Mata de Santa Genebra plantou 32.735 mil mudas no município em três anos

Área preparada para receber plantio de mudas produzidas na Mata
A Fundação José Pedro de Oliveira (FJPO), gestora da Mata de Santa Genebra de Campinas, plantou 32.735 mil mudas de árvores nativas da Mata Atlântica em 46 áreas do município nos últimos três anos. Em 2020 foram 2.735 plantios, em 2021 foram 10 mil e em 2022, 20 mil. A expectativa é repetir as ações e plantar mais 20 mil mudas na cidade neste ano. Também foram produzidas 20 mil mudas dessas árvores nativas na sede da Mata no mesmo período.
A Área de Relevante Interesse Ecológico Mata de Santa Genebra (ARIE MSG) é uma unidade de conservação federal que possui gestão compartilhada entre a Fundação José Pedro de Oliveira e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICM-Bio). Sua vegetação é classificada como um remanescente de Mata Atlântica, fisionomia vegetal que anteriormente possuía a maior área de cobertura do Estado de São Paulo e hoje é uma das mais devastadas do País.
A MSG totaliza 251,77 hectares – o equivalente a 300 campos de futebol. É o maior fragmento de Campinas, e abriga aproximadamente 660 espécies de flora, algumas delas sob risco de extinção no país, como Euterpe edulis palmeira-juçara e Ocotea odorifera canela-sassafrás.
Mais plantio
O presidente da FJPO, Cidão Santos, afirma que a fundação pretende repetir o feito de 2022, e plantar mais 20 mil mudas em 2023. “Em três anos serão 50 mil mudas plantadas em áreas degradadas, matas ciliares, corredores ecológicos. É um trabalho importante de reconstrução ambiental em áreas degradadas, em áreas onde nós temos muitas árvores exóticas, e nativas da Mata Atlântica. Um grande avanço”, afirma.
Para Cidão Santos, plantar árvores é um investimento na saúde e na qualidade de vida do cidadão. “Mais árvores significa mais água, mais oxigênio, mais ambientes para que os animais e polinizadores possam viver. Plantar árvores é construir mundos, construir pequenas florestas dentro do município de Campinas”, reflete.
Os plantios foram realizados na própria Mata de Santa Genebra e em outros locais, como Lagoa do Taquaral, Área de Preservação Permanente (APP) do Rio Atibaia, Floresta Estadual Serra D’água, Parque Linear do Rio das Pedras, APP do Córrego do Proença, Parque Linear Córrego do Banhado, APP Córrego do Piçarrão, Lagoa do Mingone, APP Nascente do Residencial Mandela, Parque das Águas.
Projeto Gênesis – Construtores de Florestas Urbanas
As iniciativas de plantio de árvores são parte do projeto Gênesis – Construtores de Florestas Urbanas, da Mata de Santa Genebra, promovido pela FJPO com o apoio das secretarias municipais do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e de Serviços Públicos de Campinas.
Produção de mudas
Para produzir mudas, os técnicos e biólogos da FJO coletam sementes da Mata e de bosques de Campinas. As sementes são levadas para o viveiro na sede da FJPO e são preparadas, tratadas e colocadas na sementeira para germinar. Quando atingem determinada altura, as mudas estão prontas para ser plantadas.
As mudas produzidas e plantadas são espécies nativas da Mata Atlântica, tais como Jatobá, araticum, lixa, jaracatiá, pau-viola, peroba-rosa, embaúba, capororoca, jerivá, palmeira-juçara, canelinha, ipê-amarelo, marinheiro, pitanga, uvaia, jequitibá-branco, jequitibá-rosa, copaíba, amendoim-bravo e algumas espécies frutíferas em praças como jabuticaba, guabiroba, pitanga, uvaia e goiaba
As principais missões da FJPO/MSG é promover a conservação e recuperação da natureza, a produção de conhecimento e a educação ambiental na região de Campinas. A Fundação realiza um trabalho de conscientização e para despertar o respeito, a responsabilidade e o amor pela natureza com jovens estudantes de escolas públicas e privadas de Campinas. Alunos de todas as idades, desde crianças do ensino infantil e fundamental até jovens de universidades como a PUC-Campinas, plantam mudas e ou exploram as trilhas existentes na Mata de Santa Genebra.
Animais
A ARIE Mata de Santa Genebra é um fragmento florestal relativamente pequeno, mas apesar do seu tamanho reduzido é um importante refúgio para a fauna nativa da região. Foram identificadas até o momento 329 espécies de vertebrados, sendo 17 anfíbios, 38 répteis, 220 aves, 51 mamíferos e três de peixes. Quanto aos invertebrados, não existem estudos, exceto para borboletas, das quais foram identificadas mais de 700 espécies.
Dentre as espécies identificadas na unidade, destacam-se a onça-parda (Puma concolor), para a qual foram registradas, desde 2013, três ninhadas, com um total de quatro filhotes; a Jaguatirica (Leopardus pardalis); o gato-do-mato-pequeno (Leopardus guttulus); e o bugio-ruivo (Allouata guariba clamitans), estando todos estes na lista vermelha da fauna ameaçada do Estado de São Paulo.
A FJPO realiza o monitoramento da fauna através de métodos diretos de observação e indiretos, como armadilhas fotográficas, pegadas e fezes. Isso permite acompanhar o fluxo dos animais na unidade de conservação e as variações sazonais que ocorrem.
Mais informações sobre sobre como visitar a Mata com escolas ou em visitas autoguiadas e monitoradas, assim como participar de trilhas e conhecer o borboletário e meliponário, acesse o site da Fundação em https://www.fjposantagenebra.sp.gov.br/.