finalmente, os equinos dos maus-tratos. Lembro-me que na época da proibição da tração animal, os equinos foram doados e levados para uma fazenda nessa cidade e, até hoje, vivem livres, distantes da obrigação de conduzir pessoas que não se preocupavam com o sofrimento deles. Esse modelo precisa ser espelho em todo o Brasil, pondo fim à tração animal, cultura oriunda do período imperial no Brasil.

 

A PERSEVERANÇA NA BUSCA DA LIBERTAÇÃO ANIMAL – precisamos insistir com nossos melhores objetivos

Para concluir, destaco que a libertação animal ocorre lentamente, à medida que a sociedade se conscientiza. É preciso perseverar, lutar pacificamente pelos mais nobres objetivos. O especismo – exploração e subestimação dos animais não pode continuar. À luz da verdade, essa palavra é um neologismo criado pelo filósofo inglês Peter Singer, nos idos de 1975, autor do livro Libertação Animal, editado no mesmo ano. Depois da descoberta da senciência animal não podemos mais admitir quaisquer tipos de crueldades e exploração, como rodeios e assemelhados que ainda resistem e têm apoio de alguns poucos parlamentares. A tração animal é crueldade e em Petrópolis os equinos ficavam expostos em praças públicas debaixo de sol intenso e chuva intermitente. O exemplo citado acima ou o fim dessa atividade na cidade serrana precisa ser espelho e exemplo para o país inteiro. Leis existem e outras surgirão.

O que importa é acabar com a exploração animal, uma vez que, na vida, tudo tem limites.

– Tenho dito!

 

nota: há pessoas incautas que afirmam – a defesa dos animais é característica de esquerdistas políticos.

AFIRMO QUE NÃO É VERDADE!

Eu sou conservador, a favor do bem e da família brasileira. SOU CRISTÃO e, consequentemente, de DIREITA.

 

Gilberto Pinheiro

jornalista (24287/DRT-RJ), ex-articulista do site da Amaerj (2016), Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro, além de ter sido consultor da CPDA/OAB-RJ – Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil.
Desenvolvi trabalho na Universidade Cândido Mendes, unidade Méier, apresentando programa de web rádio, à luz de entrevistas com autoridades e professores, destacando a senciência e direitos dos animais

 

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