Campinas Registra novos casos de Mpox em meio a alerta da OMS
Campinas (SP) voltou a registrar casos de mpox (anteriormente conhecida como varíola dos macacos), segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde. Até esta quinta-feira (15), a cidade confirmou 8 novos casos da doença, um aumento significativo em relação ao ano passado, quando apenas um caso foi registrado.
O crescimento em Campinas reflete uma tendência observada em todo o estado de São Paulo, onde as ocorrências de mpox aumentaram 257% de janeiro a julho de 2024, comparado ao mesmo período de 2023.
Na quarta-feira (14), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a mpox é novamente considerada uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). No entanto, essa classificação não implica em uma pandemia.
No Brasil, 709 casos e 16 mortes por mpox foram notificados este ano. Com a preocupação crescente, o Ministério da Saúde convocou uma reunião para discutir o cenário e planeja atualizar as recomendações e o plano de contingência.
Perfil dos infectados
Nos últimos três anos, 105 casos de mpox foram confirmados em Campinas. A maioria dos pacientes são homens, com apenas 9 mulheres entre os infectados. Cerca de 43,8% dos casos foram registrados em pessoas de 30 a 39 anos, seguidas por 38% de 20 a 29 anos. Grupos etários de 40 a 49 anos representam 9,5%, enquanto as faixas de 10 a 19 e 50 a 59 anos somam 8,5% dos casos.
Alerta sem alarde
Embora a declaração da OMS chame a atenção para a necessidade de uma resposta internacional coordenada, isso não significa que há uma pandemia em curso. A principal preocupação é o surgimento de uma nova variante do vírus, com maior mortalidade, que até o momento está restrita à África Central. Os casos confirmados em Campinas e no Brasil são causados pela variante anterior, que tem circulado nos últimos anos.
A infectologista Valéria Almeida explica que o aumento de casos na cidade está mais relacionado ao aumento na testagem. “Com o aumento dos testes, mais casos estão sendo diagnosticados. A cepa em circulação atualmente no Brasil tende a causar sintomas leves e é transmitida principalmente por contato sexual, muitas vezes com poucas lesões”, destaca.
Mpox: Sintomas e tratamento
A mpox é uma zoonose viral transmitida aos humanos por animais, como roedores e macacos, principalmente em áreas da África Central e Ocidental. Os principais sintomas incluem febre, dores no corpo, calafrios, cansaço, e erupções cutâneas.
Pacientes com sistema imunológico comprometido estão em maior risco de desenvolver complicações graves, como pneumonia, sepse, encefalite, e infecções oculares que podem levar à cegueira.
Embora a mpox possa ser fatal, a cepa atualmente em circulação no Brasil apresenta baixa mortalidade. O tratamento é baseado em medidas de suporte clínico, focando no alívio dos sintomas, prevenção de complicações e tratamento das mesmas. Até o momento, não há medicamentos específicos aprovados para a mpox, e a maioria dos casos apresenta sintomas leves a moderados.
fonte: G1 Campinas