Aplicativo desenvolvido pela Etec Jorge Street orienta ciclistas em trilhas rurais

Estudantes da Escola Técnica Estadual (Etec) Jorge Street, de São Caetano do Sul, participam do desenvolvimento de um aplicativo que orienta usuários no mapeamento, conscientização e orientação para cuidado de animais silvestres presentes em trilhas de ciclismo na região de Santa Barbara D’oeste – SP.

Cyclist in a misty woods. Original public domain image from Wikimedia Commons

O app Rastros Silvestres – Rota de Cicloturismo é um trabalho interescolar, do qual participa um aluno do Colégio Técnico de Limeira (Cotil), sob a orientação de docentes do SESI Santa Bárbara D’oeste e da Etec, com apoio da Secretaria de Cultura e Turismo de Santa Bárbara d´Oeste, da ESALQ-USP- Museu Luís de Queiroz e da Comunidade Pedala SBO.

O projeto surgiu após a percepção do aumento das atividades de ciclismo na cidade de Santa Bárbara d’Oeste, durante a pandemia. Agentes locais identificaram que a alta no fluxo estava causando desarmonia entre animais e frequentadores das trilhas rurais. Além disso, foi identificada a falta de informação sobre a fauna existente nas trilhas e de um instrumento de localização e comunicação para quem realiza os percursos.

A partir dessa necessidade, foi proposto um o desenvolvimento de um aplicativo para facilitar o acesso a informações e aos percursos da região, que emita avisos sobre animais perigosos e vulneráveis. O app também orienta sobre os tipos de zoonoses aos quais os frequentadores estão expostos e a melhor forma de comunicação com órgãos como CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) e Gaema (Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente).

Experiência e networking

O projeto conta com duas frentes de trabalho. O Super Rastros, desenvolvido pela equipe de alunos do SESI Santa Barbara D’oeste, que produziu a pesquisa de conteúdo sobre a fauna e aplicou na criação de um jogo didático inspirado nos animais silvestres da região. E o Rota de Cicloturismo, em que os estudantes trabalham no desenvolvimento e programação do aplicativo Rastros Silvestre, usando o conteúdo aplicado no primeiro projeto.

É nessa equipe que os alunos do primeiro ano, da Etec Jorge Street, Jorge Antonio Terence Novaes de Santana e Vicente Venancio Pascoal, atuam, junto ao estudante André Victoriano Inácio, da instituição de ensino Cotil.

A coordenadora do projeto e professora do Sesi Santa Barbara D’Oeste, Érica Fátima Inácio, explica que a intercambialidade entre estudantes e instituições de ensino foi muito benéfica para a condução das atividades. “Essa interação permite o crescimento pessoal, fortalece o networking, desenvolve a criatividade e a empatia”, afirma. “Os integrantes compreendem a realidade do outro, fazem adaptações, definem estratégias de trabalho a distância.”

Co-orientador do trabalho, o professor da Etec Jorge Street, Carlos Eduardo Mattos, oferece todo o suporte na orientação técnica para a elaboração do aplicativo. “Iniciativas como essas permitem criar interação entre as disciplinas e o desenvolvimento de um produto concreto.”

Segundo Mattos, é gratificante acompanhar o crescimento dos estudantes. “Esse grupo teve uma evolução visível nas atitudes, respostas, na postura diante dos desafios do projeto. Ver o crescimento, a dedicação, o desempenho do trabalho deles é muito satisfatório.”

Após pesquisas e análises da demanda apresentada no projeto, os estudantes deram início ao desenvolvimento do aplicativo, inicialmente, para sistema Android, usando a plataforma Android Studio para programação. O app ainda não está disponível para download, mas a finalização está próxima de 90%. Para as próximas etapas estão previstos os testes de usabilidade, aprimoramento do aplicativo e o planejamento para liberação aos usuários, possivelmente em novembro.

Trilhas do aprendizado

Para o estudante Jorge Antônio, o trabalho foi uma excelente oportunidade de aprender a trabalhar em equipe. “Já fiz vários trabalhos em grupo, mas nenhum desse jeito, com tarefas específicas para cada um e um objetivo real. Um trabalho em que ao fim, temos algo real como resultado”, diz. “Também foi importante experimentar várias tecnologias e descobrir o que eu mais gosto de desenvolver.”

O aluno Vicente conta sobre a experiência de fazer parte de um desafio inédita para ele: “A experiência foi gratificante, além de ser um novo aprendizado”. “A parte mais desafiadora foi aprender a usar a ferramenta de programação e usar uma linguagem que eu desconhecia. Foi a seção que mais gostei de fazer, pois, acho que as partes desafiadoras são as mais divertidas”.

Para André “participar do desenvolvimento possibilitou a troca de conhecimentos e a aquisição da capacidade para trabalhar com instituições que apresentam fundamentos divergentes e com alunos de anos escolares distintos”. “Pude conhecer como criar aplicações pela IDE Android Studio e a codificar em Java, o que era uma novidade no meu repertório. Para mim, o desafio foi um grande avanço”.

Com o projeto Rota de Cicloturismo, os estudantes participam das feiras 3M, Febrace, Feteps, também foram finalistas na FeNaDante – Credencial Mocitec Jovem – Feira do Pará e na Bragantec.

 

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