Horário de verão é extinto e saiba como a decisão influencia os amantes de atividades físicas

Matéria: Paula Partyka

Bolsonaro oficializou um anúncio feito no início de abril, justificando que estudos técnicos indicam que voltar o relógio em uma hora já não tem impacto na economia. Para justificar a mudança, o presidente também disse que, com o fim do horário de verão, a produtividade dos trabalhadores vai aumentar

No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez no verão de 1931/1932, pelo então Presidente Getúlio Vargas. Sua versão de estreia durou quase seis meses, vigorando de 3 de outubro de 1931 a 31 de março de 1932.

No verão seguinte, a medida foi novamente adotada, mas, depois, começou a ser em períodos não consecutivos. Primeiro, entre 1949 e 1953, depois, de 1963 a 1968, voltando em 1985 até agora.

O período de vigência do horário de verão é variável, mas, em média, dura 120 dias. Em 2008, o horário de verão passou a ter caráter permanente, e em 2019 ele foi extinto.

A decisão foi tomada na quinta-feira, 25, pelo presidente Jair Bolsonaro. O decreto que revoga o horário de verão foi assinado durante cerimônia no Palácio do Planalto.

Segundo o presidente, a medida segue estudos que analisaram a economia de energia no período e como o relógio biológico da população é afetado. “As conclusões foram coincidentes: questão de economia, o horário de pico era mais pra 15h, então não tinha mais a razão de ser [da permanência do horário], não economizava mais energia; e na área de saúde, mesmo sendo uma hora apenas, mexia com o relógio biológico das pessoas”, disse.

Com o horário de verão, o dia tinha 1h a mais de claridade, retardando assim os hormônios que são liberados com a redução da luz. Estes hormônios estão envolvidos na preparação para o sono, levando a diminuição da temperatura corporal e da pressão sanguínea. Esta situação diminui a disposição para a prática de atividade física.

O professor de Educação Física Milton Cesar D’agostinho Vasque Filho, fala que em  vista de o dia clarear mais tarde no horário de verão, muitas vezes atrapalha quem levanta cedo para realizar exercícios físicos. “Já à tarde quando escurece mais tarde, o calor se estende e afeta o público, pois praticar atividades com o calor se torna extenuante”.

Portanto, Milton afirma que o horário de verão pode afetar sim na prática de exercícios físicos. “Acordar de manhã e estar escuro afeta fatores psicológicos que em muitos casos faz a pessoa ficar na cama. E devido ao calor à tarde, pode ser um fator de diminuição a disposição”.

Entre opiniões, a leitora Eliana Ramos lamenta a decisão. “Eu gostava mais por causa das minhas caminhadas, porque agora no mesmo horário que vou já está muito escuro , principalmente passar em lugares escuros onde as árvores cobre um pouco a luz”.

Milton, por sua vez, considera que o os locais de prática de academia na cidade (Parque dos Lagos, por exemplo) são bem frequentados no período noturno e tem boa luminosidade. “Com isso, as pessoas não sentem medo de ir a noite praticar atividade. Locais privados são todos iluminados e dessa forma não há problemas para frequenta-los. Eu vejo como positivo para a atividade física”, disse.

Muitos ficaram felizes, e outros nem tanto. Vanda Sales pontuou que não é questão de gostar do horário de verão, ou não. “E sim o quanto economizávamos em energia, o quanto o país economizou com isso. Tudo tem seus a prós e contras. Às vezes o que ruim para uns é bom para outros, quem ganha? Quem perde? Vai além do nosso umbigo. Altruísmo sempre”, disse.

 

 

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