O que significa a Taxa Selic atingindo 13,75% ao ano?
Na prática, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) eleva a taxa básica de juros da economia (Taxa Selic), o que está havendo é um encarecimento do dinheiro, a considerar que o “preço” do dinheiro são os juros. Esse encarecimento do dinheiro tem dois efeitos importantes: por um lado “penaliza” quem tem “dinheiro faltando” (deficitários) e por outro “beneficia” aqueles que tem “dinheiro sobrando” (superavitários).
Entender essa comparação não é tarefa difícil: quem precisa de dinheiro para suas transações e for buscá-lo no mercado, irá pagar mais caro por ele, já quem tem recursos excedentes e estiver disposto a cedê-lo no mercado, irá receber mais por isso.
Normalmente, após essa pergunta do que significa na prática a elevação da Selic, vem outras duas perguntas: a) por que motivo e qual o objetivo de elevar o “preço” do dinheiro? E b) como eu sei que, de fato, esse é o “preço do dinheiro”?
A administração da taxa Selic, tem por principal objetivo afetar a inflação. Se o objetivo é baixar a inflação, eleva-se o custo do dinheiro, o que tende a fazer com que as pessoas comprem menos dinheiro (tomem menos crédito), a considerar que o dinheiro ficou mais caro. Se as pessoas estão tomando menos crédito, o consumo tende a diminuir o que provocará uma redução da pressão que a demanda exerce sobre os preços.
Para fazer o mercado “acreditar” que a taxa básica de juros vigente é 13,75% ao ano, o próprio Governo passa a pagar esse preço quando pega dinheiro “emprestado” no mercado. Importante ressaltar que a forma que o Governo toma dinheiro emprestado é através dos Títulos Públicos do Tesouro Nacional, ou seja, o Governo emite títulos públicos que irão pagar 13,75% ao ano de juros.
Podemos concluir sugerindo que, no atual patamar de juros e inflação da economia brasileira, manter o dinheiro em aplicações financeiras de renda fixa é o caminho mais seguro para ganhar dinheiro, é onde podemos obter a maior rentabilidade real a um risco baixo. A tradicional poupança, há tempos que deixou de ser uma boa opção de “investimento”, bem como aplicar em imóveis.
Roberto Rodrigues é economista, consultor de Valores Mobiliários credenciado pela CVM, professor Universitário e Assessor de Investimentos da Sicredi Força dos Ventos SP