Estoque baixo leva Maternidade a pedir doação de leite humano e de frascos para armazenamento
O Hospital Maternidade de Campinas precisa urgente da doação de leite materno. O estoque registrou esta semana apenas 86 litros, enquanto o ideal seriam 200 litros. Além da mobilização das doadoras, a instituição pede a doação de kits, que custam R$ 28,20, contendo itens necessários (frascos com tampas) para o acondicionamento no pós-doação. Comemorado em 19 de maio, o “Dia Mundial da Doação de Leite Humano” tem como slogan em 2023 “Um pequeno gesto pode alimentar um grande sonho: Doe leite materno!.
O Hospital Maternidade de Campinas antecipa a comemoração do “Dia Mundial da Doação de Leite Humano”, em 19 de maio, com uma ampla campanha de orientação e chamamento das doadoras, considerando o baixo estoque que tem sido registrado no Banco de Leite da instituição. Enquanto o ideal seria manter estocados pelo menos 200 litros para o atendimento aos bebês internados na UTI – Unidade de Terapia Intensiva e na UCI – Unidade de Cuidados Especiais, a queda nas doações reduziu a quantidade de leite materno armazenado a 86 litros.
Desta forma, a Maternidade pede às mães que contribuam com a doação do leite materno excedente a fim de garantir o alimento para os bebês internados. Para as mulheres que residem em Campinas, a coleta é feita quinzenalmente nas próprias residências. Informações sobre a coleta e forma de doação são fornecidas pelo telefone 19-3306-6039. Nascem, por mês, em média, no Hospital Maternidade de Campinas, cerca de 750 bebês, dos quais 60% são atendidos pelos SUS (Sistema Único de Saúde). Embora a média seja de 25 nascimentos por dia, atualmente o hospital conta com apenas com 30 doadoras cadastradas. Anteriormente a média era de 50 mães.
“A coleta do leite é feita pelas próprias mães, em suas residências. Elas tanto podem entregar os frascos no Banco de Leite do Hospital Maternidade de Campinas ou aguardar a retirada quinzenal feita pela instituição em suas casas, para aquelas que residem em Campinas”, orienta a Dra Tereza Mathiazzi, coordenadora do Banco de Leite do Hospital Maternidade de Campinas. Cada litro doado pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia. O leite materno é o único alimento completo para nutrir os bebês por, no mínimo, seis meses de vida de forma exclusiva, e até dois anos complementado com outros alimentos.
Como doar
Para ser doadora é necessário que a mulher seja saudável, que esteja amamentando o próprio filho e que tenha uma produção excedente de leite após a mamada. O primeiro passo é fazer contato prévio pelo telefone (19) 3306-6039 para o cadastramento, agendar a realização da coleta de sangue receber as orientações e os materiais para a coleta e armazenamento do leite. A realização do exame de sangue é feita no ambulatório da Av. Francisco Glicério, nº 1.913, sendo necessária para a verificação de sorologias de Sífilis, Hepatites B e C, doença de Chagas, HTLV (Vírus Linfotrópico da Célula Humana) e HIV (Aids).
Além da doação do leite pelas mães, este ano o Hospital iniciou a campanha “Doe Leite e Salve Vidas” para que a comunidade também ajude com a doação de “kits”, contendo itens necessários (frascos com tampas) para o acondicionamento do leite materno no Banco de Leite Humano do Hospital. Cada kit está orçado em R$ 28,20, mas as pessoas podem contribuir com qualquer valor via PIX, na chave CNPJ 46043980000100.
O kit é formado por um frasco graduado de 400 ml (R$ 14,00), um frasco graduado de 200 ml (R$ 12,00), uma tampa referência 74 (R$ 0,80 a unidade), uma tampa referência 63 (R$ 0,70 a unidade) e por uma tampa referência 58 (R$ 0,70 a unidade). A meta é conseguir, no mínimo 200 kits por meio das doações. Por ano, cerca de 900 bebês ocupam os leitos de UTI e UCI da Maternidade.
A coordenadora do Banco de Leite Humano esclarece que os frascos fracionados são os ideais para o armazenamento, pois, além de serem feitos em material apropriado para a pasteurização, a graduação permite que seja mantida a padronização de cada ciclo. Já as tampas plásticas são exigidas pelas normas técnicas que regem os bancos de leite porque não enferrujam e podem passar pelo processo de lavagem e esterilização.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) relata que, aumentar a amamentação ideal de acordo com as recomendações, poderia evitar mais de 823 mil mortes de crianças e 20 mil óbitos maternos a cada ano, no mundo. “O aleitamento materno é a forma mais natural e segura de alimentar a criança no início da vida. No leite materno são encontrados diversos componentes imunológicos, tornando esta prática essencial para alcançar o crescimento e o desenvolvimento infantil adequados, além de promover benefícios para a saúde física e psíquica da mãe e do bebê. A criança amamentada pela mãe apresenta menor incidência de infecções, menor tempo de hospitalização e menor ocorrência de reinternações”, explica a médica.