AS LUZES DO NATAL

Poucas comemorações ganharam tanta força na sociedade quanto o Natal, não somente em termos religiosos, mas também culturais. Para o povo cristão a data, que se refere ao nascimento de Jesus Cristo, simboliza a vinda do salvador, o filho de Deus que, por meio da mensagem de amor, foi destinado a trazer luz ao mundo a fim de dissipar a escuridão. Mas, e para as demais religiões? Bom, qualquer outra religião que não for construída ao redor da figura de Jesus, logicamente não vai comemorar o Natal com o mesmo significado, porém muitas delas já “assimilaram” a comemoração. Primeiro porque as famílias estão cada vez mais híbridas. Tem sido comum encontrarmos numa mesma casa pessoas de diferentes crenças. Além disso, há alguns pontos de sinergia entre a religião cristã e as demais. Por exemplo, os mulçumanos consideram o natal como “O Dia da Família”. Os budistas celebram, também no mês de dezembro, a “Festa da Iluminação”, quando fazem referência a Buda, num momento importante de reflexão. Os Judeus, apesar de não considerarem Cristo como o messias, compartilham o mesmo sentimento de bondade, compaixão e generosidade desta época do ano, além de terem a tradição de iluminar a casa com um candelabro na celebração chamada Hanukkah, simbolizando também a vitória da luz contra a escuridão, no caso se referindo à luta dos judeus contra os seus opressores.

Eu poderia citar ainda inúmeras outras crenças e seus rituais que correspondem direta ou indiretamente ao Natal cristão, mas o objetivo não é este. Quero me atentar hoje ao significado das luzes nesta época do ano e levantar um questionamento: Por que as velas e luzes natalinas que simbolizam a presença de Deus no ambiente e representam a fé, não perpetua por todo o ano? Não me refiro à iluminação nas árvores, nas fachadas das casas, nos presépios ou nas ruas, mas sim dentro de cada um de nós.

Pense comigo: Não é oportuno fazer dessa data uma oportunidade para acender dentro de nós a chama do amor, da misericórdia, da caridade, e nos esforçarmos para que ela não se apague na semana seguinte, se mantenha acesa pelos próximos doze meses e perpetue ao longo dos anos?

Infelizmente o que temos visto é bem diferente disso. Muitas famílias, mesmo as que se dizem cristãs, nem se atentam à verdadeira essência do Natal. Apenas seguem um protocolo já pré-estabelecido. Chega dezembro e parece que o mundo vai acabar. O trânsito se intensifica, encontramos o “bom velhinho” suando numa roupa vermelha nos grandes centros comerciais, as pessoas ficam mais eufóricas e ansiosas em busca dos presentes – outras se frustram por não terem dinheiro suficiente para compra-los – sem falar naqueles rituais de sempre: ajudar uma instituição, enfeitar a casa, fazer a ceia, convidar a família, desembrulhar os presentes, trocar abraços (nem sempre sinceros), se emocionar com uns, se chatear com outros, dispensar os convidados, dormir, acordar, arrumar a casa no dia seguinte… e então voltar “à vida normal”. Afinal, pra muita gente o espírito de união e o convívio com os amigos e a família não faz parte do dia a dia. É um episódio anual, quase que uma encenação.

A boa notícia é que não precisa ser sempre assim. Manter o coração aquecido e a mente iluminada é uma questão de determinação. É possível fazer diferente a partir do momento que bem quisermos. Então por que não a partir de agora?

Gosto de imaginar que cada luzinha espalhada por aí, pode representar um de nós e que, se uma multidão mantiver a luz acesa, será mais fácil seguir por um caminho com mais entendimento, por uma trilha menos equivocada, com pessoas mais atentas às belezas da vida. Quando mantemos a chama interior acesa conseguimos também iluminar os outros, olhar nos olhos das pessoas, perceber melhor aqueles que andam ao nosso lado e que, por muitas vezes, nem sequer reparamos se eles precisam de ajuda.

A humanidade está carente, perdida. A escuridão tem levado a crises humanitárias, a guerras, preconceitos, intolerâncias e a becos sem saída. A falta de luz tem causado confusão mental, esfriamento da fé, falta de foco, ansiedade, angústias, depressão e tantos outros males, onde se tornou doloroso viver.

Porém a Palavra de Deus nos dá compreensão a respeito da luz verdadeira. É importante percebermos essa possibilidade da iluminação interior. Cada qual com a sua crença, pode buscar o seu próprio brilho e assim conseguir ajudar quem está ao seu lado para que ele brilhe também. A nossa luz, assim como as luzes de Natal, quando mantida por uma fonte inesgotável de amor, é capaz de iluminar inúmeras outras mentes e corações por todo mundo.

Te desejo fé, sabedoria e iluminação mental e espiritual para que você possa ser semelhante a uma tocha que leva calor, amor e luz, por onde for. Um Feliz Natal e até a próxima semana!
E não se esqueça que também podemos nos encontrar a partir de agora no Regional TV com o novo Podcast Políticos e Personalidades. Para assistir acesse a plataforma https://www.ihit.bio/oregionalon

 

Adriana Cruz

Terapeuta, Jornalista e Palestrante

– Especialista em:

– Transtornos Emocionais, pelo método TRG;

– Leitura Corporal;

– Técnicas de Neurociência

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