Ministério da Saúde interrompe distribuição de inseticida da dengue
Itapira está sem o inseticida utilizado na nebulização contra o mosquito Aedes aegypt. A falta é ocasionada pelo desabastecimento do Malathion EW 44% no estoque nacional, que fez com que todos os municípios do país enfrentem a mesma situação. “Utilizamos o restante de nosso estoque na sexta-feira e desde então estamos sem. Não há previsão para que o Ministério retome a distribuição porque eles também não sabem quando receberão mais do fornecedor”, afirmou Josemary Apolinário, Chefe da Vigilância Epidemiológica.
A falta do inseticida gera um alerta para intensificação das ações no combate ao mosquito que é transmissor da Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela. “Nesse momento, precisamos mais ainda da ajuda da população para combater os criadouros e não deixar o mosquito nascer”, enfatizou o Secretário Interino de Saúde, Cláudio Silvestrin.
Cidades da região já enfrentam a falta do insetidida há alguns dias e por ser de uso controlado, a aquisição do mesmo não é permitida através de compra direta dos municípios. No Estado de São Paulo, a SUCEN (Superintendência de Controle de Endemias) é quem faz o controle da distribuição do veneno. “Mesmo com o estoque normal, o município não pode fazer a aplicação do inseticida sem consultar a Sucen. São eles que determinam, de acordo com os casos registrados e os relatórios enviados, os locais que serão nebulizados”, complementou Josemary.
Apesar de ocasionar pendências de nebulização, a falta do inseticida não interrompe o trabalho dos agentes no bloqueio de criadouros. “O mosquito alado pode viver até 40 dias e é pra esses que a nebulização era eficaz. O que precisamos é que não nasçam novos mosquitos e por isso essa insistência em eliminar criadouros e verificar sempre os locais que possam armazenar água parada”, reforçou Josemary.
O prefeito José Natalino Paganini foi oficializado sobre a falta do inseticida na última semana. “É algo que atinge não só Itapira, mas todas as cidades do país. Já solicitei ao nosso deputado Barros Munhoz para que assim que haja estoque, ele faça o apelo para a normatização não apenas de nossa cidade, mas do Estado todo que enfrenta sérios problemas com epidemias de dengue. Tenho certeza que tão logo seja possível, a situação será normalizada”.
Fiscalização
O Secretário Interino de Saúde lembrou que junto ao apelo para que a população colabore no combate à dengue, a Vigilância Epidemiológica também intensificou a fiscalização. Em casos onde são encontrados criadouros com larvas, o proprietário do imóvel é automaticamente notificado e autuado com aplicação de multas. “É uma forma da população entender que esse é um trabalho sério e extremamente importante. Se o agente encontrar larva, a multa é imediatamente aplicada”.
Casos
No boletim desta quinta-feira, 16 de maio, o município está com 68 casos positivos de dengue e 63 casos suspeitos aguardando resultado. Do total de casos, 59 são autóctones, 7 importados e dois indeterminados. Os bairros com maior incidência da doença são Assad Alcici com 11 casos, Centro com oito e Jardim Magali com seis.