Período de chuva: Veterinário do CEUB orienta como proteger os Pets
Infecção urinária, dores articulares e proliferação de parasitas estão entre as enfermidades comuns entre cães e gatos no verão chuvoso
A temporada de chuva está associada a problemas de saúde que afetam não só os seres humanos, mas também os animais de estimação. O período eleva a ocorrência de algumas enfermidades nos pets, incluindo doenças dermatológicas, respiratórias, dores e infecções urinárias. O professor de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Bruno Alvarenga, destaca os cuidados necessários e indica: mantenha os passeios para as necessidades, evite a tosa e aproveite os dias de sol para ventilar a casa.
Com a maior umidade, se intensificam doenças dermatológicas causadas por fungos e ectoparasitas. As moscas tendem a depositar seus ovos sob a pele de animais, podendo levar a lesões, conforme explica o veterinário do CEUB. “É também uma época de procriação dos carrapatos, aumentando o risco de doenças transmitidas por esses agentes”, afirma. Segundo Alvarenga, para a prevenção desses parasitas, é recomendada a vistoria periódica da pele dos animais, a dedetização por empresa especializada e o uso de medicamentos, na forma de biscoitos, spray ou gel dermatológico, que consigam repelir ou matar esses agentes.
O profissional alerta também para uma tentativa de cuidado dos tutores que pode ser prejudicial à saúde dos pets de apartamento. Ao evitar molhar o pelo dos animais, principalmente os que vivem em ambientes fechados, os proprietários tendem a passear menos no período chuvoso, o que pode levar a um aumento de infecções urinárias. “Para prevenir esta condição, é fundamental pelo menos três passeios ao dia para que os peludos possam fazer suas necessidades”, ressalta.
O período requer ainda atenção para as doenças respiratórias, principalmente nos animais idosos. É recomendado evitar o contato direto do animal com o piso frio, podendo ser utilizadas camas, cobertas, panos, toalhas, pallets de madeira e lençóis de borracha. “Deve-se evitar a remoção dos pelos, por sua função no isolamento térmico, realizando a tosa apenas se estritamente necessário. E, se executada, a proteção contra o frio pode ser, em parte, realizada com o uso de roupas. Caso o animal apresente perda de apetite, dificuldade respiratória ou aumento de secreção nasal, procure atendimento médico veterinário”, ressalta.
Outro fator notado pela mudança térmica é o aumento da incidência de dores articulares, acrescenta o médico veterinário do CEUB, sinalizando que se as medidas de proteção contra o frio não forem suficientes, é recomendado ajustar a prescrição de dor. Os trovões são outro ponto de preocupação, já que cães e gatos podem se estressar com esses barulhos, seja por medo ou pelo desconforto otológico ocasionado pelos estrondos. Sobre os barulhos causados pelas chuvas, também se orienta monitorar com maior atenção animais cardíacos, epiléticos e aqueles com histórico de desequilíbrio comportamental ou metabólico: “Caso o animal apresente qualquer sintoma, é fundamental procurar atendimento médico veterinário”.
O especialista recomenda as medidas preventivas adotadas contra os estampidos de fogos de artifício: disponibilizar um abrigo no qual o animal se sinta seguro, colocar uma música para concorrer com o barulho, permitir que o animal fique próximo à família e, se necessário, colocar um pouco de algodão na porção inicial do ouvido do animal.