PROFESSORA OSCARLINA PIRES TURATO
Primeira professora formada de família de Jaguariúna. Nasceu em Pedreira, aos 18 de fevereiro de 1901. Filha de José Pires Júnior e de Ursulina Inocêncio de Vasconcelos Pires. Viveu na Fazenda Florianópolis adquirida por seu Pai, grande marchante. Ele negociava gado de Minas e desta região e transportava-o para o Mercado de Campinas. Formou-se professora pela Escola Normal de Casa Branca. Iniciou suas lides no magistério em 26 de maio de 1924, na Escola Mista da Fazenda Cafezal e logo veio lecionar nas Escolas Reunidas de Jaguary, na rua Cândido Bueno, 1079. Hoje, Edifício Fiorindo Granchelli. Foi dedicada alfabetizadora. Supria as necessidades de aprendizagem de seus alunos com aulas extra em sua casa e levava lanche suplementar às crianças muito carentes.
Sua escola tornou-se Grupo Escolar de Jaguary em 1932, quando aqui chegou o Diretor Prof. Oscar de Almeida, a quem muito auxiliou. Quando faltava o trem de volta para Campinas, era ela quem dava pouso aos professores em sua casa. Em 1944, por trabalho do citado educador tornou-se Grupo Escolar Cel. Amâncio Bueno. Casou-se com o contador formado, Sr. Carlos Turato, comerciante, fazendeiro e industrial, subprefeito, 1º Vice-Prefeito. Em 1913, o atleta Carlos com seu grupo de amigos introduziu no Velho Jaguary, o esporte bretão: “o foot ball”. O “team” chamava-se “Lá Vou Eu”. Os termos usados eram todos ingleses (corner, goal-keeper, match, score…) A partir de então, esse esporte floriu abundantemente nestas terras. O casal cristão viveu intensamente a vida de leigos na Paróquia Santa Maria, era sempre o braço direito do pároco.
O marido era o orador nas solenidades religiosas, a esposa, às vezes Presidente, às vezes, secretária e exímia redatora das Atas das reuniões de sua Associação Religiosa “ Apostolado da Oração do Sagrado Coração de Jesus. O casal criou e formou seis filhos: Mário (faleceu moço), Prof.ª Ignez, Dr.José Carlos, Assist. Social Teresa, Bancário Heitor, e Dr. Carlos Filho. Era assídua às Missas matutinas diárias, nelas recebia a Jesus na Sagrada Eucaristia. O diretor Oscar de Almeida, com seu grande empenho conseguiu a construção do prédio novo para o Grupo Escolar, na rua Cel. Amâncio Bueno, Nº 400 e inaugurou-o em 06/10/1946. Ele foi, em seguida, removido para Rio Claro. Chegaram mais alguns diretores de pouca estada.
A Prof.ª Oscarlina, assumiu interinamente a direção da escola em 07 de abril de 1952. Organizou exemplarmente a sua administração. Dedicou-se intensamente ao processo ensino- aprendizagem. Na cidade havia apenas o Curso primário. Eram os quatro primeiros anos do Ensino Fundamental. Os alunos terminavam o 4º ano lendo e escrevendo corretamente. Retiravam livros na Biblioteca. Era necessário saber de cor e salteadas as tabuadas do 1 ao 9. Realizavam as quatro operações matemáticas: adição, subtração, divisão e multiplicação. Exigia-se perfeito domínio na divisão por dois algarismos na chave e multiplicação por três algarismos. Os alunos do 1º ano realizavam exame oral de leitura. O examinador era o diretor da escola.
Realizou grandes desfiles cívicos de 07 de setembro. Após 31 anos de trabalho, onde foi exemplo de dedicação, abnegação e amor ao Magistério aposentou-se no dia 04 de janeiro de 1.955. A serena e fiel esposa, a mãe dedicada e generosa, a religiosa fiel, a exemplar educadora, estimada em todos os círculos sociais que frequentou ressuscitou para a vida em Deus, aos 71 anos de idade, no dia 11 de maio de 1972. A família residia na Praça Umbelina Bueno, ao lado da Matriz Centenária (Banco Itaú). Todas as crianças uniformizadas da Escola Amâncio Bueno formaram duas alas laterais por onde a homenageada foi conduzida de sua casa até a Matriz Centenária onde se realizaram suas exéquias.
No dia 26 de maio de 1973 tornou-se Patrona da Escola Estadual do Bairro Tanquinho Velho. Ela passou a chamar-se EEPG Prof.ª Oscarlina Pires Turato. Em 2002 passou a Escola Municipal. Homenageando a professora Oscarlina homenageamos a todos os Professores cuja abençoada missão renasce a cada nascer do sol.Dedicação, Paciência, empatia, precisa voar mais alto que seu educando, compreendendo as suas limitações e necessidades, ensinando-o a ascender para também voar. E nisto o Mestre realiza-se. Parabéns, Prof.ª Oscarlina! Parabéns, Professores!
Tomaz de Aquino Pires