DIA DA MULHER

Neste 8 de Março, é celebrado o Dia Internacional da Mulher. A data
surgiu em 1909, após o Partido Socialista da América organizar uma
jornada de manifestações em prol da igualdade dos direitos civis
femininos, incluindo a questão do voto. No Brasil, esse direito foi
concedido apenas em 1932. Imagine, portanto, que menos de 100 anos
atrás não podíamos votar e, hoje, lideramos mais de 10 milhões de
empresas no País.

Apesar de muitas, somos apenas 34,8% do total de empreendedores no
Brasil, segundo pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (Sebrae). A luta por espaço profissional ainda segue
difícil, desde o poder de escolha pelo papel de empreendedora, passando
pelo _fundraising _até chegar à jornada do dia a dia, que se
multiplica com os papéis domésticos que se acumulam.

Neste ano, o LinkedIn divulgou dados que mostram que durante os anos de
pandemia, o número de mulheres empreendedoras em suas redes cresceu
41%, indicando também que muitas delas foram motivadas por uma busca
por maior flexibilidade na carreira devido à sobrecarga de
responsabilidades em casa causada pelo período de isolamento. Além
disso, contribuiu o fato de que a probabilidade de promoções internas
de liderança, durante a crise de Covid-19, foi 52% maior para os homens
do que para as mulheres.

Prova viva de que a pesquisa do LinkedIn faz sentido, após quase 15
anos, vi minha carreira estagnada no mercado da moda em meio à loucura
da pandemia, o que me fez questionar o rumo da vida e da minha
profissão. Ao contrário da grande maioria das brasileiras
empreendedoras, não empreendi por necessidade. Fiz por rebeldia.

Mas pesquisa nenhuma conta o quanto esse processo é solitário, árduo
e desafiador. E, diga-se a verdade, também não conta o grande prazer
que é ver um produto feito por você chegar ao mercado, poder trabalhar
com os seus valores intactos e se sentir fazendo a diferença, mesmo
sendo um grãozinho de areia dentro do mundo.

O empreendedorismo feminino é imprescindível para a nossa sociedade. E
exemplos não faltam: desde famílias que prosperam alicerçadas em
mães empreendedoras, equilibristas, anônimas, espalhadas pelo Brasil
até mulheres que mudam radicalmente suas indústrias, como é o caso de
Luiza Helena Trajano e Cristina Junqueira.

As mulheres empreendedoras geram à sua volta um círculo virtuoso,
impactando suas comunidades, famílias e outras mulheres. Contratam e se
associam a mais mulheres, criam produtos que são melhores para o
público feminino e investem em educação transformadora, que contribui
para o fim das barreiras e a equidade de gênero.

O empreendedorismo feminino não só deve ser encorajado como
fortalecido e incentivado no Dia Internacional da Mulher, assim como em
todos os outros, seja com propostas governamentais, financiamentos
específicos ou por meio de grupos de apoio. Porque nós, mulheres,
somos extremamente importantes para a economia do País, somos agentes
de mudança.