Morre em SP aos 96 anos, Delfim Netto
Foto: Salu Parente/Câmara dos Deputados
Delfim Netto morreu na madrugada desta segunda-feira (12), aos 96 anos. Ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento nas décadas de 1960, 70 e 80, ele estava internado desde o último dia 5, no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo e sofreu complicações em seu quadro de saúde.
Com mais de 55 anos de vida pública, economista influente, ocupou cargos no Executivo e Legislativo, Delfim Netto comandou a economia nos governos militares de Costa e Silva e Médici, foi um dos um dos ministros que assinaram, em 1968, o Ato Institucional número 5, o AI-5, durante a ditadura militar. Também tido como um dos responsáveis pelo chamado “milagre econômico”, ele foi o ministro da Fazenda mais jovem a ocupar o cargo, aos 38 anos em 1967 e por sete anos, esteve à frente da pasta, até 1974
Professor Emérito da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, ficou conhecido por defender o investimento estrangeiro no Brasil e as exportações do país. É dele, a frase: É preciso fazer o bolo crescer para depois dividi-lo.
Em nota, o presidente Lula lamentou a morte do economista e lembrou que durante 30 anos fez críticas a Delfim Netto. O presidente escreveu: “Na minha campanha em 2006, pedi desculpas publicamente porque ele foi um dos maiores defensores do que fizemos em políticas de desenvolvimento e inclusão social que implementei nos meus dois primeiros mandatos. Delfim participou muito da elaboração das políticas econômicas daquele período”. E Lula complementou: “Quando o adversário político é inteligente, nos faz trabalhar para sermos mais inteligentes e competentes”.
Reportagem, Katia Maia
Agência Voz