Dia do Sono: muito mais do que ‘apenas’ dormir bem
Por Dr. Alexandre Motta Mecê (*)
Dr. Alexandre Mecê – Crédito Matheus Campos
Você já teve a sensação de dormir oito horas à noite, mas ainda acordar cansado e sem energia? Ou, então, já teve aquela sensação de que esteve acordado a noite inteira e não conseguiu ter nem uma hora de sono reparador? Essas são algumas das várias queixas muito comuns dos meus pacientes sobre o sono, levantando para nós uma questão muito importante e pouco explorada: como está a qualidade do seu sono?
Neste “Dia do Sono” (15/3), temos a oportunidade de conversarmos um pouco sobre esta etapa da rotina e requisito de boa saúde. Entender como o sono é estruturado (o que chamamos de “arquitetura do sono”) é nosso primeiro passo. O sono é composto por quatro fases que se alternam entre si. Essa mudança de etapas é fundamental para que o cérebro trabalhe todos os órgãos do corpo de modo coordenado, como uma orquestra, o que permite que a pessoa descanse bem e tenha produção dos hormônios noturnos de modo saudável. Ou seja, cada fase tem suas características próprias, que vão muito além de descansar e sonhar; elas regulam atividades do coração, pulmão, músculos e nervos. Então, o contrário também é verdade: um sono desorganizado pode trazer problemas de saúde.
Portanto, precisamos conversar de duas coisas diferentes entre si: a necessidade de horas de sono e a arquitetura do sono.
O tempo mínimo necessário de sono varia entre cada pessoa, levando em consideração principalmente a idade (geralmente bebês dormem mais horas por dia, idosos costumam dormir menos) e a necessidade individual. Existem, por exemplo, pacientes que são “dormidores curtos”, ou seja, que com 6-7h de sono por noite, sentem-se bem e ativos para o dia seguinte. Da mesma forma, existem pessoas “dormidoras longas”, que precisam de mais tempo para a mesma sensação (9-10h/noite). Dizemos que uma média de 7-8h é o mais próximo do ideal para adultos.
Com relação à arquitetura do sono, estudos mostram que ela se organiza em quatro fases que, em um ciclo normal, costumam se alternar: N1 (também conhecida como sonolência, quando ainda estamos “pegando no sono”), N2, N3 (duas fases em que o sono é mais profundo) e a fase do sono REM (do inglês Rapid Eye Movement, a fase em que o corpo deve encontrar-se totalmente parado e os olhos apresentam movimentos rápidos característicos, sendo esta a fase em que sonhamos). O sono saudável passa por todas as fases por cerca de 1h30, reiniciando novamente o ciclo até despertarmos.
Portanto, o que é necessário para “dormir bem”? Além de entendermos a necessidade de horas de sono de cada um, é importante também deixarmos a arquitetura do nosso sono a mais ideal possível. Fatores como estresse, ansiedade, medicamentos, bebidas estimulantes, refeições grandes à noite, cochilos diurnos são exemplos de hábitos que alteram esta arquitetura, fazendo com que a pessoa sinta que não consegue ter uma noite de sono boa.
Por isso, uma vez entendendo a importância desses fatores, surge o conceito de “higiene do sono”, que nada mais é do que um conjunto de hábitos que reorganizam a arquitetura do sono. Destaco alguns deles: manter uma rotina de horário para dormir, não tomar café ou bebidas alcoólicas à noite, evitar cochilos diurnos, preferir ambientes silenciosos e escuros, evitar refeições pesadas à noite e somente ir para a cama quando realmente estiver com sono.
Entenderam como o conceito de “dormir bem” vai muito além de quantidade de horas dormidas? A busca de hábitos saudáveis do sono deve ser uma rotina na vida de todos, já que estamos falando de uma necessidade fisiológica que envolve muito mais que o simples ato de descansar. Como está seu sono? Você se considera uma pessoa com hábito de sono saudável? Caso precise de ajuda, uma opinião médica especialista é sempre bem-vinda.
(*) Dr. Alexandre Motta Mecê é médico neurologista e neurofisiologista do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), CRM 190946/RQE 99830
Sobre o Vera Cruz Hospital
Há 80 anos, o Vera Cruz Hospital é reconhecido pela qualidade de seus serviços, capacidade tecnológica, equipe de médicos renomados e por oferecer um atendimento humano que valoriza a vida em primeiro lugar. A unidade dispõe de 166 leitos distribuídos em diferentes unidades de internação, em acomodação individual (apartamento) ou coletiva (dois leitos), UTIs e maternidade, e ainda conta com setores de Quimioterapia, Hemodinâmica, Radiologia (incluindo tomografia, ressonância magnética, densitometria óssea, ultrassonografia e raio x), e laboratório com o selo de qualidade Fleury Medicina e Saúde. Em outubro de 2017, a Hospital Care tornou-se parceira do Vera Cruz. Em quase seis anos, a aliança registra importantes avanços na prestação de serviços gerados por investimentos em inovação e tecnologia, tendo, inclusive, ultrapassado a marca de duas mil cirurgias robóticas, grande diferencial na região e no interior do Brasil. Em médio prazo, o grupo prevê expansão no atendimento com a criação de dois novos prédios erguidos na frente e ao lado do hospital principal, totalizando 17 mil m² de áreas construídas a mais. Há 35 anos, o Vera Cruz criou e mantém a Fundação Roberto Rocha Brito, referência em treinamentos e cursos de saúde na Região Metropolitana de Campinas, tanto para profissionais do setor quanto para leigos, e é uma unidade credenciada da American Heart Association. Em abril de 2021, o Hospital conquistou o Selo de Excelência em Boas Práticas de Segurança para o enfrentamento da Covid-19 pelo Instituto Brasileiro de Excelência em Saúde (IBES) e, em dezembro, foi reacreditado em nível máximo de Excelência em atendimento geral pela Organização Nacional de Acreditação.