Release SOS Mata Atlântica | Ypê

 

Estudo da Fundação SOS Mata Atlântica revela que, no último ano,
não houve melhora significativa na qualidade da água dos rios da Mata
Atlântica monitorados por voluntários da organização. No bioma onde
vivem mais de 70% da população brasileira, apenas 6,9% dos pontos
analisados apresentaram água de boa qualidade. O levantamento apontou
qualidade regular em 75% dos casos, ruim em 16,2% e péssima em 1,9%,
sendo que não foram registradas amostras que possam ser consideradas
ótimas. Quase 20% dos pontos analisados, portanto, não têm
condições mínimas para os usos múltiplos da água – como
agricultura, indústria, abastecimento humano, consumo animal, lazer ou
prática de esportes.

Os dados são da edição de 2023 da pesquisa “O Retrato da Qualidade
da Água nas Bacias Hidrográficas da Mata Atlântica”, realizada pelo
programa Observando os Rios, da SOS Mata Atlântica, que conta com a
Ypê como patrocinadora desde 2015. Pela primeira vez, os resultados
serão apresentados na Conferência da ONU sobre a Água, que esse ano
acontece em Nova York, em 22 de março, Dia Mundial da Água. Os dados
ressaltam a condição frágil dos recursos hídricos brasileiros neste
momento de emergência climática, demandando atenção imediata dos
gestores públicos e da sociedade.

Para o coordenador Gustavo Veronesi, a situação precária do
saneamento básico no Brasil, onde menos da metade da população tem
acesso ao serviço, e a degradação dos solos e das matas nativas em
suas bacias hidrográficas são fatores que contribuem para esse
cenário. “Ainda estamos distantes das metas do Objetivo de
Desenvolvimento Sustentável Água Potável e Saneamento (ODS 6),
preconizado para 2030, e da universalização do saneamento básico,
previsto para 2033. Os rios monitorados refletem a urgência de ações
voltadas à restauração florestal, ao saneamento básico, aos
compromissos do Brasil com o clima e à governança de forma inclusiva e
participativa”, afirma.

O relatório apresenta o retrato da qualidade da água em bacias
hidrográficas do bioma por meio de dados do Índice de Qualidade da
Água (IQA), levantados pela rede de 2.700 voluntários que integram o
Observando os Rios e são primordiais para o projeto. Com base em
coletas mensais entre janeiro e dezembro de 2022, foram realizadas 990
análises em 160 pontos de 120 rios e corpos d’água em 74 municípios
de 16 estados da Mata Atlântica.

Em comparação aos 106 pontos também analisados em 2021, quando houve
uma redução nas coletas devido à pandemia de Covid-19, a qualidade
média da água se estabilizou, com indicativo de pequena melhora: os
pontos com qualidade boa passaram de 7 para 8; os com regular, de 75
para 80; e os com ruim, caíram de 21 para 15. Assim como no ano
anterior, houve três pontos com qualidade péssima – todos, mais uma
vez, no rio Pinheiros, em São Paulo.

Um rio que chamou atenção positivamente foi o córrego do Sapateiro,
na capital paulista, que teve uma melhora em sua nascente devido a
ações da prefeitura em parceria com entidades e movimentos da
sociedade civil. O mesmo córrego, entretanto, teve ligeira piora no
ponto do Lago do Ibirapuera, que vinha apresentando um aumento crescente
de qualidade em 2021. O rio Balainho, no município de Suzano (SP), que
passou por obras estruturantes de coleta e tratamento de esgoto, também
está entre os que mostraram melhora, ressaltando a relação
causa-efeito de ações dessa natureza.

O destaque negativo foi o rio Paraíba do Sul. Um dos pontos em
Itaocara (RJ) apresentou piora principalmente devido à redução da
vazão do rio em boa parte do ano, evidenciando a falta de tratamento de
esgoto. Em outros dois pontos no litoral norte paulista, muito
movimentados em alta temporada, aconteceu o mesmo: os córregos Paquera,
em Ilhabela, e Maresias, em São Sebastião.

Diretora de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica,
Malu Ribeiro explica que um dos objetivos da organização é que o
acesso à água limpa seja reconhecido como um direito fundamental de
brasileiros e brasileiras. “Para isso estamos mobilizados, com a nossa
rede de voluntariado do Observando os Rios e parceiros, para a
aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC nº 06/2021) na
Câmara dos Deputados. O alcance do direito fundamental à água limpa
para todos será resultado de um processo de longo prazo de políticas
públicas consistentes e de projetos de saneamento ambiental e
conservação das bacias hidrográficas do país”, completa.

O estudo está disponível no site da Fundação SOS Mata Atlântica
[1].

Sobre o Observando os Rios

O Observando os Rios é um projeto que reúne comunidades e as mobiliza
para monitorar a qualidade da água de rios, córregos e outros corpos
d’água das localidades onde elas vivem. O monitoramento da água é
realizado com uma metodologia desenvolvida pela SOS Mata Atlântica e
que utiliza um kit de análise e indicadores de percepção para
levantar o Índice de Qualidade da Água (IQA), que é um padrão
internacional adotado para avaliar a condição ambiental da água doce
e regulamentado no Brasil pela Resolução CONAMA 357 de 2005. Os grupos
voluntários fazem a coleta e a medição da qualidade da água uma vez
por mês e disponibilizam os resultados em um banco de dados na
internet. Os indicadores levantados por todos os grupos de monitoramento
são reunidos em relatórios técnicos anuais que formam o retrato da
qualidade da água dos rios dos 17 estados da Mata Atlântica.

Sobre a Fundação SOS Mata Atlântica

A Fundação SOS Mata Atlântica é uma ONG ambiental brasileira que tem
como missão inspirar a sociedade na defesa da Mata Atlântica, que é a
floresta mais devastada do país. Tem como prioridades o combate às
mudanças climáticas, a restauração da floresta, a proteção da
biodiversidade e a garantia de água limpa para todos. Atua na
promoção de políticas públicas para a conservação do bioma mais
ameaçado do Brasil por meio do monitoramento da floresta, produção de
estudos, projetos demonstrativos, diálogo com setores públicos e
privados, aprimoramento da legislação ambiental, comunicação e
engajamento da sociedade.

Sobre a Ypê

Marca líder em importantes categorias no segmento de limpeza e higiene
do Brasil, a Ypê tem uma linha completa de produtos para auxiliar nos
cuidados com a roupa, a casa e o corpo. Com matriz localizada em Amparo,
interior de São Paulo, conta com mais quatro unidades fabris: Salto
(SP), Simões Filho (BA), Anápolis (GO) e Goiânia (GO), e mais uma que
está sendo construída em Itapissuma (PE). Fundada em 1950, a Ypê é
uma empresa 100% brasileira, com mais de 7.000 colaboradores. A empresa
é signatária do Pacto Empresarial pela Integridade e Contra a
Corrupção, uma iniciativa do Instituto Ethos de Empresas e
Responsabilidade Social, e reconhecida como Empresa Pró-Ética
2020-2021 pela Controladoria Geral da União (CGU). Exporta para mais de
10 países da América Latina, Ásia, África e Oriente Médio e ainda
detém as marcas Atol, Assolan, Tixan, Perfex, Flor de Ypê e Action
Ypê.