Alunos do EJA participam de aula sobre Festa de Maio

Dentro das atividades pré-comemorativas aos 200 anos de Itapira, que serão completados em 2020, o Museu Histórico e Pedagógico ‘Comendador Virgolino de Oliveira’ deu início a um ciclo de palestras com aulas de temas específicos referentes a história do município, como suas origens indígenas, as populações que viveram antes de 1820 e como a ‘Penha do Rio do Peixe’ se transformou em uma grande cidade baseada nas plantações de café e na mão de obra escrava.

Na última quinta-feira, 25, os alunos do EJA (Educação para Jovens e Adultos) da Emeb João Simões recepcionaram o coordenador do museu, Eric Apolinário, para a aula ‘Festa de Maio – Congos, Búzios e Sambas’. Durante cerca de uma hora, Apolinário apresentou fatos muitas vezes desconhecidos da maioria da comunidade e as origens do que hoje conhecemos por Festa de Maio, uma das mais antigas manifestações religiosas e culturais do Estado de São Paulo.

A palestra teve início com uma explanação sobre como a devoção a São Benedito chegou ao Brasil e como a população negra do século XIX, em sua maioria cativa, relacionava o santo católico às linhagens dos chamados Pretos Velhos. “A Festa de Maio tem origens nas senzalas da Penha do Rio do Peixe, através do sincretismo entre o cristianismo e religiões de origens africanas. Ela ganha força cultural e representatividade após a Abolição, quando a comunidade negra formada por ex-escravos e suas famílias ocupam o Largo de São Benedito anualmente no dia 13 de maio, em comemoração à assinatura da Lei Áurea”, contou Apolinário. Com o passar dos anos, a Igreja Católica se une às comemorações da Irmandade dos “Homens de Cor” e a estes ex-cativos, criando a festa no formado atual.

“Após uma centena de anos, a Festa de Maio evoluiu com as novas gerações, transformando-se e adaptando-se com as novas eras, sem perder seu significado original. Cabe a nós, itapirenses, independente de religião ou crença, percebermos que a riqueza desta manifestação religiosa e cultural está em nossas mãos. É preciso valorizar, prestigiar e cuidar para que ela continue por centenas de anos mais”, concluiu Apolinário. Ao final da palestra, o público assistiu o  documentário “Congos, Búzios e Sambas”, com depoimentos sobre a Festa de Maio.

Instituições interessadas em receber a palestra podem solicitar agendamento pelo telefone (19) 3813.1090, (19) 3863.0835 ou pelo email museu.historico@itapira.sp.gov.br.

 

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