MEIO ANO JÁ SE FOI OU MEIO ANO ESTÁ POR VIR?

Como podemos medir o muito ou o pouco, o perto ou o longe? Ou dizer que algo é pequeno ou grande, belo ou feio, fácil ou difícil? Tudo isso é tão relativo! As percepções que temos diante dos fatos são formadas pelas nossas experiências, desde que nascemos, pelos ensinamentos que recebemos, pelas crenças (muitas vezes limitantes) que aprendemos. Portanto, o distante pra você, pode ser perto pra mim, porque temos referências distintas. Assim como a forma de uma pessoa agir na vida pode ser oposta à de outra, também por influência das suas próprias referências.

Então, já que chegamos à metade do ano, eu te pergunto: Considerando as condições que você tem (ou que imagina ter, porque muitas vezes as limitações estão na nossa mente), e diante das metas que você traçou para 2023, qual sentimento te vem? O quanto as suas expectativas, ainda para esse ano, te parecem realizáveis ou irrealizáveis? Fáceis ou difíceis de acontecer?

Será que te assombra o fato de meio ano ter voado e você não ter tirado do papel nem o primeiro item da sua lista de desejos? Quanta gente, no 1° de janeiro, disse a si mesmo que seria diferente, prometeu e realmente acreditou que iria realizar tudo o que queria e… nada!

Ou será que você é daqueles otimistas, que vê sempre o copo meio cheio, encara os desafios de frente, arregaça as mangas e coloca em prática o que está ao seu alcance? Se você é assim, provavelmente esses seis primeiros meses estão sendo proveitosos e você esteja encarando o restante do ano como algo promissor, respeitando o seu momento, sem a ansiedade (que mais paralisa do que nos impulsiona). Se for o seu caso, que bom, você está um passo à frente, planejando e indo atrás do que quer.

Agora, se você reconhece que tem procrastinado, vendo o tempo passar, eu quero que você se lembre daquela frase clichê: “nada muda se nada muda”. E é nisso que eu peço que você reflita. Seis meses se passaram (talvez no seu caso, anos ou uma vida inteira tenha se passado) e você ainda não viu as mudanças que tanto desejava. Talvez porque você precise romper com as crenças, com as referências que teve, os exemplos ou até o que te ensinaram e que te fizeram acreditar que as coisas nunca seriam possíveis na sua vida. Portanto aja, reaja! Não espere a segunda-feira, a semana que vem nem o momento ideal porque esse momento somos nós que fazemos.

É uma guinada financeira que você espera? Então procure um curso agora, se qualifique, atualize seu currículo, busque um emprego (ou um novo emprego, caso você esteja acomodado onde está e infeliz). A mudança é no físico? Então vá caminhar, coma mais alimentos saudáveis, jogue fora, sem dó, aquelas coisinhas gostosas cheias de sódio ou de açúcar que estão no seu armário, beba mais água alongue-se, respire melhor – e ainda aproveite pra dar exemplo aos demais, que tal?

Ou será que a transformação que você quer é mais profunda, diz respeito ao seu jeito de agir diante da vida e dos problemas? O que te incomoda é o nervosismo, a ansiedade, a maneira de falar e de ser no trato com as pessoas? Então pare tudo o que está fazendo, reserve um tempo pra você, faça uma autoanálise e comece tudo diferente do que está fazendo e que te incomoda tanto. Por exemplo, se você fala demais e depois se arrepende, segure a língua, respire e saia de perto para não falar. Se tem o péssimo costume de se atrasar, adiante o relógio e comece a chegar cinco minutos antes. Se está perdendo o amor-próprio aceitando menos do que você sabe que merece, passe a se olhar mais no espelho, resista à tentação de satisfazer a todos e dê mais atenção a você mesma. São os pequenos atos que fazem a diferença e, aos poucos, as mudanças acontecem.

Existe um fenômeno no nosso cérebro chamado neuroplasticidade. É a capacidade que temos de formar novas sinapses neurais e quer dizer que, a partir de cada experiência, aprendizado e ação que desempenhamos, mandamos novos sinais para o nosso cérebro e ele muda. Isso mesmo, nosso cérebro muda, fisicamente. Portanto, não é à toa que nós, terapeutas e estudiosos da neurociência, insistimos que é possível você, eu ou qualquer um de nós mudar. É um fato provado cientificamente. A cada mudança neural, temos a possibilidade de ver a mesma situação por um ângulo diferente. Mas para isso é preciso que façamos a nossa parte.

Sei que não é fácil pra muitas pessoas, principalmente para aquelas que estão tão decepcionadas e frustradas que se sentem fracas emocionalmente para agir. Para essas eu sempre insisto na importância de buscar ajuda profissional pois a terapia pode ajudar muito nesse processo. Mas a minha intenção hoje aqui é ressaltar que, por mais difícil que seja, é possível mudar.

Então fica a dica: não espere a vontade vir, vá sem vontade mesmo. Não espere ter sede, beba água e aprecie cada gole porque ela é fonte de vida. Não espere o outro pedir perdão, peça você. Não espere o dia de sol, saia na chuva. Não espere o milagre acontecer, agradeça assim mesmo.

E já que ficou claro que só existe mudança, de fato, quando começamos a criar novos hábitos, então você tá sentado ainda por que? Comece agora a colocar em prática o que vai fazer a diferença, não somente nos próximos meses do ano, mas em toda a sua vida!

Só depende de você!