AS TRANSFORMAÇÕES NA VILA DE JAGUARY NOS ANOS 1940

O Distrito de Paz de Jaguary fazia parte do Município de Mogi-Mirim. Não havia indústrias, nem pequenas fábricas. Vivia da agricultura, pecuária e de pequeno comércio. A energia elétrica vinha de Pedreira e era escassa. As lâmpadas incandescentes nos postes de ferro eram uma lamparina na escuridão da noite. O povo recolhia-se cedo ao leito ouvindo o sino da Igreja e o ciciar dos insetos. Alguns vizinhos reuniam-se com cadeiras nas calçadas, enquanto as crianças juntavam-se em brincadeiras à beira das ruas de terra. Todos se encantavam com o luar e com as estrelas. Em março de 1941 , Jaguary foi presenteado com um jardim público doado por Mogi Mirim. Aspiração antiga da Vila foi atendida. Construiu-se um belíssimo jardim público no estilo Versalhes com canteiros triangulares contornado por buxinhos, gramados e belas roseiras ao centro. Era bem iluminado por colunas decoradas de cimento que se abriam em braços, tendo em seus ponteiros, globos leitosos com lâmpadas mais potentes. Muita festa na inauguração. Nos anais industriais da vila seja registrada, nesta época, que o imigrante italiano, Adone Bonetti, inaugura uma fábrica de raspa de mandioca “Fecularia Santo Antônio” no fim da rua Cel. Amâncio Bueno. Houve grande progresso. Em 21 de janeiro de 1945, houve ampliação neste setor industrial. Ele inaugurou uma nova seção de fábrica de massa de goiaba. Ela apresentou-se com três novas dependências: seções de vapor, moagem e cocção da massa de goiaba, soldagem e encaixotamento. O correspondente da Comarca põe em evidência de modo irrepreensível, a higiene em todos os compartimentos, revestidos de azulejos em todas as paredes e com piso ladrilhado e água potável canalizada em abundância nos amplos tanques para lavagem das frutas. Em 1º de janeiro de 1945, houve a alteração do nome do Distrito de Paz de Jaguari passou para Jaguariúna. Foi precedida da constituição de comissão local que estudou novo nome para este distrito, selecionando 03 sugestões. Aliás, foi desse imortal educador, Prof. Oscar de Almeida, a sugestão vencedora em São Paulo, pelos órgãos competentes, de acrescentar o sufixo “UNA” para desfazer a homonímia. O diretor do Grupo Escolar lutou muito também para conseguir um novo prédio para a escola junto aos órgãos educacionais e políticos. O grupo velho na Rua Cândido Bueno não apresentava mais condições físicas para atender a clientela escolar. Assim foi inaugurado em 06/10/1946, com grandes comemorações o majestoso prédio com seis amplas salas de aula na rua Cel. Amâncio Bueno n.º400. Houve presença de autoridades políticas de Mogi Mirim, nosso município, autoridades educacionais, banda, fanfarra, desfile, Missa em Ação de Graças na Matriz, hasteamento da bandeira, canto do Hino Nacional, números musicais pelos alunos. Outro acontecimento digno de registro nesta década foi a construção da Casa Paroquial atrás da Matriz de Santa Maria de 1943 a 1945. Iniciada pelo Padre Nazareno Maggi, com pedra fundamental e Ata. Foi finalizada pelo Padre A. Mariano Camargo. História narrada pela “A Comarca” e festa de inauguração em 16/07/1945, contou com presença dos fiéis, de autoridades eclesiásticas, políticas e civis. Considerada a melhor residência paroquial com exceção àquelas próprias da diocese na cidade de Campinas. Em 1949, no último ano da década, Padre Gomes cria a Cavalaria de Santo Antônio realizando as duas ou três primeiras edições de evento religioso e turístico que germinou, adormeceu e floresceu, por sua iniciativa, a partir de 1973 na grande Cavalaria Antoniana. Nesta década, Jaguariúna despertava-se! Estava próxima sua autonomia política e administrativa.
Tomaz de Aquino Pires.