“Super IA” já é realidade no suporte clínico médico
Desde que a inteligência artificial (IA) começou a ganhar destaque,
duas visões extremas emergiram: a de entusiasmo, pelo potencial
transformador da tecnologia, e a de temor, pelo impacto desconhecido que
ela pode causar. Na área médica, onde a IA já ocupa um papel
relevante, uma terceira perspectiva tem ganhado força: a
superinteligência artificial (ASI), que promete elevar o uso da IA a um
novo patamar de eficiência e integração.
A superinteligência artificial supera os modelos atuais ao combinar
ciência cognitiva e computacional, permitindo decisões sofisticadas em
contextos complexos. Na saúde, isso viabiliza diagnósticos mais
precisos e tratamentos personalizados.
De acordo com dados da Associação Nacional de Hospitais Privados
(Anahp) e da Associação Brasileira de Startups de Saúde (ABSS), no
Brasil, 62,5% das instituições de saúde já utilizam IA, mas a
tecnologia ainda tem muito a avançar no setor. Globalmente, o mercado
de IA em saúde deve movimentar mais de US$ 180 bilhões até o final da
década, segundo a Precedence Research.
Hoje, a tecnologia auxilia no diagnóstico de doenças por meio de
análise de imagem e aprendizado de máquina. Com a ASI, essas
funcionalidades serão ampliadas e aprimoradas, permitindo que os
sistemas analisem dados integrados e em tempo real, otimizando
diagnósticos e intervenções, especialmente em situações de
emergência.
Personalização de tratamentos
Um dos principais desafios na implementação das ASIs será a
integração de dados com os prontuários eletrônicos e o uso de APIs
que facilitem essa conexão. A interoperabilidade entre sistemas é
fundamental para que a superinteligência possa acessar e processar
informações como histórico médico, dados genéticos e
características individuais. Com isso, será possível propor
abordagens mais eficazes para monitorar condições crônicas e
emergências, analisando continuamente sinais vitais e mudanças sutis
nos padrões de saúde dos pacientes.
Além do impacto direto no fluxo de trabalho, a ASI promete também
aliviar a sobrecarga administrativa enfrentada por profissionais de
saúde. Tarefas como agendamentos, organização de prontuários e
preenchimento de formulários serão automatizadas de forma ainda mais
eficiente, passando a considerar até mesmo aspectos subjetivos,
liberando médicos e enfermeiros para se concentrarem definitivamente no
cuidado ao paciente.
A superinteligência na medicina abre um caminho promissor para
revolucionar o cuidado com as pessoas, mas isso só será possível com
uma integração responsável e ética. Superar os desafios de
privacidade e segurança não é apenas uma necessidade, mas uma
oportunidade para moldar um futuro em que tecnologia e humanidade
caminhem juntas, transformando a saúde em um campo de inovação e
empatia.