Os desafios da linguagem contemporânea com o cenário tecnológico

Matéria: Paula Partyka

Conversa Aberta promovida pela UniFaj é um projeto em parceria com o Programa SocioCultural TOM e a Escola de Negócios.

Pelo que é formada a linguagem do jovem contemporâneo? Esse foi o tema da Conversa Aberta da terça-feira, 23, no Centro Universitário de Jaguariúna (UniFaJ). Estiveram presentes os alunos da Escola Julia Calhau, Colégio Integrado, alunos da UniFaj, professor Rogério Gomes e convidados.

“Nos honra muito à presença dos alunos das principais escolas de Jaguariúna”, considera o diretor do Campus I, Hector Escobar, em sua fala de abertura da conversa. Este projeto é organizado e coordenado pelo Programa SocioCultural TOM, em parceria com a Escola de Negócios e TV Artes.

A discussão abordou a linguagem do jovem diante do cenário de tecnologia e expansão da comunicação em todas as esferas. “Para nós é importante esse momento, porque a UniFaJ tem essa característica: trazer para dentro da instituição discussões relevantes para a sociedade com a participação da própria sociedade. Então nós cumprimos um papel realmente importante do ponto de vista social e cultural”, salienta Hector.

A apresentadora do bate-papo foi a professora e jornalista, AnaPaula Ziglio. Compondo a mesa estiveram a professora e advogada Camila Guerreiro, a escritora Carolina Marmo Pepe, a professora Maria de Lourdes Cocozza e a professora de literatura e gramática Simone Diniz. Além dessas profissionais, os alunos Rafaela Oliveira, da Escola Julia Calhau e João Vitor Mascarenhas, do Colégio Integrado.

Professora Camila iniciou sua fala relembrando sua passagem pelas escolas que estavam presentes, sendo elas Julia Calhau e Integrado. “Tenho um carinho imenso e feliz em ver essas pessoas tão jovens e participando de algo tão especial”.

Ela fala que há muitas questões da linguagem. Além do que está escrito, há a linguagem verbal, corporal, artes e internet. “Não há como falar de comunicação sem falar de internet”, afirma ela.

A comunicação “via net”, como se refere Camila, afeta a vida do jovem. Mas de que maneira? “Nada tem filtro. Vemos muitas coisas acontecerem por conta dessa informação maciça e há impactos jurídicos para as pessoas que usam a internet de maneira inconsequente”.

A escritora Carla, que tem oito livros publicados, percebe que o jovem está lendo cada vez menos e isso gera consequências. Para ela, é necessário enxergar quais são essas consequências, que são refletidas até mesmo no mercado de trabalho.

Refletindo nas redações, a professora há quase 30 anos, Maria de Lourdes, conta que lê muitas redações tristes. “Eles falam coisas como o fim do mundo. Eu não vejo muito humor, embora estejamos em uma era de muito entretenimento”, lamenta.

Maria de Lourdes, a respeito da comunicação com a internet, compartilhou um pensamento. “Quando a gente fala em internet, falamos ‘navegar na internet’. É um verbo muito superficial, e me incomoda. Porque quando falamos em ler um livro, nos referimos a ‘mergulhar’, que é com profundidade”. Outra situação que ela aborda, é a falta de conexão e comunicação pessoal. Pois hoje, é muito fácil expor a vida na internet.

A aluna Rafaela, como representante dos jovens, concorda com as abordagens, com ênfase no excesso de entretenimento. “A gente têm o excesso de humor e até mesmo a sua banalidade. Essa exposição do jovem, eu acredito, acaba tirando a seriedade das coisas, mas nem sempre se dá conta disso porque cada um cresceu de maneira diferente dentro da internet”, disse.

Também em seu papel de representar os jovens, o aluno Rafael falou que o jovem enquanto receptor de tanta notícia triste, fica triste. Para ele, certos conceitos que anteriormente eram entendidos com maior facilidade, hoje nem tanto. Ele justifica isso na leitura mais sofisticada que era comum antes.

“Hoje em dia é só jogar na internet que tudo fica mais fácil. E um fato, é que quando a gente lê alguma coisa e se identifica, leva isso para a vida. A tecnologia é importante, mas informação demais faz a gente achar coisas onde não tem”, considera.

Após as considerações dos convidados da mesa, os alunos puderam fazer perguntas, o que acrescentou ao conhecimento de todos. A próxima edição do Projeto Conversa Aberta acontece no próximo mês, com data e tema a serem definidos.

 

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