HISTÓRIA DA ARTE PARA TODOS OS CURRÍCULOS
Definir o essencial na formação do estudante e cumprir tal meta, não pode deixar o seu lugar para o urgente. O urgente nunca deve tomar o lugar do importante. Todo aluno precisa de um currículo que zele por uma formação geral básica. Assim como ela deverá ser especializada, mais tarde, até no Ensino Superior para uma vivência profissional ética. As ciências humanas têm perdido espaço para as ciências exatas, físicas e biológicas, envolvendo tudo numa cultura exclusivamente tecnológica. Esta especialização é necessária para a luta pela sobrevivência nos tempos atuais. E demandará mais e mais tecnologia. Mas o Sistema Escolar nunca pode esquecer que tem o elemento humano em mãos e sua função primeira é fazê-lo crescer em todo o seu potencial.
As ciências humanas devem acompanhar todo educando em sua formação plena. Daí introduzir todo estudante no mundo das Artes em todos os ciclos do Ensino Fundamental, Médio e Superior. Pois, todas as profissões selecionadas pela vocação de cada um, devem aperfeiçoar a aptidão individual, inclusive, pelas ciências exatas e tecnológicas. Exemplificando, se a vocação foi religiosa, o padre ou pastor zelará por um rebanho e por um templo. Se não tiver conhecimento da História da Arte, poderá destruir um patrimônio histórico edificado pela paisagem cultural da qual não amou. Assim temos visto Igrejas Centenárias perderem altares e confessionários em madeira de lei, ou mármore, imagens que eram verdadeiras obras de arte. Altares e confessionários entalhados em caviúna, carvalho, jacarandá, ipê…
Alguns simplesmente argumentaram que havia cupim nos mesmos. É essencial ao clérigo conhecer a Arte do Restauro. Imagens antigas só podem ser pintadas por um restaurador. Um pintor de paredes não pode renovar pintura de imagens, sem ter curso de restauro. A tinta empregada poderá destruir tal obra centenária. E, nestas condições, se o administrador paroquial decidiu ser o proprietário exclusivo da Igreja; os paroquianos, a cidade e seu povo podem perder um patrimônio artístico. A extinção é para sempre! O interesse coletivo pela preservação do bem edifica um patrimônio histórico, artístico, arquitetônico, portanto, pertence a todos, não é propriedade exclusiva da Igreja ou dos políticos, é de todos e, assim sendo, todos tem responsabilidade por sua manutenção e preservação.
Temos visto pinturas externas de igreja que destruíram o seu reboco, pois o revestimento e tinta empregados não permitiram a saída da salinidade e umidade que subiram dos alicerces. As Paróquias devem ser assessoradas por um Conselho Paroquial sempre bem estruturado, orientado e assistido pela Diocese e por Padres com formação e curso específico em História da Arte e Restauro. O cristão já presenciou paredes de igreja sendo cobertas por tintas com a finalidade de deixar o ambiente claro. Eram tintas específicas? Aquelas paredes continham pinturas artísticas?
As Dioceses necessitam acompanhar as realizações das paróquias e de assessorar orientar a formação dos Conselhos Paroquiais. Quem deve presidir os mesmos? Há elemento formado em Arte e restauro na Diocese que pode auxiliar os párocos e conselhos na respectiva empreitada. Isto posto concluir-se pela necessidade de todos possuírem em sua formação cursos sobre História da Arte, principalmente os clérigos que zelam por templos até milenares. Tão longa é a História da igreja, tanta Arte há em seu interior, representando o estilo de cada época. A História não pode ser varrida fora da Igreja!
Tomaz de Aquino Pires