UM DIA A GENTE NASCE E UM DIA…

Ontem, 2 de novembro, conforme o calendário oficial em diversas partes do mundo, foi comemorado o Dia de Finados, considerado um feriado religioso para homenagens aos que já faleceram. No Brasil o Dia dos Mortos tem origem na tradição católica, porém praticamente toda a população aderiu ao costume. Alguns visitam as sepulturas dos entes queridos e as enfeitam com flores. Outros dedicam o dia a orar, acender velas ou participar de missas em templos religiosos. Os protestantes, por sua vez, não têm o hábito de orar pelos mortos pois não acreditam na existência de um purgatório onde as almas necessitam da intervenção dos vivos. Nos países onde predomina o budismo os mortos são homenageados com procissões, músicas e desfiles. Os japoneses fazem oferendas aos antepassados com arroz, algas e frutas. No México é uma verdadeira festa que dura até três dias. Nessa cultura se crê que nesse período as almas dos que partiram visitam seus familiares e então eles devem estar prontos para recebe-los, com um altar repleto de comida e decorado com fotografias. Também cantam, dançam e desfilam pelas ruas e cemitérios com máscaras de caveiras coloridas.

Apesar de cada religião seguir, ou não, um determinado ritual, o fato é que a data costuma despertar em quase todos os povos muitos pensamentos, lembranças e questionamentos a respeito da morte.  Prefiro, porém, abordar aqui mais o sentido da vida, justamente porque eu acredito que a morte passa a ter um significado melhor dependendo de como aproveitamos o tempo que nos resta.

Coincidentemente essa semana ouvi um relato de uma conhecida que está enfrentando um câncer e, por conta desse diagnóstico, passou a prestar atenção à vida, muito mais do que em todos os anos em que a morte não estava no seu “radar”. A verdade é que, queiramos ou não, a morte sempre está no nosso radar, mas a gente não percebe.

Pois bem, mas voltando ao relato da jovem que eu conheci, diante da consciência de uma morte precoce, ela percebeu que tinha duas escolhas: se entregar à doença, se lamentar e experimentar a sensação de morrer ainda em vida; ou viver da melhor forma pelo tempo que ainda é possível fazer isso. Ela tem escolhido a segunda opção e, adivinhe: ela afirma que esses últimos 11 meses têm sido mais felizes que os 30 anos que já havia vivido.

Se pensarmos de forma prática, a única certeza que temos na vida é a morte. E já que não somos capazes de saber se ela virá daqui um dia, um mês, um ano ou cem, porque passar mais tempo pensando nisso ao invés de começar agora a viver o melhor instante do resto de nossas vidas? A questão é que a maioria de nós não está sabendo como viver, como encontrar felicidade nesse meio tempo, nesse trecho do percurso entre nascer e morrer.

Uma dica para detectar se você está sabendo viver de forma que chegue ao fim da vida e não ache que a morte veio cedo demais, é prestar atenção aos seus objetivos e o caminho que está traçando para alcança-los. Por exemplo, observe se você está vivendo loucamente muito preocupado em TER (quero dizer ter dinheiro, ter bens materiais e status), para depois conseguir FAZER (fazer viagens, fazer cursos, fazer amizades, fazer caridade ou fazer o que bem tiver vontade). E então, será que só por último você busca o SER? Ser alguém na vida, ser reconhecido, ser amado, ser feliz? Se você está seguindo essa ordem sinto lhe dizer, mas é bem possível que o resultado seja só sofrimento. Tente inverter os fatores: Busque SER (na sua essência), pra depois FAZER (o bem a você e ao próximo) e então TER (uma vida de realização, com qualidade e toda a sabedoria que naturalmente vem). Afinal, acredito que ninguém quer chegar nos seus últimos dias de vida e perceber que não evoluiu em nada, como ser humano, como filho, como pai, mãe ou irmão.

Quando a gente se preocupa com o que realmente é importante na vida, dando valor muito mais aos ensinamentos e aprendizados, compartilhando mais, saboreando cada momento, vivenciando tudo com intensidade, então na hora em que a morte chegar, ela não será aterrorizante e sim mais bem-vinda, como parte de um processo, com muito mais aceitação e naturalidade.

Não é raro encontrarmos pessoas que passam a vida em busca de um milagre e não percebem que a vida já é o próprio milagre! Portanto desfrute desse presente. Desfrute O Presente porque sobre isso você tem controle. Se preocupar com a morte é desnecessário e literalmente perda de tempo. Dependendo da sua crença, ela será apenas um ponto final ou uma bela passagem, e em ambos os casos, nada disso depende de você.

Porém, se você não tem conseguido ver o colorido da vida, se a ideia da morte ocupa mais seus pensamentos do que a vontade de viver, ou se essa data te trouxe o sentimento de perda que tem persistido te fazendo sofrer, busque ajuda profissional. Nós, terapeutas, temos técnica, amor e responsabilidade para conseguir te ajudar nesse momento que pode estar sendo difícil pra você enfrentar sozinho. Pense nisso!

Fique com Deus e, se Ele permitir, nos encontramos aqui na próxima semana! Até lá!

Adriana Cruz

Terapeuta, Jornalista e Palestrante

– Especialista em:

– Transtornos Emocionais, pelo método TRG;

– Leitura Corporal;

– Técnicas de Neurociência

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Atendimento presencial e online

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