LÚCIA MARIM ROSSI GUARDOU A FÉ!

Por isso, em termos humanos, profissionais, sociais, religiosos, familiares sua vida foi grande exemplo para toda a comunidade. Bem disseram que a maior riqueza de um Município são seus recursos humanos. A Fé, adesão voluntária da inteligência a uma verdade que Deus faz brilhar diante de nossos olhos foi a rocha onde se estruturam seus sólidos alicerces para uma vida edificante. Nela a Família do Sr. Jerônimo Marim e de D. Rosária Daldosso fizeram florir filhos que sempre enriqueceram o meio onde viveram. Como lavradores, eles formaram uma família de excelência pelos frutos que produziram.
Por onde passavam além do trabalho de roça, suas filhas preparavam as crianças para a Primeira Eucaristia. Catequizavam até debaixo de árvore. A roça e a pobreza serviram como incentivo para as filhas mais velhas, sem condições para estudo (Aparecida, Cármen), conseguirem revistas nobres para aprenderem o corte de costura e o bordado em ponto cruz. Costuravam em tecidos de saco de algodão trançado e neles bordavam com esmero. E ensinavam às irmãs mais novas. Não havia dinheiro. Havia muito trabalho, economia e planejamento. As últimas quatro filhas nasceram em Jaguariúna, depois que a família Marim para cá retornou em 1942.

Eles viveram como lavradores nesta região até 1955. Estabeleceram-se no Bairro Santa Cruz. Lúcia nasceu em 02/11 de 1946. Aparecida, a mais velha, sempre catequista, estudou e tornou-se enfermeira no Hospital “Irmãos Penteado”. Orientou as irmãs para a catequese e estudo. As filhas mais novas Lúcia e Bernadete concluíram o Ginásio em Jaguariúna em 1968.. E com a irmã Bernadete cursaram a Faculdade de Serviço Social na PUCCAMP. Formaram-se Assistentes Sociais em 1974. Lúcia trabalhou como Assistente Social em Capivari cerca de três anos. Convidada para vir trabalhar na COHAB Bandeirante em Campinas, ali permaneceu por aproximadamente 15 anos.

Foi aprovada em concurso de Assistente Social no Fórum de Pedreira. E ali permaneceu até aposentar-se. Cuidou da Assistência Social às famílias carentes. Trabalhou nos processos judiciais de Adoção e orientação familiar. Era trabalho similar àquele desenvolvido hoje pelo Conselho Tutelar. Atendia famílias dessa região. Aposentou-se após dignificante jornada em benefício de serviços públicos onde atuou. As Irmãs Marim sempre comungaram do mesmo espírito de servir o próximo e de formar lideranças comunitárias, abertas ao voluntariado nas atividades sociais e religiosas.

Lúcia foi responsável pela implantação da “Vida Ascendente” junto à Igreja na década de 1990, com a finalidade de socialização e evangelização da terceira idade. Fortaleceu e estruturou o movimento com reuniões semanais, multiplicando-o por outros bairros. Uma atividade de destaque foi retomar a Exposição de Trabalhos Manuais da Igreja transformando-o em grande sucesso no Bazar da Padroeira. “Senhoras da terceira idade expõem rico artesanato em tradicional exposição beneficente, no mês de setembro. Muito Abnegada, sempre compartilhou tudo o que sabia. Amava a natureza, as árvores frutíferas, as plantas medicinais, as hortaliças, os cereais integrais, a alimentação saudável.

Multiplicava e doava mudas de plantas ensinando seus benefícios. Combatia a produção do lixo e incentivava a reciclagem do lixo seco. Evangelizava através das atitudes de amor ao próximo. Manancial de virtudes e da verdadeira sabedoria. Como voluntária levava serenamente sua prudência, discrição enriquecendo as reuniões comunitárias. Participou do conselho da Criança, do Adolescente, do idoso, da Assistência, do Conselho de Pastoral Paroquial.

Grande incentivadora da volta da Banda junto à Secretaria de Turismo e Cultura. Exemplo edificante de vida, pode-se dizer dela, com certeza, como do Apóstolo Paulo: “ Ela combateu o bom combate, terminou sua carreira, guardou a Fé”. Durante seus 77 anos ela juntou tesouro que a traça não corrói, nem a ferrugem consome. Juntou riqueza para a eternidade. Parabéns, Lúcia! Parabéns ao marido José Carlos Rossi e aos filhos Ricardo e Renato. Este 29/12 foi o dia de sua Ressurreição.Obrigado, Lúcia!

Tomaz de Aquino Pires