Qual o jeito certo para adotar complementos nutricionais?

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Veja os principais pontos de atenção para quem deseja começar a consumir suplementos alimentares.

Entre os adultos residentes nas capitais do país, 78,6% não consomem a quantidade mínima de frutas, verduras e legumes recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 400 gramas por dia. Os dados são de um levantamento realizado no último ano pelo Ministério da Saúde (MS).

Para suprir as necessidades nutricionais e garantir nutrientes consumidos em quantidades insuficientes na dieta regular, os suplementos alimentares podem ser uma opção prática e segura, de acordo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD).

Os suplementos fornecem nutrientes como vitaminas, ácidos graxos, minerais e aminoácidos de forma concentrada. Além de contribuírem para a saúde geral, eles podem ajudar a suprir deficiências específicas, como a falta de cálcio ou vitamina D.

Eles também podem melhorar o desempenho físico e auxiliar na recuperação após treinos intensos, como é o caso da creatina, conhecida por aumentar a força, a potência e a hipertrofia muscular. Para quem deseja otimizar os resultados, é interessante consultar um especialista para saber como tomar creatina monohidratada de forma adequada, integrando-a à rotina de treinos.

Cada indivíduo tem necessidades únicas e, antes de iniciar o consumo de suplementos alimentares, é importante procurar um profissional da saúde para receber indicações personalizadas, verificar possíveis deficiências e determinar o suplemento e a quantidade mais adequada.

Quem pode tomar suplemento alimentar?
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enfatiza que os suplementos são destinados a pessoas saudáveis para fins de complementação nutricional, no caso de dietas restritivas, alterações metabólicas, atividade física intensa, entre outros.

Pessoas doentes ou com condições específicas devem procurar um profissional de saúde habilitado para receber orientações de consumo. Além disso, crianças, gestantes e lactantes podem consumir suplementos, mas com restrições, por serem considerados mais vulneráveis.

Não substitua alimentos por suplementos
Os suplementos alimentares devem ser vistos como complementos e não substitutos da alimentação saudável. Embora possam fornecer nutrientes essenciais, eles não replicam todos os benefícios dos alimentos integrais, que contêm uma combinação única de vitaminas, minerais, fibras e fitonutrientes.

Segundo a Anvisa, um suplemento não pode alegar que substitui ou é superior a alimentos comuns como frutas, verduras, carnes e leite. São exemplos de afirmações não permitidas falas como: “este produto equivale a uma porção de brócolis” ou “uma dose equivale a um copo de leite”.

No entanto, eles podem ajudar em situações específicas. Para aqueles que buscam obter ômega-3, mas são vegetarianos e não consomem sementes de girassol, nozes, chia ou linhaça – alimentos ricos nesse nutriente – a suplementação com a sua versão vegana pode ser uma boa alternativa. Entre os benefícios do ômega 3 vegano está o apoio ao sistema imunológico, a redução de inflamações e o suporte à saúde mental e cognitiva.

Alguns suplementos não devem ser consumidos juntos
A interação entre suplementos, medicamentos e outros nutrientes pode impactar sua eficácia e provocar efeitos colaterais indesejados. Em entrevista ao portal britânico Express,  a terapeuta nutricional Jen Walpole ressalta que combinar três fórmulas pode ser prejudicial à saúde.

“Embora os suplementos possam ser uma ótima maneira de preencher as lacunas de nutrientes, é importante estar ciente das possíveis interações”, explica. Um exemplo disso é que o cálcio pode dificultar a absorção do ferro por funcionar como uma “barricada” no trato digestivo. A indicação é espaçar a ingestão das doses em uma ou duas horas para obter os benefícios dos dois ativos.

Outra possível interação indesejada é a de zinco e cobre, que competem pela absorção no intestino. “A ingestão excessiva de zinco a longo prazo tende a levar à deficiência de cobre”, detalha Jen.

Atenção à hipervitaminose
Hipervitaminose é um quadro definido pelo excesso de vitaminas no corpo, ou seja, quando o consumo é superior ao necessário. Segundo o Departamento de Medicina da PUC-Rio, ela é muitas vezes causada pelo excesso de alimentos com determinada substância associado a suplementos, tomados de maneira desregrada.

Apesar de as vitaminas e minerais serem produtos naturais, não os impede de causar riscos à saúde. Por isso, é preciso ter cautela além da orientação médica antes de fazer uso de certos medicamentos ou produtos industrializados

“As vitaminas lipossolúveis, como as vitaminas A, D, E e K, quando em excesso têm sintomas diferentes que vão desde rachaduras labiais, pele seca, a outros sintomas, como: danos graves aos ossos, fragilidade dos tecidos e rins, quando o excesso é de vitamina D”, explica a professora do curso de especialização em Endocrinologia da PUC-Rio, Ana Paula Lins.