Em segundo julgamento, homem é condenado a 20 anos de prisão por homicídio da esposa em Santo Antônio de Posse
Reportagem: Susi Baião
Imagens exclusivas : Susi Baião
Tribunal do Júri de Jaguariúna condenou a 20 anos de prisão, em regime fechado, Leandro Aparecido Vieira da Costa, de 35 anos, por feminicídio e assassinato de sua esposa, Ana Paula Roque, de 27 anos. O crime ocorreu em agosto de 2019 na residência do casal, na cidade de Santo Antônio de Posse. O julgamento aconteceu nessa sexta-feira (18) no Fórum de Jaguariúna e marcou o segundo processo envolvendo o réu.
No primeiro julgamento, realizado em março de 2021, Costa foi condenado a 26 anos e 8 meses de prisão por homicídio qualificado. No entanto, ele recorreu da decisão e conseguiu um novo julgamento. Este novo processo culminou na revisão da pena para 20 anos de prisão.
A sentença proferida pelo juiz Marcelo Forli Fortuna, após quase sete horas, contou com a participação de sete jurados.
O crime aconteceu apenas 15 dias após o casal ter reatado seu relacionamento, desrespeitando uma medida protetiva que Ana Paula já possuía contra o marido devido as frequentes brigas entre eles.
O promotor Sergio Luis Caldas Spina apresentou denúncia, alegando que o crime foi motivado por ciúme constante do réu. Durante o julgamento, testemunhas relataram que o relacionamento do casal era conturbado, repleto de discussões e constantes reconciliações.
O crime
O crime aconteceu na noite de 24 de agosto de 2019. Na ocasião, conforme relato da Polícia Civil, Costa teria confessado que agrediu a vítima com socos durante uma discussão, mas disse em depoimento que ela própria se esfaqueou. No entanto, segundo vizinhos, ao sair da casa na manhã de domingo, ele afirmou que havia matado a mulher e foi ao bar beber.
“Eles viviam brigando e quando brigavam, ela vinha na minha casa. Eu não gostava porque ele sempre vinha atrás dela e eles acabavam voltando. No dia do crime, eu encontrei ele transtornado e ele me disse: ‘eu matei minha mulher, vou ao bar beber’. Eu achei que ele estava blefando, mas quando olhei pela janela ela estava deitada no chão. Ele confessou para mim e para outro vizinho. Nós avisamos a Guarda Municipal e ela foi lá no bar e prendeu ele”, afirmou o cunhado da vítima em seu depoimento durante o julgamento.
O acusado alegou que, no dia do crime, ambos haviam consumido álcool e a motivação da briga teria sido uma mensagem de sua ex-mulher em seu telefone. Ele afirmou que, durante a discussão, Ana Paula pegou uma faca de cozinha e, enquanto tentava tirá-la dela, ela acabou se ferindo. No entanto, ele confessou tê-la estrangulado até a morte e, em seguida, foi para o bar.
O juiz acatou as qualificativas apontadas pela Promotoria, incluindo motivo fútil, recurso que dificultou a defesa da vítima, razões relacionadas ao gênero feminino e à relação doméstica e familiar. A decisão do Tribunal do Júri afirmou a gravidade do crime, o histórico tumultuado do relacionamento e a falta de remorso manifestado por parte do réu.
Ana Paula deixou dois filhos. Após o julgamento, o condenado foi encaminhado de volta ao presídio de Hortolândia, onde estava detido desde o dia do crime para cumprir pena de 20 anos de prisão. O advogado de defesa do réu, André Giacomozi Batista, confirmou que não irá repetir a sentença, expressando satisfeito por conseguir reduzir a pena de seu cliente de 26 para 20 anos.