SALÂO SOCIAL DOS ANOS DE 1920 EM JAGUARY.

“SARAU DANSANTE” “SOIRÉE DANSANTE” Nesta época ainda havia influência da cultura francesa do século XIX nas primeiras décadas do novo século. Convém destacar famoso ponto social de encontro desde a primeira década do século XX, um salão que perdurou até pouco tempo na Rua Coronel Amâncio Bueno, no meio da quadra entre as ruas Cândido Bueno e Alfredo Engler. Propriedade de D. Tereza Machado de Almeida, viúva, mãe do tabelião Alonso J. de Almeida, prédio atualmente sob nº ____. Foi cinema. No início da década foi fechado e transferido para outra localidade. Ali montou-se, certa vez, segundo o Sr. José Sayad, um ringue de patinação. Pós cinema tornou-se a sede social do Sport Club União Jaguaryense. Tornou-se este salão o fulcro de vida social e cultural da Vila. Nunca poderia ter sido varrido do Centro Histórico, mas restaurado e adaptado estética e artisticamente para as necessidades e grande renda do proprietário e de Jaguariúna contemporânea. A Vila alegrava-se e produzia músicos que se reuniam em grupos musicais. Quando a mocidade recebe da sociedade lazer sadio e oportunidades brilha a criatividade e o desenvolvimento para o bem e para o progresso. No Salão que fora cinema havia saraus dançantes onde as Famílias da vila frequentavam os bailes nos domingos. Sarau “dansante”. Em janeiro de 1924 o semanário publica: “_….Realizou-se domingo último, às 21 horas, sarau dansante, que distinctos rapazes desta Villa offereceram às exmas famílias jaguaryenses. A reunião prolongou-se até às 3 horas do dia seguinte, reinando sempre muita alegria. Foi abrilhantada pela excelente orchestra “Grupinho”, regida pelo maestrino Hermínio Poltronieri.” Tal notícia é complementada pelo jornal subseqüente – “Soirée dansante _ Consoante noticia dada pelo correspondente local, realizou-se no domingo p.p. dia 6 do corrente mez uma partida dansante, promovida por uma commissão e demais sócios. O salão, sede do E. C. U. J. achava-se ricamente ornamentado de serpentinas, vendo-se a um canto delle, um bem enfeitado coreto, abrilhantando-o a bem afinada orchestra…À hora do costume foi servido aos presentes um lunch acompanhado de chá. E, debaixo da maior cordialidade prolongou-se o baile…Como lembrança foi aberto um álbum pedindo a assignatura de todos os convivas conforme consta:… Seguem-se 73 assinaturas..” Estas listas nominais de presenças às festas ou aos féretros mostram-nos as famílias que compunham a nossa sociedade.
TEATRO. Ali apresentavam-se peças teatrais. Havia grupo dramático local , segundo “A Comarca” de 11/09/2021, que apresentou nesse espaço soberbo espetáculo chamado “ Mau Amante, Mau Pae” drama em um ato; a comédia “A Casa Assombrada”; o monólogo e dueto “Os engrossadores e o Fon-fon”; a poesia de Guerra Junqueiro “ A Lágrima”; a comédia “Maldita Dor de Dente” ou “Um Erro de Imprensa”. A casa esteve repleta. O Secretário era o sr. Carlos Turato, contador, um dos introdutores do football em 1913, promovia o teatro em benefício do Sport Club. Às vezes vinham atores conhecidos de outras cidades que formavam elenco com amadores da vila. Dentre esses a imprensa cita: João Talarico, Primo Déster, Lindo Ferrari, Antônio Masotti, Lazinho Penteado, e Hermelindo Poltronieri (28/08/1921). Entre as pequenas peças teatrais, hábeis músicos, Hermínio Poltronieri e o Prof. Antônio Leite executavam peças clássicas muito aplaudidas. Assim o povo tecia sua paisagem cultural. A juventude trabalhava e no lazer, jogava football, aprendia música, dava concerto, tocava na Banda, dançava, e representava.
Tomaz de Aquino Pires