Bailarina de Campinas faz história no America’s Got Talent

Destaque na apresentação, Bia Marques conta como chegou ao palco de um dos maiores realities do mundo
A bailarina Beatriz Marques Fernandes Pinheiro, 29 anos, conhecida artisticamente como Bia Marques, viveu um momento inesquecível no palco do America’s Got Talent, um dos programas de maior audiência da televisão norte-americana. Representando o Brasil, Bia emocionou os jurados com uma apresentação sobre a Amazônia e conquistou o Golden Buzzer, que garante passagem direta para as finais da competição.
O espetáculo, que uniu dança, iluminação cênica e tecnologia LED, contou uma história visual sobre a floresta amazônica — com animais, raízes, ancestralidade e natureza em movimento. É possível acompanhar a apresentação pelo link: https://youtu.be/Ubx-bTFzC5g?si=FLHPzRbnabEag-7f.
Transmitido pela rede NBC, o America’s Got Talent é um reality show de talentos que reúne artistas do mundo todo — cantores, dançarinos, comediantes, mágicos e outros performers — em busca de reconhecimento e de um prêmio milionário. O Golden Buzzer é o maior símbolo de aprovação do programa, reservado aos candidatos que causam forte impacto nos jurados ou no apresentador.
A bailarina integra a companhia LightWire, sediada no Brasil, que mistura dança, teatro e arte visual em performances com figurinos iluminados. No palco do AGT, Bia brilhou em meio a uma coreografia que exaltava a biodiversidade e a potência simbólica da Amazônia brasileira.
“Foi uma sensação única. Eu já vivi muitas coisas na minha vida, mas aquele momento… foi como se eu estivesse em transe, assim. Eu fiquei em choque. Acho que a definição de estado de choque é essa. Por muito tempo, na minha adolescência, meu hobby era assistir vídeos das audições e ver as pessoas conquistando o botão dourado. Eu tinha esse hobby porque queria me emocionar, me transportar para aquele momento, imaginar o que elas estavam sentindo. Sempre fui intensa — é da minha essência me entregar por completo às experiências. E aí, quando me vi ali… fiquei incrédula” conta a dançarina ao descrever a emoção por ter participado do programa.
Crédito: Acervo Pessoal/Beatriz Marques Fernandes Pinheiro
Artista conquistou o Golden Buzzer que garante passagem direta para as finais da competição
De Campinas para o mundo
Nascida e criada em Campinas, Bia começou a dançar aos oito anos. Desde então, construiu uma trajetória consistente, com passagens por importantes companhias de dança, programas de TV como Dancing Brasil, da Record, e projetos culturais independentes.
“Eu comecei a dançar com 8 anos de idade, numa academia que era, se não a melhor, uma das melhores de Campinas. Isso porque minha mãe viu potencial em mim. Diz ela que eu sempre tive postura de bailarina, com elegância, desde muito novinha. Por isso, decidiu investir na minha carreira. E foi super especial, porque já naquele ano, em 2003, com 8 aninhos, eu fiz meu primeiro trabalho na Globo, no Criança Esperança. Então, comecei de um jeito bem marcante,” relembra a bailarina ao contar como começou a trajetória profissional.
Um Brasil potente no maior palco do mundo
A apresentação da LightWire foi ovacionada pela plateia e emocionou os jurados, que levantaram das cadeiras com lágrimas nos olhos. O uso da tecnologia combinada com a dança criou imagens vivas que destacaram o Brasil de forma artística e respeitosa.
A repercussão tem sido enorme. Desde o anúncio do Golden Buzzer, Bia tem recebido mensagens de crianças, jovens artistas e mulheres que se identificam com sua trajetória. “Esse reconhecimento em Campinas é algo novo pra mim, porque eu nunca acessei esse lugar de ser destacada aqui. Já tive muito destaque na minha vida, mas sempre no mundo — de São Paulo pra fora, né? E é muito especial, pela primeira vez, ter esse espaço pra compartilhar minha trajetória, pra construir minha história enraizada aqui. Campinas é muito importante pra mim. É toda a minha base, tem todo o meu coração. Eu sempre digo que é a minha terrinha, então é muito gostoso viver esse processo”, destaca Bia Marques.
Crédito: Acervo Pessoal/Beatriz Marques Fernandes Pinheiro
Nascida e criada em Campinas, Bia começou a dançar com oito anos de idade
O olhar de quem a viu nascer artista
Para a mãe de Bia, Adriane Marques, acompanhar o sucesso da filha é algo muito especial. “A Bia sempre me surpreende. Quando acho que já vivi toda a alegria que ela podia me dar, ela supera tudo. Ver minha filha num dos maiores palcos do mundo foi emocionante demais. Ela brilha em tudo que faz. Meu coração transbordou de orgulho. Eu sempre amei a dança e, como muitas meninas da minha época, sonhava em ser bailarina. Mas tinha medo de projetar esse sonho na minha filha, por isso pensei bastante antes de colocá-la em uma escola de balé. Aos sete anos, ela começou a fazer aula de jazz, como atividade extracurricular oferecida pela escola. No encerramento do ano letivo, a turma fez uma apresentação. Quando vi minha estrelinha dançando na frente de todos, tão feliz, desinibida e cheia de charme, virei para o pai dela e disse: ‘Está na hora de procurar uma escola de dança pra ela.’ Na primeira aula, ela já encantou todo mundo na academia. As professoras olharam pra ela e disseram: ‘Quero essa menina na minha turma.’ Desde então, foram anos de dedicação, disciplina e muito amor”, conta a mãe da bailarina.