Sambas de Liquidificador promove show e oficinas durante o Flic@
Crédito: Clayton Roma/Divulgação
Eventos serão realizados no 1º Festival Literário de Campinas; projeto foi contemplado pelo FICC
O projeto Sambas de Liquidificador promove nesta quinta e sexta-feira, 16 e 17 de novembro, durante o 1º Festival Literário de Campinas – Flic@, oficinas de crônicas, e, no domingo, 19, um show que traz para o palco a mistura de duas linguagens, literatura e música. Ambos são às 14h e abertos ao público, na Estação Cultura.
Saiba mais sobre o Flic@: https://portal.campinas.sp.gov.br/sites/flica/
O projeto do mesmo nome foi contemplado pelo Fundo de Investimentos Culturais de Campinas – FICC 2022, pertencente à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.
Num formato inovador, o espetáculo “Sambas de Liquidificador” entrelaça Literatura e Música. Cada samba é contextualizado por uma crônica, trazendo para o palco cenas cotidianas que criam uma identificação imediata com o público.
Inspirado no universo de criação do compositor Adoniran Barbosa e trazendo algumas de suas referências, onde o tragicômico e o lirismo se faz presente em cada canção, o espetáculo tem como fio condutor uma figura feminina, personagem principal em cada samba e uma cena cotidiana. A era do rádio, a invenção do telefone, a chegada da geladeira em nossos lares, a imigração italiana, tudo isso pode virar assunto do dia a dia, pode ser comédia e pode ser um drama.
Fruto da pesquisa dos compositores Carlinhos Campos e Adriano Rosa sobre a influência que a música de Adoniran exerce sobre todos e a cumplicidade das cenas cotidianas que une cada um de nós a sua obra, o trabalho assume um caráter atemporal. Músicas e histórias antigas, feitas nos tempos de hoje.
Nesse espetáculo lítero-musical, temos no palco artistas de primeira grandeza da cena campineira, numa visão contemporânea dessa arte clássica de cantar o samba e contar suas histórias.
Eduardo Pereira assume a direção musical, arranjos e cordas; Gabriel Peregrino nas percussões, Maurício Guil com seu impecável sete cordas, Edu Guimarães na sanfona e Guga Costa tomando conta dos vocais. Todos eles dividem o palco com os idealizadores e compositores desse projeto, Carlinhos Campos e Adriano Rosa.
A oficina
A oficina Crônicas de Liquidificador deriva do projeto Sambas de Liquidificador, pelo qual foi gerado um CD homônimo. Para cada música do CD foi escrito uma crônica, transformando o trabalho também em um podcast que trata destas duas linguagens, Música e Literatura.
Com a abordagem nas cenas do nosso cotidiano esta oficina propõe a observação e análise de algumas obras de compositores que tem com marca registrada de seus trabalhos a utilização destas cenas em suas canções, por exemplo: Adoniran Barbosa, Chico Buarque.
A oficina provoca o estímulo nessa observação e propõe a transformação desta observação em texto. A observação do nosso redor, nossas pequenas histórias do dia a dia, nos traz a reflexão sobre nossa cidade e contextualiza onde e a forma que vivemos, ampliando assim a nossa consciência social.
Com a apresentação de canções do CD, Sambas de Liquidificador e das crônicas relacionadas, a oficina propõe de uma forma simples e descontraída o estímulo desta consciência como cidadão e o processo criativo a partir da observação de suas próprias histórias.
Um disco – um podcast
Sambas de Liquidificador, como o próprio nome sugere, é fruto de uma grande mistura preparada pelos amigos Adriano Rosa e Carlinhos Campos, que reuniram músicos e compositores com influências distintas para um trabalho que celebra um tipo de samba que o “progresso” fez cair em desuso: o samba do cronista urbano, que em São Paulo teve em Adoniran Barbosa o seu maior e melhor representante.
A primeira composição da série foi feita de forma despretensiosa, em 2010. Era nítida a presença de Adoniran em “Nair e o Porta-Retrato”, ainda que harmonicamente o samba soasse atual. Então veio a ideia do projeto: unir tradição e modernidade para reviver o samba-crônica. Os temas deveriam tratar de situações comuns à vida do trabalhador e sua relação com itens do cotidiano (de ontem e de hoje): o rádio à válvula, a geladeira, o chuveiro elétrico, etc. Um detalhe, no entanto, deveria alinhavar a obra: todas as faixas trariam como protagonista uma figura feminina.
Para dar corpo à ideia, Carlinhos Campos e Adriano Rosa iniciaram um trabalho metódico de composição que envolveu, além dos dois, compositores parceiros como Adriano Dias, Diogo Nazareth, Clayton Roma, José Esmerindo e Josiane Giacomini. O resultado dessa mistura é um disco que irá agradar tanto aos ouvidos mais acostumados ao samba da era do rádio quanto aos que buscam novidades musicais fora do senso comum.
O intérprete é Guga Costa, voz afinada que empresta leveza e um certo clima atemporal às faixas. O time de músicos, formado por Eduardo Pereira (arranjos e cordas), Gabriel Peregrino (percussão) e Edu Guimarães (sanfona), traduz com perfeição a alma sonora de Adoniran Barbosa, vestindo-a com uma roupagem contemporânea. Para além do aspecto meramente musical, Adriano Rosa e Carlinhos Campos apresentam uma obra marcada pelo humor e pelo lirismo, que remexe memórias afetivas e resgata a escola do compositor-cronista na música brasileira. Adoniran aprovaria.
Serviço
Show Sambas de Liquidificador
Local : Estação Cultura – Flic@
Dia 19 de Novembro
Hora: 14h
Oficinas Crônicas de Liquidificador
Dias 16 e 17 de Novembro
Hora: 14h
Local : Estação Cultura – Flic@
Mais informações: Instagram @sambasdeliquidificador e @carlinhos_acampos