Brasil ocupa a segunda posição mundial em número de diagnósticos de hanseníase. Conheça os principais sinais e como prevenir a doença
Dra Lara Fileti Arruda, médica dermatologista do Hospital São Francisco de Mogi Guaçu.
O mês Janeiro Roxo é dedicado à conscientização sobre a hanseníase, que tem cura e tratamento gratuito na rede de saúde
A hanseníase, também conhecida como lepra, é uma doença causada pela bactéria Mycobacterium leprae (ou bacilo de Hansen) que pode se desenvolver de duas formas, a depender da imunidade do paciente: paucibacilar (com até cinco lesões de pele) ou multibacilar (mais de cinco lesões na pele). Essas lesões podem se apresentar como rosadas, esbranquiçadas, com alteração da sensibilidade da pele ao calor e ao frio e também ao tato, além da sensação de formigamento nas extremidades do corpo.
O diagnóstico é clínico, por meio da avaliação da pele pelo médico especialista. Para confirmar a doença, é possível fazer a baciloscopia ou uma biópsia da pele. “Para identificar os sinais da doença, é fundamental estar sempre atento ao próprio corpo. As manchas variam de tamanho e aparecem principalmente nas coxas, nádegas e costas, que são regiões mais frias do nosso corpo”, alerta Lara Fileti Arruda, médica dermatologista do Hospital São Francisco de Mogi Guaçu.
“A evolução é bastante lenta, desde o primeiro contágio até o início dos sintomas podem passar até cinco anos”, acrescenta a Dra Lara. A médica explica que a doença é transmitida de pessoa para pessoa por meio de secreções das vias respiratórias – nariz e boca – e pelo contato íntimo e prolongado com o doente sem tratamento.
Por não sentir dor, o paciente de hanseníase pode se ferir ou se queimar com facilidade e desenvolver complicações como úlceras e infecções locais. Também pode ocorrer a diminuição ou perda de força muscular em mãos, pés e pálpebras. A doença pode ser incapacitante se não tratada, mas a boa notícia é que ela tem cura! O tratamento consiste na associação de medicamentos que estão disponíveis gratuitamente na rede de saúde, podendo variar de seis a 12 meses.
Sobre a necessidade de isolar a pessoa com hanseníase, a doutora Lara Fileti esclarece: “Após detectar um paciente com hanseníase, todos os moradores que convivem com ele devem ser avaliados clinicamente, não havendo sinal da doença nas pessoas próximas, deve-se observar se estão vacinadas com a BCG (se não houver sinais da hanseníase, faz-se a vacinação novamente), que confere proteção contra o bacilo de Hansen, segundo evidências”.
O último domingo do mês de janeiro, que em 2025 será no próximo dia 26, é dedicado ao combate e prevenção da hanseníase. A data foi instituída pela Lei nº 12.135 de 18 de dezembro de 2009, com o objetivo de alertar a população sobre os perigos da doença em níveis mais avançados.