“CAVEMOS A TERRA! PLANTEMOS NOSSA ÁRVORE!”

Quando o homem sente o calor que aumenta em cada verão que passa e o sol que o aquece forçando-o a fugir da ação de seus raios e/ou para um ambiente com ar- condicionado, ele passa a valorizar uma árvore. Pois ela o protege, traz a sombra fresca que o alivia, purifica o ar que respira, livra a sua habitação do aquecimento que lhe faz mal. A árvore faz bem à saúde do corpo e da alma da pessoa. Ela com sua sombra, suas flores, seus frutos é um milagre da natureza. Suas raízes recolhem para a terra a água das chuvas. Sempre o homem a plantou, agora, mais do que nunca quando o humano se sente dentro de um forno, é uma necessidade imediata correr atrás do prejuízo da falta de árvores nas calçadas, nos jardins e nos quintais e plantá-las. Só se plantam árvores de pequeno porte nas calçadas e jardins, principalmente nos lados em que há fiação elétrica.

O essencial é que produzam sombra como a espécie chamada “Samambaia” e há várias outras próprias tais locais. Há árvores ornamentais como os Ipês, cujas flores ornamentam não só as casas, mas também as ruas e bairros. Há épocas que nas árvores estridulam as cigarras, os sabias afinam sua flauta. Coleirinhas e bigodinhos, canários da terra fazem agrado aos ouvidos com o milagre de seu canto. A natureza é pródiga destas bênçãos! Desapareceram os pintassilgos que se reproduziam nos pinheirinhos. Eles encontram o alimento de que necessitam e o carinho e conscientização de pessoas que zelam por seu retorno em alguns sítios. Tucanos têm vindo se aninhar nos ocos fundos das árvores.

Por onde voam os pássaros pretos? É preciso replantar aquelas árvores que acolhiam espécies raras que se encontram em extinção! Quem as plantará? Cumpre enriquecer a flora para perpetuar preciosidades da fauna. Cumpre preservar o planeta para a sobrevivência do homem! Nos Grupos Escolares, os mestres ensinaram e as mães cantaram para nós. “Cavemos a terra, plantemos nossa árvore… ou flores, ou frutos, ou sombra dará. A terra que é boa lhe firme as raízes. O céu generoso que regue esta planta, o sol de dezembro lhe dê seu calor…”. Desde o berço aprendíamos este cuidado para com a Natureza. Um quintal com árvores, gramado, com jardineiras e orquídeas, uma horta com verduras, plantas medicinais, temperos e canto de pássaros contribui muito para com a saúde dos seus moradores.

A Família e a Escola precisam perseverar nestes ensinamentos a cada nascer do Sol: plantar árvores, não produzir lixo, não usar descartáveis na mesa, reciclar o lixo seco, tornar o lixo úmido da cozinha em húmus (composteiras) para as plantas. Preservar e/ou recompor a mata ciliar nas nascentes e nas margens dos rios. Ensinar que há árvore certa para o local certo. Quanto nós procuramos conscientizar nossos filhos e alunos sobre o prejuízo da queimada das matas, a retirada indiscriminada da areia, a necessidade de despoluição dos rios e de seu repovoamento com alevinos!

Mostrávamos como evitar as tragédias do desmoronamento, não loteando as montanhas. E por que elas devem permanecer intactas, plenamente cobertas de vegetação, pois as chuvas através delas alimentam os lençóis freáticos, que por sua vez, alimentam os rios. E deles vem a água, fonte de vida para a nossa sobrevivência. Doces memórias do Programa de Educação Ambiental das Escolas: “Jaguari, Epopeia de um Rio”. A professora e poetisa Isabel Bande Spinosa e educadores fizeram procissões de barcos a remo no Jaguari com velhos pescadores, nos anos 90 e foram celebradas 17 missas ecológicas. Todo processo de formação, de conscientização é moroso, mas, agora, percebemos que, paulatinamente, colhem-se frutos, em satisfatória colheita, de uma vigorosa semeadura, em terreno fértil, como a terra e o coração humano.

A beleza da criação divina é um alerta para o homem que é preciso cuidar da Natureza, manter este jardim para as futuras gerações. Entregá-lo, como recebemos! Você já plantou uma árvore de pequeno porte em sua calçada?

Tomaz de Aquino Pires