Empresário de Mogi Mirim é preso suspeito de intermediar tráfico de drogas entre Bolívia e Santa Catarina

Um homem que se apresenta como empresário de Mogi Mirim (SP) foi preso na manhã desta quinta-feira (10) por suspeita de intermediar o tráfico internacional de drogas entre Bolívia e Santa Catarina (SC). A ação faz parte da operação da Polícia Federal de Joinville, que cumpre um total de 84 mandados em quatro estados do país.

De acordo com o delegado da PF de Santa Catarina Dr. Alessandro Netto Vieira, o suspeito, de 26 anos, foi detido na residência, um condomínio de luxo na cidade do interior paulista, bairro Chácara Ipê.

“Ele faz a ponte entre traficantes sediados no exterior, na Bolívia, notadamente, que tem a capacidade de adquirir a cocaína no exterior, com pessoas que trabalham aqui em Santa Catarina e fazem a logística da embarcação da droga em contêiners, notadamente a cocaína”, afirma o delegado da PF.

Foi decretada prisão preventiva dele, expedida pela Justiça Federal de Joinville. Ele foi encaminhado para a sede da PF de Campinas, onde aguardará decisão de transferência para SC. Um veículo de luxo BMW foi apreendido com o empresário.

“Os investigados responderão pelos crimes de tráfico de drogas (art. 33 da Lei nº 11.343/06) e formação de organização criminosa (art. 2º da Lei nº 12.850/13), cujas penas máximas somadas ultrapassam 30 anos de reclusão”, explica a Polícia Federal.

A operação, denominada “Shipping Box”, contra o tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e formação de uma organização criminosa, cumpre nesta quinta 34 mandados de prisão e mais 50 de busca e apreensão.

Os alvos estão em 15 cidades de Santa Catarina, Paraná (PR), Rio Grande do Sul (RS), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). A Receita Federal também participa da ação.

Durante as investigações, foram apreendidas aproximadamente 6 toneladas de cocaína e presas oito pessoas em flagrante em Santa Catarina. Nesta quinta, estão sendo sequestrados 68 veículos, 23 imóveis e 2 embarcações. Além disso, haverá o bloqueio de 30 contas bancárias de vários investigados.

O nome “Shipping Box” faz alusão, em inglês, ao método de atuação da organização criminosa, que usava o sistema de despacho marítimo de drogas escondidas em contêineres.

Como a organização criminosa atuava

  • De acordo com a Polícia Federal, os criminosos aliciavam funcionários dos portos para facilitar a entrada da droga.
  • A quadrilha trabalhava para criar compartimentos falsos em caminhões para transporte de traficantes e cargas para dentro dos portos.
  • Também criava empresas de logística de carregamento e transporte de contêineres para atrair a exportação de cargas lícitas que ensejassem a oportunidade de enxerto e embarque de cocaína.
  • Parte das cargas de cocaína que vinham da Bolívia eram inseridas em contêineres a bordo de navios para a Europa.
  • Outra parte era pulverizada para abastecer organizações criminosas dedicadas ao tráfico para consumo interno.

“A PF já detectou, em meio ao tráfico, indicativos de um esquema de lavagem de dinheiro por alguns dos investigados através da constituição de empresas fictícias e aquisição de ativos como ouro e até mesmo de criptomoedas”, afirma a corporação.

 

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