MEIO AMBIENTE – MEMÓRIAS DE PROGRAMA AMBIENTAL.
Nesta semana do Meio-Ambiente a Casa da Memória lembra-se da Fada Madrinha do Rio Jaguary, a Prof.ª Isabel Bande Spinosa que escrevia semanalmente a coluna OIKÒS para as crianças e alunos de nossas escolas de Jaguariúna nos jornais locais. Um dentre seus objetivos de educadora era formar o educando no respeito à Natureza. Como as ninfas do Rio Tejo protegiam-no, ela o fazia em relação ao Rio Jaguari, trazendo lições preciosas de proteção a todo Meio Ambiente. Foi professora titular de português da Escola Prof.ª Júlia Calhau Rodrigues do Bairro Dom Bosco, nos anos 1980/90. Conduziu o magistério local e comunidades escolares a jogar flores sobre o rio, na época de formação do Consórcio PCJ, bacias dos rios Piracicaba, Capivari, Jundiaí.
Prefeituras reuniram-se para cuidar destas bacias hidrográficas diante da construção do Sistema Cantareira pelo governador Maluf. Nossos mananciais precisaram ceder água para abastecer a Grande São Paulo nos anos 1970. Isto tornou as respectivas bacias empobrecidas. Daí a necessidade da criação de Programas Ambientais conscientizando a população da necessidade de cuidar da Natureza que aos poucos vai sendo destruída pelo homem moderno. Prof.ª Isabel escreveu Oração sobre o Rio. Escreveu obras derramando poesia e sabedoria, despertando a conscientização da necessidade de salvar o planeta protegendo-o.
Foi a grande incentivadora dos educadores e da população estudantil no desenvolvimento do Programa Ambiental Escolar “Jaguari, Epopeia de um Rio!” Todo programa educacional ambiental dividiu-se em muitos projetos escolares: limpeza simbólica dos rios, procissões de barcos a remo de 92 a 96, missas ecológicas de 92 a 008, no Dia do Município, 12 de setembro, oferenda de alevinos ao Jaguari, doação de mudas e plantio de árvores nas escolas, em calçadas e na margem do rio. Nas escolas ensinava-se a reciclagem do papel e do plástico. A escritora e poetisa Isabel compunha com as crianças canções com o tema do lixo e da reciclagem. Publicou obra que permanece em nossas bibliotecas. Escreveu prosa e verso com sua alma protetora da natureza.
As escolas ensinavam os alunos e pais a reaproveitarem o lixo úmido, montando composteiras em seu quintal, organizaram em tambores, coleta seletiva do lixo seco e reivindicaram aos poderes públicos a oficialização da coleta seletiva do lixo na cidade. Consequentemente aconteceu a Recuperação do Parque do Jatobazeiro, replantando-se sua Mata Ciliar. Criou-se, depois, o CEMA: Centro Municipal de Educação Ambiental “Dr. Darcy Machado de Souza” Em parceria com EMBRAPA surgiu a Biblioteca Verde. Mais tarde criou-se o CEMAR. Este Centro que deu origem à COOPERJ: Cooperativa de Trabalho dos Catadores e Recicladores de Materiais Recicláveis de Jaguariúna.
O trabalho dos Cooperados representa a concretização dos objetivos daquele programa ambiental revigorado pelas consequências do Projeto Cantareira. Estes trabalhadores merecem todo o incentivo de cada cidadão, o reconhecimento da sociedade, a cooperação de cada família, de cada cozinha com o reciclado. Compete a cada munícipe consciente participar do Projeto Ambiental “Eu reciclo” reciclando cada item de seu lixo seco diário: PAPEL, PLÁSTICO, VIDRO E METAL, colocando na respectiva à frente de sua casa. Este trabalho sustenta famílias que contribuem com a limpeza urbana, ajudam a preservar a saúde pública, melhoram a qualidade de vida, além de ter um importante papel social. Havia nessas famílias pessoas em situação de risco que foram recolocadas no mercado de trabalho.
Muitos eram antigos catadores de materiais recicláveis que se transformaram em profissionais, aumentando a geração de empregos e gerando aquecimento da economia local. Esta importante reciclagem faz diminuir consideravelmente a quantidade de lixo que era enviada diariamente ao aterro sanitário. Hoje há um grande reaproveitamento de um material que era, anteriormente descartado. Cabe aos Pais formarem os filhos nessa Educação Ambiental mostrando o recurso finito da bênção da Água, coletando a água da chuva, fazendo o seu reaproveitamento, reciclando o lixo seco, reaproveitando o lixo úmido, quando possível, em composteiras, transformando-o em húmus para as flores e verduras.
O Homem moderno precisa salvar os rios da poluição, não pode produzir lixo, não pode lotear as montanhas., não pode sufocar as nascentes. Elas devem manter-se cobertas exclusivamente pela vegetação. As chuvas sobre as montanhas precisam alimentar os lençóis freáticos. Plantar árvores certas no lugar certo. As cidades tornaram-se selvas de concreto. Os jardins, quintais precisam de terra e de vegetação. O homem moderno precisa rearborizar o mundo. O asfalto aquece a cidade, sufoca a terra, mantém o calor do sol e joga fora a água da chuva. Por que não recuperar os calçamentos com paralelepípedos. Sua calçada já tem árvore de pequeno porte? Sigamos o ensinamento da ninfa do Jaguari; Prof.ª Isabel Bande Spinosa!
Tomaz de Aquino Pires