TUDO PASSA ! TUDO SERÃO MEMÓRIAS II

A humanidade cristã viverá neste 2020 uma Semana Santa inédita, pois reclusa em sua casa participará das cerimônias da Paixão e Morte do Deus Salvador através da TV e dos meios de comunicação social. O ponto mais alto destas cerimônias lembrar-nos-á da vitória da vida sobre a morte, o ponto mais alto de nossa Fé, a ressurreição de Cristo. É a passagem da morte para a vida, do pecado para a vida da graça, da escravidão para a libertação. É a Páscoa. Cristo é a nossa Páscoa. É a redenção da humanidade. Por sua morte e ressurreição, nós fomos salvos e libertos.

Somos herdeiros do céu!. O Sábado Santo, antigamente era chamado Sábado de Aleluia. As cerimônias da Igreja Cristã mostrarão a história da salvação, unindo Antigo e Novo Testamento das Sagradas Escrituras, nas cerimônias da Vigília Pascal só pela TV.

Basílicas, Catedrais, Igrejas, tudo permanecerá fechado. Os sacerdotes e pastores estarão sozinhos celebrando e, em casa, a família reunida companhará em clima de fé e oração. Normalmente, nos Sábados Santos, as igrejas permanecem fechadas em sinal de luto e reabrem apenas à noite na hora da cerimônia.

Quando éramos crianças Pe. Gomes abria a igreja às 20 h, porém deixava-a na penumbra, o povo dos sítios e fazendas ia chegando e em silêncio esperava cochilando até às 23 horas para o início das cerimônias.

A Igreja permanecia nessa penumbra. Havia a bênção do Fogo Novo fora da Igreja. Obtinha-se tal fogo através de meios naturais. Com ele acendia-se o Círio Pascal, símbolo do Cristo Ressuscitado. A igreja era iluminada pelas velas dos fiéis acendidas só pelo Círio Pascal.

Cantava-se o precônio pascal, o anúncio da Ressurreição do Cristo. A igreja até hoje relembra a História da Salvação através de preciosas leituras do Antigo Testamento: Criação do Mundo, Sacrifício de Abraão, pai da Fé e do povo escolhido, Êxodo, Moisés e a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito.

Importantes leituras de vários profetas, principalmente Isaías, focalizando a figura de Cristo Salvador. Cada leitura é seguida de Salmo cantado pelo salmista e respondido pelos fiéis.

Momento solene era o hino de louvor a Cristo, cântico do Glória, quando se acendiam todas as luzes da Igreja, Descerrava-se a cortina do altar –mor, artisticamente decorado, com os candelabros iluminados, muitas flores naturais, tilintavam as campainhas, no altar, pelos coroinhas e na torre, o Chico do padre repicava todos os sinos.

Aires Pontes soltava vários rojões de vara, lá fora. Brilhante palavra de Paulo quando coloca o Cristo como a nossa Páscoa, seguido do Salmo 117.

O coro cantava o cântico do Aleluia, anúncio da Ressurreição, com diferentes vozes argentinas. Therezinha Búffolo e Mário Bergamasco no harmônio de pedal produziam música com maviosa acústica na Igreja de 1894. Evangelho, homilia, com alegre mensagem proferida pelo sacerdote eram seguidos pelo Cântico da Ladainha de Todos os Santos em latim, Bênção da Água para os próximos batismos, aspersão de todos os fiéis.

Após a missa, saia a procissão do Cristo Ressuscitado seguido do andor de N. Sra. das Dores, com belíssimo manto branco. Terminada a procissão com orações e cânticos, retornando à Igreja, havia a Exposição do SSmo. Sacramento, cântico latino do Tantum Ergo e Bênção.

A Vigília pascal encerrava-se perto das duas horas da madrugada. Voltávamos todos felizes para casa com nossos Pais. Neste ano viveremos tais cerimônias com a mesma fé e bênçãos do Cristo Ressuscitado pela TV.

Tomaz de Aquino Pires, Casa da Memória Pe. Gomes, SEDUC.

 

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