Evento na FAJ une Arquitetura e Grafite
A arquitetura vista como arte urbana e seus reflexos e impressões na sociedade moderna foram alguns dos aspectos abordados durante a Aula Magna do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Jaguariúna – FAJ, ocorrida no dia 30 de março, no Anfiteatro do Campus II da instituição.
A programação foi composta por palestras e oficina de grafite e, segundo o coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da FAJ, Prof. Caetano de Lima, teve o objetivo de mostrar aos alunos a expressão artística impregnada no trabalho do arquiteto. “A arquitetura é muito filosófica. Ela prepara o indivíduo para encarar várias situações. É mais que visual, que estrutural, ela toca dentro das pessoas. E isso é arte”, defende.
O diretor da FAJ, Prof. Flávio Fernandes Pacetta, deu as boas-vindas aos alunos dos 1º e 2º anos do curso de Arquitetura, que conta com aproximadamente 200 alunos. “Temos um quadro docente com os melhores professores e profissionais da área. Sem dúvida, oferecemos um dos melhores cursos de Arquitetura da região”, disse o diretor a uma plateia formada por coordenadores, professores e alunos.
A abertura foi com a palestra “Os Murais da Arquitetura Moderna”, ministrada pela historiadora Patrícia Freitas, que desenvolveu trabalho de pesquisa sobre o tema em várias cidades do mundo, entre elas Nova Iorque (EUA) e São Paulo. Ela expôs, com fotos, edificações construídas em várias partes do mundo, com destaque ao prédio da ONU (Organização das Nações Unidas), nos Estados Unidos, construído em 1952 com a participação de vários arquitetos.
A historiadora lembrou que a partir de 1945 a arquitetura moderna começou a ser mais comentada e ganhou força a partir dos anos 1950. “Os prédios passaram a ter as fachadas decoradas com painéis e recursos que, além de decorar, eram funcionais, como os brises”, citou, referindo ao quebra-sol que foi um dos principais elementos compositivos utilizados pela arquitetura moderna.
A presença de painéis nas fachadas de edifícios que caracterizam a arte pública e têm a pretensão de decorar e ao mesmo tempo trazer uma mensagem, ainda ocorre, segundo a historiadora, mas com menor frequência. “Hoje em dia os prédios possuem grades que dificultam a expressão da arte pública. Mas em países como os Estados Unidos ainda podemos observar essa manifestação nas ruas”, comentou.
GRAFITE
Os painéis nas fachadas dos prédios, muito executados nos anos 1950 e 1960, dividem o sentido de arte pública com o grafite, bastante presente nos dias atuais. Esse foi o tema da segunda palestra da noite, apresentada por Tomás Simoni, formado em Arquitetura e que tem no grafite sua arte e profissão.
Piracicabano de nascimento, Tom Simoni viveu alguns anos em Santos para cursar Arquitetura. O período no litoral paulista foi o suficiente para ter a experiência de viajar com um grupo que acompanhava a banda Charlie Brown Jr. para executar a arte do grafite.
De volta a Piracicaba, Tom começou a fazer trabalhos de grafite nas ruas. Ele lembrou que o primeiro trabalho remunerado foi a pintura de uma caixa d’água. “De lá para cá, surgiram vários trabalhos, além dos projetos para levar nossa arte para as ruas, pois nossa responsabilidade é somar para a cidade, é alterar a paisagem”, definiu.
Ao final do evento, o arquiteto/grafiteiro realizou, em conjunto com os alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo, uma oficina de grafite em que os universitários puderam ter contato com as tintas e expressar suas ideias.