Com alto número de contratações em Campinas, RMC cria 8,3 mil vagas formais em outubro

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) gerou, em outubro, 8.375 novos postos de trabalho. O saldo positivo do emprego, que ocorre pelo quarto mês consecutivo, decorre principalmente do alto volume de contratações em Campinas (3.304), o maior dos últimos oito anos. Apesar do resultado favorável, as vagas fechadas em 2020 ainda superam a quantidade de oportunidades criadas: o déficit até o momento é de 10,9 mil postos. (VEJA ESTUDO COMPLETO)
De acordo com análise do Observatório PUC-Campinas, baseada nos dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), a trajetória de recuperação do emprego foi observada em quase todos os municípios da RMC. A exceção foi Jaguariúna. As cidades de Americana, com saldo positivo de 723 vagas formais, Indaiatuba (720) e Sumaré (580) também foram destaques no período na criação de postos de trabalho.

Os ajustes no mercado de trabalho regional favoreceram, em outubro, os grupos formados por profissionais com Ensino Médio (80% das vagas criadas) e pertencentes à faixa etária de 18 a 24 anos (47% dos postos). Trabalhadores acima de 50 anos seguem tendo seus espaços diminuídos. Por gênero, 37% dos cargos criados foram preenchidos por mulheres.

Para a economista Eliane Rosandiski, responsável pelo estudo, a retomada das oportunidades é resultado da maior flexibilização das medidas de distanciamento social, que permitiu reabertura de estabelecimentos antes impedidos de funcionar devido à crise do coronavírus. O movimento de recuperação ocorreu em todos os setores: foram 2.378 vagas geradas na Indústria; 2.330 no Comércio; e 2.264 em Serviços.

Por outro lado, a docente extensionista prega cautela ao analisar as perspectivas futuras. Ainda não há, segundo a especialista, sinalizações contundentes sobre o fim da crise econômica. Além disso, a possível descontinuidade dos programas protetivos de emprego e renda, como o Auxílio Emergencial e o Benefício Emergencial, deve comprometer a manutenção do consumo, que vem estimulando a produção em diversas áreas.

“Os programas protetivos, fundamentais para garantir um nível de demanda mínimo, terminam em dezembro de 2020. Como ainda não há clareza quanto à continuidade em 2021, tem-se que observar se a recuperação das atividades irá assegurar demanda suficiente para as empresas reabsorverem os trabalhadores flexibilizados na jornada integral”, pontua Eliane.

 

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