JH – No Dia Internacional de Luta Contra o Câncer na Infância, o Centro Infantil Boldrini destaca que todos podem e devem ajudar nesta batalha
No 15 de fevereiro é celebrado o Dia Internacional de Luta Contra o Câncer Infantil, que tem como objetivo preparar melhor a sociedade para reconhecer os sinais da doença precocemente, aumentando as chances de cura para milhares de crianças em todo o mundo.
Mas a cura não está apenas nas mãos dos profissionais da saúde e da ciência. A participação da sociedade de maneira geral, colaborando com hospitais, centro de pesquisas, campanhas de arrecadação e doações é essencial.
É o que alerta o Centro Infantil Boldrini, referência no tratamento do câncer infantil e doenças hematológicas, com a proximidade da data.
Mas o que fazer para ajudar nem sempre é claro para as pessoas que não passam pela doença ou têm alguém próximo doente. O olhar para a dor do outro com atenção e saber reconhecê-la é essencial.
Pelo menos é no que acredita a fotógrafa Caroline Prado Ruggiero, que desde o ano passado acompanha seu filho Bruno, de 3 anos, na luta contra a leucemia.
“Nossa família morava no Chile até o ano passado, quando resolvemos voltar ao Brasil. O Bruno não estava doente, tinha uma febre de vez em quando.
Chegamos em Piracicaba (interior de São Paulo) e já no começo do ano, as febres voltaram. Foram diversas idas a médicos, especialistas e duas internações para tentar diagnosticar a doença. Até que em setembro, ele foi encaminhado para o Boldrini, diagnosticado e iniciou o tratamento”, lembra.
Caroline começou a pensar em como ajudar durante o tratamento de Bruno.
A descoberta da doença não foi fácil e a falta de informação foi uma das causas para Caroline se sentir “perdida”. “Você ouve a palavra leucemia e pensa que acabou.
Não sabia o que esperar, pois não tinha conhecimento da doença. Isso mudou depois de falarmos com o médico, com os profissionais do hospital, de iniciar o tratamento. Mas a falta de informação assusta as pessoas até hoje quando conto a história do Bruno”, afirma.
Passar horas a fio no hospital entre consultas, quimioterapia e outros procedimentos fez com que Caroline pensasse no que poderia ajudar para levar mais conforto e leveza para pacientes e familiares.
“Como o Natal estava chegando, iniciei uma campanha em minhas redes sociais para fazer 100 almofadas e doar às crianças. Arrecadei muito mais do que previa e ao ver o engajamento das pessoas, entendi que podia fazer mais.
Como sempre acompanhava o Bruno nas sessões de quimioterapia, já tinha percebido que as televisões das salas onde as crianças ficam eram antigas, de tubo, e nem todas funcionavam a contento. Coloquei como meta trocar os 11 aparelhos”, lembra.
Caroline foi, então, em busca de empresários que topassem cumprir essa empreitada com ela e achou três dispostos a ajudar. O resultado foi a entrega de 11 televisores e dos suportes para o setor de quimioterapia.
“Parece pouco, mas entreter essas crianças e os acompanhantes faz diferença. E se pudemos ajudar um pouquinho que seja a melhorar as horas que eles passam lá, já valeu a pena”, conta a fotógrafa, divulgando que além das almofadas e das TV’s, irá entregar em breve jogos de cama e cobertores para a sala do tratamento.
A mãe de Bruno faz um alerta: é preciso falar sobre a doença. “Somente quando falamos e passamos informações é que as pessoas de fora ficam sabendo que podem e como ajudar.
Nem sempre envolve dinheiro, pode ser divulgar campanhas de doação de medula, ajudando a arrecadar materiais, doando tempo e trabalho. A falta de conhecimento faz com que percamos tantas oportunidades.
As pessoas estão sim dispostas a ajudar, mas nem sempre sabem como. A participação da sociedade em geral é essencial sim no tratamento do câncer infantil, e creio que de outras doenças, pois é uma rede de conforto para os pacientes, pais e para o próprio hospital”, defende Caroline com a certeza de quem vive dia a dia com a doença e de quem conseguiu olhar para o próximo e ajudar.
Sobre o Centro Infantil Boldrini
Centro Infantil Boldrini maior hospital especializado na América Latina, localizado em Campinas, que há 42 anos atua no cuidado a crianças e adolescentes com câncer e doenças do sangue.
Atualmente, o Boldrini trata cerca de 10 mil pacientes de diversas cidades brasileiras e alguns de países da América Latina, a maioria (80%) pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Um dos centros mais avançados do país, o Boldrini reúne alta tecnologia em diagnóstico e tratamento clínico especializado, comparáveis ao Primeiro Mundo, disponibilidade de leitos e atendimento humanitário às crianças portadoras dessas doenças. www.boldrini.org.br