PRAÇA DONA UMBELINA BUENO
Pediram que eu contasse a história da primeira praça da cidade. Se eu errar, me corrijam! Está ali no marco zero em torno da Capela de Santa Maria do Jaguary de 1894. Após essa construção em terras da Fazenda Florianópolis do Cel. Amâncio Bueno, ele encomendou a Wilhelm (Guilherme) Giesbrecht a planta da Vila Bueno com 39 quadras e 15 ruas. Ele doou a igreja ao Clero de Campinas.. E na referida praça colocou o nome de sua Mãe. Vemos a praça pintada numa tela, deve ter sido copiada de foto muito antiga.
Temos um quadro similar pintado por um neto dele com D. Ermelinda Romanini, Hélio Bueno. Veem-se a capela, o terreno frontal, as primeiras casas laterais de esquina, e um obelisco. Este foi levantado por amigos da Vila, colonos e agregados em agradecimento à construção da Igreja em setembro de 1894. No Natal de 1904 o obelisco foi dinamitado por inimigos do Cel (23/12/1904). Atualmente, encontra-se recolocado num projeto do Sr. Pedro Abrucês. Aquela primitiva praça recebeu iluminação com lampiões conseguidos pelo fundador da vila, iluminação inaugurada, segundo “A Comarca” na Festa de S.
João, edição de 08/06/1902.
Inaugurou-se também nesta data um Chafariz. Nascente doada por Amâncio Bueno à Câmara Municipal de Mogi Mirim que a canalizou da Florianópolis a essa praça. O fundador morreu em 1914. O semanário registrou a Festa das Árvores (Ed. 29/09/) que reuniu as escolas da época de 1918 no salão social da comunidade com discursos e hinos cantados pelos alunos subindo até a praça para o plantio de árvores. Não havia bancos. Deitavam-se troncos de árvores para sentar. “A Comarca” mostrava que desde 1913 e 14 a população da vila solicitava um trono para a sua sinfônica através do correspondente de Jaguary.
Reivindicava-se um coreto na praça para a sua Banda. Não havia um jardim. O coreto chegou só em 1926, quando os jaguarienses uniram-se e construíram-no (Ed. 21/11). Só assim a Banda pôde tocar no coreto. Em 1941, Jaguary recebe um jardim de Mogi Mirim, inaugurado em março (Ed. 20/03).
Belíssimo jardim com canteiros gramados triangulares. Da fazenda Florianópolis desceram os empregados para construir graciosamente o jardim, cedidos por seu proprietário José Pires Jr. Nele triângulos com buxinhos continham roseiras coloridas. Iluminação com postes decorados com motivos florais de cimento e globos opacos com grandes lâmpadas. Havia postes simples de apenas uma haste e postes com três braços em pontos centrais. A Comarca dedicou uma página descrevendo os festejos, as autoridades presentes, os discursos e recepções de sua inauguração. O distrito de Paz e seu Povo receberam novo alento e ânimo por progresso.
O jardim do lado esquerdo teve o coreto de 1926 como destaque e do lado direito ganhou uma fonte. Este jardim recebia o povo nos fins de semana, feriados e dias santos e de festas. Ficou o local por excelência dos jovens enamorados, crianças, adultos e idosos. Local das conversas, da Banda, das quermesses, dos pipoqueiros e do algodão doce, dos balõezinhos coloridos e concentrações. Tornava-se um pedaço do céu no centro histórico da cidade.
Em 1970, o jardim de 1941, estilo Versalhes desapareceu e deu lugar a um novo jardim. Construiu-se outro jardim com lampiões e estilo dos tempos áureos do café. Foram unidos o jardim Público ao Largo da Igreja, desaparecendo a travessa que separava um do outro. Ajardinaram-se ambos os lados da Igreja Matriz com nova iluminação. À direita construiu-se um Parque Infantil. À esquerda foi edificada uma Rodoviária e um Ponto de Táxi.
Mais tarde surgiram os Sanitários Públicos e bancas de jornais e cantinas. Em 2000, os aposentados ganharam um Quiosque com trilhos ferroviários em vermelho, espaço de lazer. Em 2007, a Casa Paroquial de 1945 deu lugar à Casa da Memória Padre Gomes. Assim encontra-se, hoje, a Praça D. Umbelina Bueno.
Tomaz de Aquino Pires.