Febre amarela: Saúde alerta para vacinação após SP registrar dois casos em moradores da região
Objetivo da Secretaria é sensibilizar a população sobre a importância da atualização da caderneta vacinal. Veja quando e onde tomar imunizante em Campinas
Vacina contra febre amarela está disponível em todos os centros de saúde de Campinas
A Secretaria de Saúde decidiu reforçar o alerta de vacinação contra a febre amarela, após o governo do Estado de São Paulo confirmar dois casos da doença em moradores da região. O objetivo da Pasta é sensibilizar principalmente os moradores de bairros com potencial para circulação do vírus e que historicamente foram “rota” para a doença.
A forma da doença que ocorre no Brasil é a febre amarela silvestre, transmitida pelos mosquitos Haemagogus e o Sabethes, em regiões fora dos centros urbanos. É uma doença grave, que se caracteriza por febre repentina, calafrios, dor de cabeça, náuseas e leva a sangramentos no fígado, no cérebro e nos rins, podendo, em muitos casos, causar a morte.
Os casos de febre amarela confirmados desde janeiro no Estado de São Paulo foram:
Pessoa do sexo masculino, 50 anos, residente na zona periurbana de Águas de Lindoia. Início de sintomas em 23/03 e óbito em 29/03. Tem histórico de atividade de corte e extração de madeira na zona rural durante deslocamento para Monte Sião (MG) nos últimos 15 dias antes do início dos sintomas.
Pessoa do sexo masculino, 28 anos, residente na zona rural do município de Serra Negra. Início de sintomas em 02/04, internação em 10/04 e posterior evolução para cura. Não tem histórico de deslocamento para outros municípios nos últimos 15 dias antes do início dos sintomas.
Áreas preocupantes
Em Campinas, historicamente as áreas e adjacências onde foi identificada circulação do vírus estão localizadas nos seguintes centros de saúde (CSs) de referência: Carlos Gomes, Sousas, Joaquim Egídio, Vila Ipê, Paranapanema, Esmeraldina, Taquaral, São Vicente, Centro, Orosimbo Maia, Barão Geraldo e Village. Contudo, outras áreas do município com características ambientais favoráveis à presença dos mosquitos transmissores, como as regiões com presença de matas e florestas, também merecem atenção.
Quando e onde se vacinar?
As doses de vacina contra febre amarela estão disponíveis nos 68 CSs. As salas onde ocorrem a aplicação de imunizantes funcionam conforme horário de cada unidade e detalhes, incluindo endereços e contatos, estão no site: https://vacina.campinas.sp.gov.br.
Quantidade de doses
Crianças: 1 dose com 9 meses e 1 dose de reforço aos 4 anos de idade.
A partir de 5 anos, adolescentes, adultos e idosos: somente uma dose. Quem não tiver comprovante ou certeza de que já recebeu o imunizante, deve receber nova vacina.
Vai viajar ou frequentar locais com matas e florestas?
A proteção efetiva contra a doença ocorre dez dias após a vacinação. Com isso, quem vai viajar para espaços rurais, regiões de contato com mata ou áreas silvestres deve tomar a vacina pelo menos dez dias antes do deslocamento.
A dose pode ser exigida para maiores de 9 meses de vida para emissão do Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP), atendendo exigências sanitárias de alguns países.
Histórico e presença de macacos
Campinas não registra casos positivos da doença em macacos desde 2019. Os animais não são transmissores da febre amarela, mas, sim, as principais vítimas da doença. A presença de animais doentes serve como “alerta” de que o vírus está circulando e, quando contaminados, os primatas dificilmente sobrevivem.
Vale ressaltar ainda que a febre amarela não é transmitida ao entrar em contato com uma pessoa ou animal infectado, uma vez que não é contagiosa. É importante lembrar que agredir ou matar macacos é crime ambiental (Lei Federal nº 9.605/1998, artigo 29) e prejudica o trabalho de prevenção dos surtos de febre amarela.
Com o alerta de vacinação, a preocupação da Saúde é evitar que este seja o único referencial para proteção contra a doença.
Quem encontrar macacos mortos deve acionar a Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ) de segunda a sexta-feira pelo telefone (19) 2515-7044. Já nos demais períodos, a Defesa Civil recebe ligações pelo número 199.