Após etapa cancelada, Barrichello se despediu do Sertões quarta feira
A caravana do Rally dos Sertões 2020 amanheceu sob chuva na terça-feira e, em razão dela, a 3ª etapa foi cancelada. A impossibilidade de voo das aeronaves da prova comprometia a segurança dos competidores.
Assim, toda a caravana seguiu em comboio para a bolha 3, ainda no estado de Goiás, perto da divisa com o Tocantins, onde nesta quarta-feira acontece a 4ª etapa, do maior rali das Américas. Essa etapa também será a última de Rubens Barrichello e seu Buggy Giaffone V8 da equipe RMattheis.
O piloto da Stock Car deixa o rali pois no fim de semana há prova da categoria em Curitiba, no Paraná. Além de Rubinho, fazem parte da mesma equipe no rali os pilotos Thiago Camilo, que no revezamento fez a primeira perna da prova, e Felipe Fraga, que assumirá o volante até o final do trajeto.
– Voltei à minha infância com a gente dormindo no acampamento na etapa Maratona, dormi uma noite maravilhosamente bem, o ambiente é incrível – disse Barrichello.
Foi uma pena o cancelamento da especial, eu me senti muito bem na moto e atacaria na segunda parte da Maratona para tentar ampliar a vantagem. Mas não depende da gente, são coisas do rali. Agora vamos para o Tocantins, e a prova começa a ficar diferente nas características.
Serei mais uma vez o primeiro a largar e quero mais uma vez adotar um ritmo forte. Estou encarando a prova um dia de cada vez, para fazer as contas ao fim de cada etapa, sem pensar muito no que estão fazendo os adversários – explicou Ricardo Martins, líder das motos.
Na primeira etapa que comandou seu carro, nesta segunda-feira, Barrichello pilotou por quase seis horas e meia e precisou exercitar o lado mecânico, pois sofreu com um pneu furado e ainda precisou recolocar a correia do motor no lugar. Mesmo com os contratempos, concluiu o dia na 13ª posição geral entre os 38 carros e a sexta na categoria Open.
– Quando eu era pequeno, ia para Interlagos e minha mãe falava para não brincar na lama. Hoje (ontem) eu brinquei, e me diverti muito. Foi muito legal.
Eu achava que a gente vinha lento e de repente estava ultrapassando outros carros, até aprendi a usar a buzina. Ainda tivemos que trocar um pneu e recolocar a correia no lugar.
Em alguns pontos vi gente que nos reconheceu e fez a maior festa quando passamos. Estou bastante cansado, mas muito feliz.
Quando você vê todo mundo falando que foi uma etapa difícil, isso mostra que fizemos um trabalho bacana – disse Barrichello na segunda-feira., após sua estreia no rali.
O Sertões 2020 saiu da Fazenda Velocitta, em Mogi Guaçu, São Paulo, na última sexta-feira, dia 30 de outubro, e chega em Barreirinhas, no Maranhão, no próximo sábado, dia 7.
O rali vai cruzar cinco estados (SP, MG, DF, GO, TO e MA) e o Distrito Federal. Este ano, excepcionalmente, não haverá chegada às cidades anfitriãs. Toda a caravana se fechará em bolhas (locais isolados, afastados de adensamento).
Esses locais serão mantidos sob sigilo, a fim de evitar aglomeração. Os locais exatos das bolhas só serão revelados aos competidores na véspera. Todos seguirão por uma rota pré-estabelecida e monitorada.
ACIDENTE
No 1º dia de prova do Sertões 2020, um integrante do time de apoio de uma das equipes sofreu um acidente na região da Serra da Canastra, em uma estrada vicinal que liga o município de Delfinópolis a Sacramento, em Minas Gerais.
Dimas Humberto Silva Barreira perdeu o controle de sua moto ao passar devagar por uma ponte de madeira e caiu em um córrego. A equipe de resgate aéreo da prova foi imediatamente acionada, o que permitiu a rápida remoção de helicóptero de Dimas para o hospital referência em trauma em Passos (MG) em estado grave.
Embora seu quadro clínico ainda inspire muitos cuidados, Dimas passou bem a primeira noite no hospital e a última tomografia mostrou uma leve redução do edema cerebral e melhora na função respiratória.