Computador causa dor de cabeça em crianças
A dor de cabeça é uma das principais causas das consultas oftalmológicas entre crianças. De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, quando um filho se queixa é a primeira especialidade consultada pelos pais. A boa notícia é que os problemas oftalmológicos só causam 1% da cefaléia na infância. Ele diz que o problema geralmente resulta do stress ocular provocado pelo esforço visual no computador. Só para se ter uma ideia, o uso excessivo da tecnologia faz com que a incidência da dor de cabeça relacionada à visão salte de 1% para 30% na infância. É o que mostra um estudo feito pelo médico com 360 pacientes de 9 a 12 anos que chegavam a ficar 6 horas ininterruptas na frente do computador, videogame e outras tecnologias.
IDENTIFICAÇÃO E PREVENÇÃO
Queiroz Neto afirma que é fácil identificar a cefaléia relacionada ao excesso de computador. Geralmente surge depois de duas horas em frente a telinha. É caracterizada por uma dor tensional nas têmporas e pescoço. Cabe aos país, observa, orientar a criança para evitar as crises. Na maior parte dos casos a dor desaparece com descanso, olhando para o horizonte de 15 a 30 minutos a cada hora na frente do monitor, e até fazendo uma caminhada pela casa. Se não desaparecer, a recomendação é consultar um especialista.
COMO EVITAR A CEGUEIRA INFANTIL
Queiroz Neto afirma que a estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde) é de que 40% das causas de cegueira entre crianças podem ser evitadas. Este é o caso das doenças oculares congênitas. Isso porque, podem ser evitadas com medidas simples como a vacinação contra rubéola, cuidado com a higiene das verduras e tomar água potável durante a gestação, comenta. Também recomenda que todo bebê passe pelo “teste do olhinho” logo ao nascer. O exame consiste em dirigir a luz de um oftalmoscópio, espécie de lanterna, na pupila do bebê. Quando o olho apresenta um reflexo vermelho, significa ausência de doenças porque a luz chegou à retina. Quando não ocorre o reflexo vermelho indica a presença de uma ou mais doença ocular congênita: catarata, glaucoma, retinopatia e retinoblastoma. Queiroz Neto ressalta que quanto antes for diagnosticado o olho preguiçoso ou ambliopia, uma malformação causada por estrabismo (olho torto), catarata unilateral ou alto grau de vício de refração, maior a chance de evitar a cegueira monocular.
Os vícios de refração – miopia, hipermetropia e astigmatismo – são as mais frequentes alterações na visão de crianças. Embora geralmente não sejam graves, a única maneira de garantir o bom desenvolvimento cognitivo é fazendo um exame oftalmológico aos 3 anos de idade e outro aos 6 anos. Os principais sinais de problemas de visão na infância elencados pelo médico são:
Dos três aos seis anos de vida:
* Apresenta um ou ambos os olhos desviados para o nariz ou para fora.
* Cai com frequência.
* Assiste à televisão de uma distância muito pequena, voltando a aproximar-se mesmo depois de advertida (é conveniente examinar também a audição nesses casos).
* Inclina a cabeça para um dos lados ou para um ombro, quando presta atenção em algo, sinalizando ambliopia
* Vira um dos olhos para fora quando está distraída, pensativa ou em locais muito abertos, como parques e gramados.
* Fecha um dos olhos demonstrando incômodo excessivo quando em locais ensolarados.
* Faz “careta” ou franze a testa para enxergar.
* Queixa-se de dor nos olhos ou dor de cabeça.
* Coça muito os olhos, especialmente quando esforça a visão (televisão, cinema etc.).
* Queixa-se de visão dupla ou embaralhada
* Os olhos ficam vermelhos quando esforça a visão, mesmo sem coçá-los.
No início da fase escolar:
* Faz “careta” ou franze a testa para enxergar.
* Queixa-se de dor ou cansaço nos olhos e dor de cabeça.
* Coça muito os olhos, especialmente quando esforça a visão (televisão, cinema etc.).
* Os olhos ficam vermelhos quando esforça a visão, mesmo sem coçá-los.
* Refere dificuldade em ver o que está escrito na lousa.
* Chega o rosto muito próximo ao caderno ou livro.
* Apresenta baixo rendimento escolar.
* Desinteresse na sala de aula.