Déficit comercial da RMC no 1º semestre ultrapassa US$ 4 bilhões em meio à pandemia

A Região Metropolitana de Campinas, com US$ 5,71 bilhões gastos em importações e US$ 1,57 bilhão recebido em exportações, encerrou o 1º semestre de 2020 com déficit comercial de 4,14 bilhões de dólares, saldo superior ao do Estado de São Paulo.

Em junho, de acordo com o estudo do Observatório PUC-Campinas, o volume exportado foi 30% menor comparando-se ao mesmo período de 2019, seguindo o comportamento verificado nos últimos meses. (VEJA ESTUDO COMPLETO)

No mês de junho, os produtos exportados mais impactados foram medicamentos, polímeros de propileno, peças de motores de ignição por combustão interna, carne preparada ou conservada, miudezas ou sangue, e polímeros de etileno.

Foi o pior desempenho para o mês nos últimos 10 anos, tornando a participação das exportações no Estado de São Paulo a menor nos patamares históricos. A situação não foi mais dramática devido ao crescimento nas exportações de circuitos eletrônicos integrados, sabonete, papel e agroquímicos.

Outro aspecto negativo é que, na pauta de exportações, as mercadorias consideradas de maior complexidade econômica tiveram perdas expressivas. Segundo o economista Paulo Oliveira, que fez a análise, estes produtos requerem maior sofisticação tecnológica das estruturas produtivas.

“Por exigirem mais conhecimento para a sua fabricação, eles demandam por mão-de-obra mais qualificada, oferecendo maiores salários aos profissionais envolvidos. Assim, compõem um fator importante de renda na região”, pontua.

Em relação às importações, que também tiveram queda no mês de junho (-6,8% em comparação com o mesmo período do ano passado), houve diminuição principalmente nas compras externas de peças para veículos, aparelhos elétricos, máquinas de processamento automático de dados, circuitos eletrônicos integrados e acessórios para máquinas de escritório.

Por outro lado, houve aumento nas compras de compostos químicos e orgânicos, antissoros, vacinas e antibióticos.
De modo geral, levando em conta os dados do Ministério da Economia, há sinais de diminuição na atividade de todos os segmentos da indústria, como a química, farmoquímica e agroquímica, bem como daqueles ligados à produção de aparelhos telefônicos, eletrônicos e de automóveis.

Das dez principais mercadorias exportadas pela RMC, somente a soja teve variação positiva em junho em relação ao mesmo período de 2019.

“Além disso, o volume das exportações caiu expressivamente para todos os principais parceiros comerciais, como Estados Unidos (-69,5%) e Argentina (-69,3%). As quedas resultam claramente do desaquecimento da economia global diante da crise do coronavírus”, acrescenta o professor extensionista.

 

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