Retomada do abastecimento na Ceasa Campinas pode levar até 5 dias
A retomada da normalidade no abastecimento na Ceasa Campinas deverá levar até cinco dias, após o fim da greve dos caminhoneiros, segundo avaliação do diretor técnico-operacional do entreposto, Claudinei Barbosa. “Eventualmente, as estradas tendo liberação de trânsito e disponibilidade de combustível, que são dois fatores influentes hoje, num prazo de 24 horas a até cinco dias nós teríamos a normalização no abastecimento”, disse.
De acordo com ele, a queda nas vendas é consequência direta da paralisação, que chegou ao nono dia nesta terça-feira (29/5). “Se você não tem o produto, você não tem como atender o seu cliente. O deslocamento está sendo impedido num raio maior de 70 km. Então, quem tem a demanda da compra não consegue vir e quem tem a disponibilidade do produto não consegue entregar”, explicou Barbosa.
O diretor-presidente da Ceasa Campinas, Wander Villalba, disse que os efeitos da greve dos caminhoneiros dentro das centrais de abastecimento em todo o Brasil “são bastante dramáticos”. “Está muito difícil de chegar e sair produtos. O que a gente espera é que, quando voltar a situação de normalidade, que a gente consiga retomar o abastecimento o mais rápido possível”, disse Villalba. Ele reforça que não há falta de produtos. “Os produtos existem, o que não existe é o transporte desses produtos”, afirmou.
Prejuízo
Até o momento, cerca de 18 mil toneladas deixaram de ser comercializadas na Ceasa Campinas desde o início da greve, o que corresponde a um prejuízo estimado de cerca de R$ 30 milhões. A disponibilidade de produtos no Mercado de Hortifrútis chegou a 5% nesta terça-feira e, no Mercado de Flores, a 20%. Muitos comerciantes não estão trabalhando e os que mantêm os boxes abertos estão encerrando o expediente mais cedo.
Donato Francabandiera Júnior, permissionário da Ceasa Campinas, que vende banana e mamão – dois produtos que estão em falta por causa da greve -, disse que veio ao entreposto nesta terça “a passeio”. “Está todo mundo esperando o fim da greve. Acho que a paralisação já atingiu o seu objetivo e, agora, já passou do ponto e vai prejudicar muito o abastecimento”, disse.
Carlos Leandro Benedetti, outro permissionário da Ceasa, que produz e vende tomates, disse que teve de parar parte da frota de caminhões por impossibilidade de transportar a carga. “Tem tomate na lavoura, mas não podemos colher. Uma parte temos dado para o gado, para não perdermos toda a safra”, contou.
A Ceasa Campinas é a quarta maior central de abastecimento do País e movimenta, anualmente, cerca de 700 mil toneladas em produtos hortifrutigranjeiros, flores, plantas e acessórios.