Confraria da Dança celebra 20 anos do solo “Carta para não mandar ou Cantiga interrompida” no SESC Campinas
Foto – João Maria
A apresentação marca também outro momento especial: o retorno do espetáculo ao mesmo palco de sua estreia há duas décadas, entrelaçando passado e presente em poesia e movimento
O solo autoral Carta para não mandar ou Cantiga interrompida, produzido pela Confraria da Dança, está celebrando 20 anos de criação. Idealizado e interpretado pela bailarina Diane Ichimaru, o espetáculo percorreu diversas cidades brasileiras, conquistando prêmios e emocionando plateias ao longo de sua trajetória. Para marcar esse momento especial, a obra retorna ao SESC Campinas, palco onde estreou, para uma apresentação única no dia 13 de dezembro, sexta-feira, às 20h.
Carta para não mandar ou Cantiga interrompida nasce das memórias da bailarina Diane, a partir de um vestido herdado de sua avó. O aroma de guardado e o balanço do tecido trouxeram à tona recordações da mulher habilidosa, que dedicava suas mãos a trabalhos manuais e à preparação de quitutes. Nos últimos anos de vida, porém, enfrentou demência e Mal de Parkinson com os desafios do declínio físico e mental. Essas lembranças, carregadas de afeto e fragilidade, inspiraram um processo criativo que funde dança e poesia em uma obra singular. “Essa obra trata da incompletude. Nossa vida pode ser interrompida a qualquer momento, e essa imprevisibilidade permeia nossas ações e planos”, reflete Diane.
Com uma abordagem sensível e atemporal, o espetáculo permanece atual, explorando a dualidade entre memória e esquecimento, isolamento e introspecção, através de movimentos e cenários que remetem às tradições culturais brasileiras.
Uma jornada com mais de 80 apresentações
Carta para não mandar ou Cantiga interrompida construiu uma trajetória marcante na dança brasileira. A versão completa do solo foi apresentada pela primeira vez em parceria com o SESC SP e, desde então, percorreu 43 cidades em 81 apresentações, integrando projetos como Caravana FUNARTE Petrobras de Circulação Nacional (2007), Palco Giratório/SESC Nacional (2008), Prêmio FUNARTE de Dança Klauss Vianna (2009), Virada Cultural Paulista (2011), Circulação pelo Edital ProAC 4 (2011), Festival de Dança de Londrina (2015), entre outros.
Em 2022, a obra foi adaptada para o audiovisual com apoio do Edital ProAC, para a plataforma #CulturaEmCasa. Em 2024, para celebrar seus 20 anos, Diane circulou pelo interior do estado de São Paulo, por meio do edital LPG Difusão Cultural da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo. As comemorações se encerram neste mês de dezembro, no mesmo palco de sua estreia, no teatro do SESC Campinas.
Elementos de cena, figurino, luz e música
A simplicidade guia todos os aspectos do espetáculo. Diane Ichimaru assina figurinos e cenografia, integrados à direção e coreografia, conferindo um toque autoral à obra. O vestido, costurado por Diane, recria o antigo crepe poá de sua avó em uma malha rendada pintada à mão.
A iluminação de Marcelo Rodrigues alterna delicadamente entre tons de palha, lavanda e âmbar, criando atmosferas íntimas com transições quase imperceptíveis. A trilha, composta por Rafael dos Santos, mistura a nostalgia da seresta, a leve ironia do maxixe e a melancolia de Erik Satie, dialogando com o movimento e a narrativa poética da obra.
Sobre a artista Diane Ichimaru
Vencedora do Prêmio APCA 2009 como criadora-intérprete em dança e fundadora da Confraria da Dança, Diane iniciou sua carreira em 1983 e se graduou em dança pelo Instituto de Artes/UNICAMP. Com formação em dança clássica, moderna, contemporânea e danças brasileiras, também possui experiência em artes plásticas, comunicação visual, ilustração, cenografia e figurino. Diane desenvolve projetos autorais pela Confraria da Dança desde 1996, criando também cenografia, figurino e Ilustrações.
Aos 59 anos, Diane Ichimaru segue protagonizando suas obras, ampliando as possibilidades expressivas da dança com o passar do tempo. Ela transforma os desafios do corpo em novas oportunidades de criação, reafirmando a potência artística que a acompanha desde o início de sua carreira.
Confraria da Dança
Diane Ichimaru e Marcelo Rodrigues fundaram a Confraria da Dança em 1996, em Campinas/SP. Seus projetos direcionados à pesquisa de linguagem, criação e manutenção de espetáculos autorais acumulam premiações da FUNARTE / Ministério da Cultura, Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo, Cultura Inglesa, APCA – Associação Paulista dos Críticos de Arte, entre outros. A dupla promove parcerias com artistas das áreas da dança, teatro, música e artes plásticas, atividades diversificadas de formação e fruição artística que atingem público infantil, adulto e terceira idade, estudantes de arte em processo de formação e artistas profissionais em busca de aperfeiçoamento.
Ficha técnica
Dramaturgia de corpo e palavra, direção, interpretação e figurino | Diane Ichimaru
Composição e execução da trilha musical | Rafael dos Santos
Desenho de luz | Marcelo Rodrigues
Assistência de montagem | Maíra Prates
Registro fotográfico | João Maria
Comunicação/imprensa | Leila Lemes Branco
Produção | Confraria da Dança
Serviço
Carta para não mandar ou Cantiga interrompida
Onde: Sesc Campinas
Rua Dom José I, 270/333 – Bonfim, Campinas
Quando: 13 de dezembro de 2024, sexta-feira, 20h
Ingressos: App Credencial Sesc SP ou Central de Relacionamento Digital (centralderelacionamento.sescsp.org.br) a partir do dia 3/12.
Credencial plena: R$ 15,00
Estudantes, idosos, MIS: R$ 25,00
Inteira: R$ 50,00
@confraria.da.danca – https://www.instagram.com/confraria.da.danca/