600 caminhões de sujeira foram retirados das ruas em mutirões contra a dengue em Mogi Mirim

Com 1.865 casos e três mortes no ano até a última quinta-feira (30), a dengue pode ser considerada a principal doença da saúde pública de Mogi Mirim na atualidade. E, para buscar frear o contágio, a Prefeitura vem adotando uma série de medidas, em trabalho coordenadora pela Secretaria de Saúde (confira a lista completa abaixo). A limpeza de casas, ruas, calçadas e terrenos torna-se fundamental nesta luta, sobretudo se levado em conta os números, mas o papel da população também é de suma importância na guerra contra o Ades aegypti.

Somente em 2019, foram 480 caminhões de sujeira retirados das ruas em 12 mutirões. Neste ano, em outros três mutirões, mais 120 veículos, totalizando 600 caminhões em 15 ações, correspondente a 2,4 mil toneladas de material em todas as regiões do município, de acordo com a Secretaria de Serviços Municipais. Dados suficientes para comprovar a gravidade da situação e a necessidade de uma força-tarefa entre Poder Público e população.

 

O que já foi feito?

Um balanço da Vigilância em Saúde, órgão ligado à Secretaria de Saúde, e que dita as atividades de combate à dengue na cidade, mostra que o setor realizou, desde janeiro do ano passado, até 31 de março deste ano, uma série de medidas relacionadas à saúde pública. Na lista, visita casa a casa, nebulizações costal e veicular, limpeza em ruas, calçadas e terrenos, vistoria em pontos estratégicos, atendimento a reclamações, orientação a munícipes, entre outros.

Nos 15 mutirões, sempre aos sábados, 600 caminhões de sujeira, material formado por galhos, entulhos, produtos recicláveis, móveis, restos de material de construção, entre outros, foram retirados das ruas.

Esse número aumenta se levado em conta todo o ano, quando cerca de 525 toneladas por semana (segunda a sexta-feira), uma média de 105 toneladas por dia, são retiradas por equipes da Secretaria de Serviços Municipais, segundo a própria Pasta.

 

Os mutirões reúnem funcionários da Secretaria de Saúde, ao lado de servidores de diversas Pastas municipais para um trabalho de orientação a moradores e limpeza de ruas, calçadas, casas e terrenos.

Com a quarentena, onde a população permanece boa parte do dia em casa, a limpeza é uma das principais armas no combate à dengue.

“As pessoas devem olhar o local onde moram, notar os pontos mais críticos e fazer a limpeza. Muitas vezes achamos que o problema está na casa do vizinho, mas não, está debaixo do nosso teto. Olhem calhas, ralos, tudo que sirva como local de criadouro e proliferação do mosquito”, alertou a coordenadora da Vigilância e Saúde, Joalice Penna Rocha Franco.

 

Visitas a imóveis

Em 2019, foram 90.789 visitas a imóveis, frente 16.376 nos três primeiros meses de 2020. O trabalho é realizado por agentes de controles de endemias e agentes comunitários de saúde, quando é verificada a presença de criadouros e orientação aos residentes sobre a eliminação dos locais de transmissão.

Busca e controle de criadouros (BCC) somaram 23.107 visitas a residências no ano passado e 6.849 em 2020.

 

Nebulizações

Em 15 meses, 7.166 nebulizações costais, através de nebulizador manual, costal, por ir nas costas do aplicador, aconteceram em imóveis espalhados pela cidade (4.856 em 2019 e 2.310 em 2020).

No mesmo período, o popular “fumacê”, realizado nas últimas semanas na zona Norte, e que visa eliminar o mosquito adulto, esteve presente em áreas prioritárias, seja a mesma zona Norte, Leste, Centro, ou outro setor onde a aplicação se faz necessária.

 

Procura por larvas

A ida dos agentes a imóveis especiais, aqueles com grande circulação de pessoas, como escolas, hospitais e rodoviárias, contabilizou 379 imóveis (332 em 2019 e 47 neste ano), além de outras 1.225 visitas a imóveis estratégicos (1.029 ano passado e 196 de janeiro a março), seja comércios ou localidades com grande potencial de existir larvas, a exemplo de reciclagem e borracharias.

 

Momento é de colaborar

 

Chefe da equipe da Vigilância Ambiental e Zoonose, Rogério Garros explica que o fato de a dengue ter como característica ser uma doença de clima tropical faz com que o mosquito ganhe força na área urbana.

“O mosquito está altamente adaptado ao meio urbano. Antigamente, falávamos para não deixar água parada, e hoje temos imagens de larva em tanque com água suja de óleo e fossa com fezes, ou seja, não apenas em água limpa, mas também na suja. Ele criou mecanismos para ficar resistente. A suscetividade é alta, temos o vírus circulando e bastante mosquito. Tudo influencia”, observou.

Para se ter uma ideia, o Aedes pode eclodir 300 ovos de uma só vez, com duração de até 400 dias no ambiente, segundo Rogério.

 

Sem veneno

Outro agravante foi o fato de Mogi Mirim ter ficado desabastecido do veneno, enviado pelo Ministério da Saúde, para a nebulização costal e veicular de março do ano passado até janeiro, o que pode ter colaborado para a proliferação do mosquito.

A Secretaria de Saúde disponibiliza a Ouvidoria SUS para denúncias contra a dengue, que funciona de segunda a sexta-feira, pelo telefone 3806-4730.

 

Ações realizadas pela Prefeitura em 2019   Ações realizadas pela Prefeitura em 2020 (até 31 de março)
Visitas casa

     a casa    

90.789 imóveis

alcançados

Visitas casa

       a casa

16.376 imóveis

alcançados

Busca e Controle de Criadouros 23.107 visitas

a imóveis

Busca e Controle de Criadouros 6.849 imóveis
Nebulização Portátil Costal Realizadas em 4.856 imóveis Nebulização Portátil Costal Realizadas em

2.310 imóveis

Reclamações 865 atendidas Reclamações 169 reclamações atendidas
Avaliação de Densidade Larvária (ADL) 5.088 visitas a imóveis para avaliação Avaliação de Densidade Larvária (ADL) 1.313 visitas imóveis

para avaliação

Visitas a pontos estratégicos 1.029 imóveis visitados Visitas a pontos estratégicos 196 imóveis visitados
Imóveis Especiais 332 visitas Imóveis Especiais 47 visitas
Mutirões aos sábados 20.448 visitas a

residências

Mutirões aos sábados 5.404 visitas a residências
Total de visitas ao longo do ano 146.506 Total de visitas até 31 de março 32.664 visitas
Nebulização veicular (fumacê) 3 ações em áreas prioritárias Nebulização veicular (fumacê) 2 ações na zona Norte
Quarteirões trabalhados

(por região)

353 quarteirões

no total

Quarteirões trabalhados

(por região)

330 na zona Norte

(6 dias de ação)

Zona Leste

 (6 dias)

243 quarteirões trabalhados    
Zona Norte (1 dia) 110 quarteirões trabalhados    

 

 

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