Miss Pérola Negra celebra 19 anos de história e representatividade em Jaguariúna

Evento celebrou 19 anos de história, com desfiles, apresentações culturais e homenagens, promovendo representatividade e fortalecimento da cultura afro-brasileira em Jaguariúna.

Na última quarta-feira (28), o Teatro Municipal Dona Zenaide, em Jaguariúna, recebeu mais uma edição do tradicional Miss Pérola Negra, que já soma 19 anos de história na cidade. O evento reuniu 15 meninas, divididas em duas categorias: de 9 a 14 anos e de 15 a 18 anos.

Mais do que um concurso de beleza, o Miss Pérola Negra se consolidou como uma importante ferramenta de representatividade, autoestima e fortalecimento da mulher negra. As participantes desfilaram com diferentes figurinos — alguns deles remetendo diretamente à cultura e à ancestralidade afro-brasileira — e também protagonizaram apresentações de dança.

Entre os destaques da noite esteve a performance do grupo de dança Dinamite Crew, criado em Jaguariúna em 2012, que abrilhantou ainda mais o evento com uma apresentação especial.

Além dos desfiles e danças, a cerimônia foi marcada por homenagens a figuras importantes da história da comunidade negra de Jaguariúna, como Ana Maria Matheus Santana, a primeira porta-bandeira da Escola de Samba Santa Cruz, uma das pioneiras do samba na cidade.

Edição especial com apoio da Lei Aldir Blanc
Pela primeira vez, o Miss Pérola Negra foi contemplado pela Lei Aldir Blanc (Lei Federal nº 14.017/2020), que garante apoio a trabalhadores da cultura e a espaços culturais afetados pela pandemia.

De acordo com a organização, a necessidade de adaptação ao cronograma da Lei levou a uma reformulação do evento: “Historicamente, tínhamos duas categorias: Miss e Mister, e Miss e Mister Plus Size, focadas em adultos. Mas, com pouco tempo para realizar uma seleção mais elaborada, optamos por ir até as escolas — uma ação que se enquadra no escopo da Lei Aldir Blanc — e trabalhar com a faixa etária das crianças”, explicou a equipe organizadora.

As candidatas foram pré-selecionadas em escolas e bairros de Jaguariúna. Após a seleção, participaram de ensaios de apresentações e desfiles. A escolha dos jurados também refletiu o espírito do evento: “São pessoas que ou já participaram das edições anteriores ou são parceiros que contribuem para a realização do evento”, ressaltou a organização.

As grandes vencedoras desta edição foram:

–      Emanuella Soledade, na categoria de 9 a 14 anos

–       Sara Vitória de Souza, na categoria de 15 a 18 anos

Cultura como instrumento de inclusão
Para os organizadores, eventos como o Miss Pérola Negra são fundamentais para ampliar o acesso à cultura afro-brasileira, principalmente entre as populações mais vulneráveis: “Nosso objetivo é atender aquela população que não tem tantos recursos para poder participar de um desfile, de uma aula de dança, ou de chegar a um palco de teatro. A gente montou o evento para atingir essas pessoas”, destacou Rogério Simões, professor de dança responsável pelas coreografias e pela viabilização do evento.

A Prefeitura de Jaguariúna, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, abraçou e apoiou integralmente a realização do evento. Para Carol Magazoni, diretora de cultura do município, a iniciativa é fundamental: “Nós, da cultura e do teatro, ficamos muito felizes de poder abrir as portas para um evento como esse, que envolve muita representatividade.”

O evento foi gratuito e os ingressos foram distribuídos na portaria do teatro. Além do concurso, o público pôde conferir apresentações culturais e manifestações artísticas, além de momentos de reflexão sobre o papel da mulher negra na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Confira a cobertura fotográfica do Jornal de Jaguariúna: